Fear Factory: Industrialist não deve em nada aos clássicos
Resenha - Industrialist - Fear Factory
Por Junior Frascá
Postado em 03 de junho de 2012
Nota: 9
Os americanos do FEAR FACTORY sempre foram considerados o grande nome do metal industrial, tendo uma fase esplendorosa com os discos "Demanufacture" (1995) e "Obsolete" (1998), e mantendo-se relevante mesmo após a saída de seu principal líder e compositor, o guitarrista Dino Cazares, que retornou em 2009, quando posteriormente a banda lançou o excelente "Mechanize" (2010). E mais uma vez Dino e seu parceiro de longa data, Burton C. Bell (vocal), únicos membros que restaram da banda, colocam a máquina FF para funcionar, e lançam "The Industrialist", que desde já pode ser considerado um dos discos mais fortes da carreira da banda.
E meus amigos, que disco brutal! Mesmo com toda a parte instrumental feita por Dino, inclusive a programação da bateria (apenas os sintetizadores e teclados foram feitos pelo produtor, Ryhs Fulber), o disco não fica devendo em nada aos clássicos da banda.
Tendo como base os riffs primorosos e agressivos de Dino e os vocais versáteis de Burton, o FEAR FACTORY apresenta algumas das melhores faixas que a banda já compôs em sua longa trajetória na música pesada, e representa uma volta da dupla às raízes do metal industrial. São canções pesadas, com arranjos complexos e intrigantes, transbordando fúria e um ódio descomunal. Quando o disco acaba, parece que fomos atropelados por um treminhão, tamanha a brutalidade do impacto deste disco em nossos pobres tímpanos.
"The Industrialist", já conhecida, e que abre o material, é a prova do poderio de fogo da dupla, com variações fantásticas e muito peso e groove. Na sequência, "Recharge" é outra faixa que exala ódio, e tem um refrão mais melódico, remetendo ao clássico "Demanufacture", assim como "New Messiah", trazendo também programações bem interessantes, inclusive da bateria, totalmente insana. A experimental "God Eater" dá sequência ao disco, mantendo o peso e incluindo elementos mais variados, num clima bem sombrio, lembrando até algo de SOULFLY.
Mas é em "Depraved Mind Murder" e "Virus of Faith" que o disco atinge seu auge. A primeira, com um apanhado fantástico de excelentes riffs, e com Burton em sua melhor forma, segue uma linha mais thrash/metalcore, e a segunda tem até alguns elementos de death metal, e novamente traz um refrão mais melódico e obscuro. Duas candidatas a clássicos da banda!
"Difference Engine" e "Dissemble" seguem na pegada mais brutal do disco, e deverão fazer a alegria dos fãs ávidos por agressividade. E encerrando o disco temos a introdução "Religion is Flawed Because Man is Flawed", e a climática "Human Augmentation", que é representada apenas por sussurros e barulho de máquinas trabalhando, isso durante quase 9 minutos, e que tirou a nota máxima do material, pois é bem cansativa.
Por fim, cumpre destacar ainda a temática apresentada, uma história conceitual interessantíssima, toda escrita por Burton, e que trata de uma autômato (O Industrialista) criado pela junção de todas as indústrias, e que começa a se tornar sensível a partir de experiências e observações dos seres humanos, e que coloca em risco a própria existência humana.
"The Industrialist" vem, portanto, para consolidar de vez o nome do FEAR FACTORY como uma das grandes bandas do metal contemporâneo, e é um disco capaz de ficar lado a lado com "Demanufacture" e "Obsolete", sendo a prova viva de que a modernidade não faz mal ao estilo, muito pelo contrário. Um dos melhores discos não só de 2012, mas da história do metal industrial, ou "Cyber Metal", como preferem alguns.
The Industrialist – Fear Factory
(2012 – AFM Records - Importado)
Track List:
1. The Industrialist
2. Recharger
3. New Messiah
4. God Eater
5. Depraved Mind Murder
6. Virus of Faith
7. Difference Engine
8. Dissemble
9. Religion is Flawed Because Man is Flawed
10. Human Augmentation
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