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Roberto Carlos: 80 anos de Rock - Primeira Parte

Por Ronaldo Celoto
Postado em 02 de maio de 2021

I – Introdução

O livro do Gênesis disse que "no princípio Deus criou os céus e a Terra. E a Terra era vazia. E havia trevas sobre a face do abismo. E o espírito de Deus se movia sobre a face das águas". (Gênesis 1:1-2)

Bom, se fôssemos imaginar a criação da vida tal qual a criação da música, e, em especial, o rock brasileiro, talvez tivéssemos de reescrever essa frase no sentido musical dizendo: "No princípio a música brasileira tinha o samba, o choro e um regionalismo derivado, e, tinha o maravilhoso cancioneiro caipira. Mas havia trevas nas rádios, que resistiam em tocar nossos gêneros em horário nobre. E o espírito de ROBERTO CARLOS, que se movia sobre a face das águas, evidenciou para a música brasileira, as raízes do rock and roll".

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Nascia aí a fonte criativa do genial ROBERTO CARLOS BRAGA, que, de rejeitado pelas gravadoras com seu disco "Louco Por Você" (flertando com a Bossa Nova sem qualquer sucesso), tornou-se o maior expoente do rock brasileiro, e, porque não dizer, ao fundir ritmos e melodias para além do rock, de praticamente todos os estilos musicais que iriam influenciar as gerações do rock brasileiro da década de 80, 90 e por aí vai.

Mas você, leitor, poderia se perguntar: - Não entendo por que esse cara está escrevendo aqui sobre ROBERTO CARLOS e associando-o ao "rock and roll".

Vem comigo, pra eu te mostrar que a trajetória desse ícone da música "é uma brasa".

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II – "Splish Splash" fez um beijo "Em Ritmo de Aventura"

A grandiosa versão trazida por ERASMO CARLOS (seu parceiro e ombro em todas as ocasiões) para "O Calhambeque", co-assinada por ROBERTO CARLOS, reinventou a cena musical brasileira para sempre. Se antes, com "Splish Splash", aquele que ficou conhecido como "Rei" causou um rebuliço na sociedade similar a ELVIS PRESLEY com seu primeiro álbum nos Estados Unidos, a confirmação da mudança de comportamento, de vestimentas, de atitudes e de fusão com ritmos norte-americanos subiu ao imaginário da juventude apaixonada por carrões, que passou a sonhar com aceleradas e duelos de carros ao estilo JAMES DEAN em "Rebel Without a Case". Se antes, aquele pequeno cantor de voz anasalada surpreendia mas causava desconfiança, o fato é que, enquanto éramos massacrados pela proibição de ideologias e de liberdade de expressão em um país ditador, pais, mães e filhos sentiam-se em conjunto adolescentes rebeldes, prontos para manifestar sua juventude com roncos de motores e roupas "da hora".

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Mas ROBERTO era uma máquina criativa em expansão. Sua força motriz era galgada por um coração apaixonado uivante. E, nessa verve, ele reinventava "The Wanderer" para "Lobo Mau", trazia noites de lua cheia em espaços com drive-in lotados prometendo o céu em "Eu Te Darei o Céu", sonhava em roubar o amor em silêncio de seu velho amigo confessando-se apaixonado pela "Namoradinha de Um Amigo Meu", pedia em público para sua musa abandonada virar a página e vir para seus braços com "Esqueça", oferecia uma aliança de casamento sobre luzes rosadas de um motel de estrada, não se importando com o que pensavam dele, afirmando sem medo seu desejo de que "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno", e, por fim, brincava de fofoqueiro e sonhador imaginário com "O Mexerico da Candinha", "Broto do Jacaré", "O Quintal do Vizinho" e "O Gênio" (flerte absoluto com as guitarras de GEORGE HARRISON e LENNON em "Revolver"), e por aí vai.

