João Gordo: As Aventuras do ET Rockeiro em Angatuba
Por Fotoboard Tramparia
Fonte: João Gordo Viva La Vida Tosca
Postado em 03 de janeiro de 2018
Não teve um bom dia? Nada deu certo? Anime-se. Não há porque se deprimir!
Deixe a tristeza de lado, abra a autobiografia do JOÃO GORDO, da banda RATOS DE PORÃO, gargalhe feito uma criança e recupere o ânimo para um novo dia.
A história de vida de João é bálsamo para a saúde mental e melhora do humor, pois além de saber de cabo a rabo a trajetória de "John Fat", o livro é ilustrado com diversas fotos, desenhos e legendas.
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O trecho a seguir, retirado da autobiografia de JOÃO GORDO - Viva La Vida Tosca, se passa no começo dos anos 1980, época em que seu pai juntou a família e foi morar em Angatuba, cidade pacata do interior de São Paulo.
No pequeno município paulista, os jovens nativos costumavam ouvir grupos de MPB e do movimento pós-tropicalismo, como a banda A Cor do Som.
João respeitava o gosto musical dos novos camaradas, porém nunca deixou de viver o estilo punk-roqueiro, sempre fazendo jus à cena, enquanto tentava embutir sons pesados na cabeça dos bons companheiros interioranos.
O patriarca do pequeno Gordo acreditava que a mudança de cidade era uma manobra sensata, para livrar o seu filho das tentações e mazelas da capital paulista. Ledo engano!
Trecho relatado narrado por JOÃO GORDO
"Morar no interior foi um choque.
Eu tava acostumado com o agito de São Paulo.
Passava os dias na Galeria do Rock, tinha um monte de amigos na cena punk, e, de repente, tava no meio dos caipiras, sem conhecer ninguém.
Lembro que nos mudamos para a cidade, mas nossa mobília ainda não tinha chegado, então passamos uns dias no hotel que era de uma tal de Maria Cachorro.
Meu pai queria cortas as minhas "más influências".
Faixa 6: Juventude Perdida | Álbum: Descanse em Paz (1986) | RATOS DE PORÃO ao vivo em 1986, no Programa Perdidos na Noite, com Fausto "Jovem Gordo" Silva, pela Rede Bandeirantes.
Ele deu um fim na minha na coleção de discos e vendeu a maioria na Wop Bop, mas eu consegui salvar alguns e levei na mala os quatro primeiros discos dos RAMONES; o primeiro do UNDERTONES; o The Land of Milk and Honey, do ADVERTS, e o Bomber, do MOTÖRHEAD, que eu amava.
Primeiro álbum da banda punk rock norte-irlandesa THE UNDERTONES, lançado em 1979.
Fui estudar na Escola Estadual Ivens Vieira.
O diretor era um japonês chamado Seu Henrique. Logo virei o maluco da cidade.
"Quem é aquele gordinho folgado que anda todo rasgado?"
Na escola eu parecia um ET. Ninguém gostava de rock. O pessoal só gostava de sertanejo e MPB.
A diversão era se reunir na praça pra beber ou tocar violão. O ídolo máximo da galera era o FAGNER.
Ouvi tanto as músicas dele que sei cantar todas de cor até hoje.
"Revelação", "Noturno", pode pedir qualquer uma que mando na hora:
"Aaaaaah... coração alado... desfolharei meus olhos... nesse escuro véu!". Era infernal.
Outro cantor que o pessoal gostava era o ZÉ RAMALHO e - puta que pariu! - o OSWALDO MONTENEGRO!
Conheço essa renca toda: BELCHIOR, MOREIRA, COR DO SOM... Eu era obrigado a ouvir para me integrar à cidade.
Mas eu também tentava empurrar pros amigos algumas coisas que eu ouvia.
Mostrei RAMONES, CLASH e MOTÖRHEAD, e algumas pessoas começaram a curtir rock também."
Essa matéria faz parte da categoria Trecharias BioRockers no Portalblog Misterial.
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