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Mas o ápice de sua fase de se apresentar à toda população da "Ilha de Vera Cruz" (Brasil) viria com três discos monumentais, que jogaram num liquidificador diferentes passagens da "Soul Music" internacional e nacional, uma pitada de "Folk" e de "Brega" e um tremendo cavalgar rítmico que beiravam a abertura de Tchaikovsky no ano de 1892 e o peso clássico destes mestres despido de longevidade, apenas coado num coador de pano para ter alguns acordes sonoros associados a uma melodia vocal forte, com timbres que iam de SAM COOKE a SERGIO ENDRIGO. Não, não estou exagerando. Por isso, peço licença para falar um pouco sobre o amor com arranjos folclóricos e líricos de "E Não Mais Vou Deixar Você Tão Só" (versão superior a de ANTONIO MARCOS", "Ciúme de Você" (abraçando o "Samba-Rock" antes mesmo do gênero se profetizar"), "Ninguém Vai Tirar Você de Mim" (eis um flerte com guitarra rítmica para abraçar o romantismo de Lupicínio Rodrigues e Vicente Celestino dentro de uma canção que também parecia abraçar os prenúncios de um JEFFERSON AIRPLANE e alguns pré-movimentistas dos Estados Unidos), "Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo" (magnífica declaração de amor com sotaque totalmente JAMES BROWN e THE FOUR TOPS), "Se Você Pensa" (mais uma vez o suingue da "Black Music" evidenciado em repentes de SAM DEE e OTIS REDDING).

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Peço licença também para dizer que o divisor de águas dos anos 60 foi "Em Ritmo de Aventura" (filme e disco), que reafirmou a grandiosidade de ROBERTO CARLOS em relação aos demais músicos que contribuíam para o "rock and roll" brazuca já na primeira faixa. Afinal, "Eu Sou Terrível" era um furacão com alvo certo: - Os críticos do comportamento social e da música com atitude carnal sobre os palcos, especialmente ELVIS PRESLEY. Sim, porque ROBERTO CARLOS sabia que ELVIS era mais fervoroso, menos doce e menos popular do que LENNON e McCARTNEY, pois enquanto os BEATLES diziam o quanto o amor por sua namorada era doce, ELVIS rasgava as roupas de todas as moças com suas letras, sua atitude sobre o palco e sua forma de dançar e se vestir.

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Mas ROBERTO CARLOS nunca escondeu sua alma carregada de sentimentos existenciais. E, muito mais do que confessar que um dia poderia ter-se tornado um ébrio por causa daquela que o deixou, ou que sua "Patativa" tinha ido embora para sempre deste planeta, ele preferiu declamar uma das mais belas confissões da história. Com uma certa timidez nos versos, ele mesmo alertou que "com palavras não sei dizer", e, deu a "Como é Grande o Meu Amor Por Você" o testemunho definitivo de tudo que pode ser considerado uma canção romântica antes e depois da existência de ROBERTO CARLOS.

O amor de outrora era cantado quase como em suicídio, a dor e o lamento que povoavam as rádios nas madrugadas e enalteciam grandes artistas como FRANCISCO ALVES, DALVA DE OLIVEIRA, ORLANDO SILVA, ISAURINHA GARCIA, EMILINHA BORBA, NELSON GONÇALVES, SÍLVIO CALDAS, MARLENE e outros tantos, traziam a melancolia em estado de necrofagia, com beleza e dor. Mas após "Como é Grande o Meu Amor Por Você", o amor ganhou cores e coragem de confessar ao mundo que amar não é sinônimo de dor.

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"Por Isso Corro Demais" trouxe a leveza dos BEACH BOYS e flertou com melodias como "God Only Knows" e "Wouldn’t It Be Nice" com uma voz cantada em baixo tom, sem perder a suavidade associada a SMOKEY ROBINSON, por exemplo. "De Que Vale Tudo Isso" seguiu a mesma estrada para onde as confissões de amor se vestem com jeans rasgado e camisa florida cheia de saudade, antes de anunciar mais um divisor de águas da música brasileira e do "rock and roll" carnal e simples personificado por ROBERTO e ERASMO. Sim, estou falando de "Quando", uma das maiores canções de rock já escritas, e, justamente, uma canção que não seduz, mas pede regresso de quem foi embora.

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Nitidamente inspirado por ELVIS PRESLEY e pela grandiosidade pioneira dos arranjos de RENATO E SEUS BLUE CAPS que inspiravam parte das versões nacionais feitas para as gravadoras da época, ROBERTO foi além dos dois acordes e criou um balanço rítmico em tom de cavalgada e de "surf soul" (se é que isso existe) que definiu o que viria a ser parte da música das bandas e artistas de "rock and roll" dos anos 80 e 90, como JOTA QUEST, NANDO REIS (ouça "Do Seu Lado" e você entenderá), LULU SANTOS (ouça "Casa" e "Toda Forma de Amor" e você entenderá). E a letra, apesar de lindamente confessar a dor pela ausência, criou sensoriais de rima que foram adotados, por exemplo, por CAZUZA e também por FREJAT nos anos 80 (Ouça "Pro Dia Nascer Feliz" e "Pedra, Flor e Espinho" e encontrará sonetos coagulados com rimas não necessariamente combinadas).

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"Você Não Serve Pra Mim" anunciou, com a letra de RENATO BARROS, um ROBERTO CARLOS emprestando a força de melodias como as de MICK JAGGER e de KEITH RICHARDS (ouça "Get Off Of My Cloud" e um pouco dos singles da época pré-"Satanic Majesties Request" e você com certeza achará muitas coincidências – não necessariamente idênticas – nesses arranjos).

"Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim" é o terceiro divisor de águas da música brasileira pré-ROBERTO CARLOS e pós-ROBERTO CARLOS. A melodia tem muito da "folk music" de grupos como PETER, PAUL & MARY e da pegada romântica debochada e semi-acústica de "I Should Have Known Better" (BEATLES), sem parecer com ela melodicamente. Porém, a letra fala por si só e diz a todo país: - A partir de hoje não façam mais músicas de amor colorido ou de amor sofrido à beira do túmulo. Façam músicas que falem de quem vocês são, quem vocês serão e com quem querem estar do seu lado até o fim de suas vidas.

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Não, não estávamos mais a falar de um simples ídolo de um certo período. Estávamos a testemunhar a miscigenação de tantos e tantos gêneros através de um bandeirante que empunhava a bandeira do "rock and roll", mas já evidenciava que estudava e estudava cada dia mais novos ritmos e, aos poucos, mergulhava no epicentro de uma mente criativa que seria responsável por ditar os caminhos das futuras gerações do rock nacional até os dias de hoje. ROBERTO CARLOS não era mais apenas um cantor e compositor. Era o catalisador do som.

Mas, de vez em quando, a gente precisa sair do escapismo urbano do dia-a-dia e passar uns dias na praia. Mergulhar na fossa, na bossa, no suingue de TIM MAIA e TONY TORNADO e nos metais de MARVIN GAYE e SLY. E foi assim que nasceu o aclamado disco das "Curvas da Estrada de Santos", música que, por sinal, é um hino ao escapismo e um aviso para quem acredita que tem a pessoa amada sob seu controle e que a conhece e não precisa esperar dela nenhuma surpresa que não seja a mesmice. Grande canção, grandes arranjos totalmente influenciados pela "Black Music" e porque não dizer pelos arranjos revolucionários de "Hot Buttered Soul" (ISAAC HAYES).

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Desse mesmo álbum, sairiam pérolas como "Sua Estupidez", outro divisor de águas, agora de forma crítica, onde ROBERTO elegantemente culpa sua amada por ser tão estúpida a ponto de estragar toda eternidade de uma relação mágica. Sim, temos aqui uma canção que joga a culpa em outra pessoa, mas que comove com a performance vocal de um ROBERTO nitidamente abalado e um tanto quanto inconformado com tamanha ingratidão e imaginação possessiva desnecessária da mulher que ele havia escolhido para estar ao seu lado. Sua performance tem extremas vocalizações, embora muitos críticos consideram sua voz, como dito, um tanto quanto anasalada. É claro que não estou aqui a dizer que temos uma mistura de LORRAINE ELYSON ("Stay With Me") com THE FOUR TOPS ("Baby I Need Your Loving"), mas claramente é possível enxergar a alma de ROBERTO e uma distorcida crítica ao mundo lá fora, aos jornais sensacionalistas e, talvez pela primeira vez, ao interesse que muitas pessoas tem em se aproximar de alguém para ter seu retrato divulgado nas fotonovelas e em seguida trabalhar para destruir todos os sentimentos dessa pessoa, criando histórias contra ela para que outros se afastem dela. Não tão disfarçadamente, ROBERTO culpa o mundo ao seu redor e a ignorância da pessoa para quem ele realmente mantinha sua fidelidade, pelo término da relação. Quando ele diz: - "Meu bem...Use a inteligência uma vez só...Quantos idiotas vivem só...Sem ter amor...E você vai ficar também sozinha...E eu sei porque...Sua estupidez não lhe deixa ver...Que eu te amo...Quantas vezes eu tentei falar...Que no mundo não há mais lugar...Pra quem toma decisões na vida sem pensar", nitidamente ele não aguenta mais ver todo aquele universo ao seu redor e ter de ficar calado com ar de moço bom, justamente ele, que durante esses anos de carreira, queria revolucionar o mundo com sua música.

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O flerte com a música negra era tão evidente, que ROBERTO gravou "Não Vou Ficar", de TIM MAIA, com uma vociferação muito próxima aos grandes momentos de SAM COOKE e JAMES BROWN em estado iluminado. Belo trabalho de guitarra e metais em todo disco. E, sim, ROBERTO CARLOS estava amadurecendo cada vez mais, e, aos poucos, ele se reinventaria para as gerações futuras, buscando refúgio no coração. Mas isso é assunto para um outro texto, a continuar deste, em outro dia.

III – "Eu Estou Aqui" pra cantar Soul Music e Rap'n'Roll

Por aqui, prefiro terminar com um epitáfio maravilhoso, e, importantíssimo, a meu ver, para redefinir o que seria o próprio "rap" nacional e o "mangue beat" de Olinda, já na década de 90. Estou a falar da colossal "Jesus Cristo". E vou explicar um pouco mais, para encerrar esta primeira parte dos 80 anos de um revolucionário, às vezes romântico, às vezes "black", "folk", mas sempre "rock and roll". Vamos terminar juntos, caro leitor.

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Ouso dizer que, mesmo com atribuições à canção "Deixa Isso Pra Lá" (JAIR RODRIGUES) ter sido o primeiro "Rap" gravado no Brasil, eu ouso dizer que essa menção deve ser associada a "Jesus Cristo", como o primeiro "Rap orquestrado com associações à Soul Music e ao Rock´n´Roll" e genuíno da música nacional. Se ouvirmos "Deixa Isso Pra Lá", notamos um samba nos arranjos, com uma vocalização no avesso melódico, algo muito comum no "samba rock". Porém, a monumental "Jesus Cristo" foge dos padrões meramente religiosos, e, traz arranjos extremamente "rockers" feitos por JOSÉ PROVETTI, PAULO CÉSAR BARROS, TONY e DOM SALVADOR, parte da trinca magnífica da cozinha de RENATO E SEUS BLUE CAPS capitaneados pelos metais da orquestra da CBS, e, claro, o músico LAFAYETTE. E esse arranjo fugiu dos padrões fônicos normais, pois o tom "C" parafraseado com "Em", "G", "Bm" e "Am" sobe e desce colinas, como que a anunciar um peregrino a subir degraus de um grande templo para oferecer seu coração e pagar sua promessa de vida. E as rimas sonoras invertidas melodicamente, denunciam um "Rap" muito bem orquestrado com guitarras rítmicas de extremo bom gosto e metais que confidenciam um flerte genuíno com as raízes da sonoridade negra norte-americana.

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O início com a voz "a capella" e os hollers (gritos emocionais típicos da música negra americana) durante o final da canção (a exemplo do que ROBERTO fez em "As Flores do Jardim da Nossa Casa", dizem uma vez mais que o "gospel" e o "soul" tem suas raízes tanto no blues quanto nos evangelhos e cultos religiosos. O sagrado e o profano se entrecruzam, se é que você me entende. E as antíteses altas e baixas das notas massificam um final apoteótico dantesco. Se em "As Curvas da Estrada de Santos", ROBERTO desafiava a morte enquanto buscava o escapismo de um mundo vil e interesseiro, em "Jesus Cristo" ele abraça o ritmo e as raízes negras para aproximar-se do céu, mas sem abandonar o "profano" (o "rock and roll") com timbres do mais puro suingue.

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Termina aqui a primeira parte da trajetória "rock and roll" de ROBERTO CARLOS BRAGA, ou simplesmente ROBERTO CARLOS, que completou 80 anos de existência há duas semanas, em 19 de abril de 2.021.

Uma salva de palmas à música brasileira e ao rock nacional.

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Sobre Ronaldo Celoto

Natural do Estado de São Paulo, é escritor, professor, poeta e consultor em direito, política e gestão pública. Bacharel em Direito, com Mestrado em Ciência Política, atualmente cursa Doutorado em Direito, Justiça e Cidadania pela Universidade de Coimbra. Além destas atividades, dedica diariamente parte de seu tempo à pesquisa e produção de artigos científicos, contos, romances, matérias jornalísticas, biografias e resenhas. Seus interesses pessoais são: cinema, política, jornalismo, literatura, sociologia das resistências, ética, direitos humanos e música.
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