Rock and Roll: Em 1985 o Rock venceu uma grande batalha
Por Caroline Mocellin
Fonte: Joe's Apt.
Postado em 13 de novembro de 2011
Sim. Pra quem não sabe, o Rock'n Roll já precisou ser defendido num tribunal. Nos anos 80 um grupo de esposas de senadores, incluindo a esposa de Al Gore, formaram uma comissão e decidiram que várias bandas e músicas de rock n' roll deveriam ter suas execusões públicas, televisivas e radiofônicas proibidas por conterem, segundo elas, conteúdo impróprio, pornográfico, incitação a violência, uso de drogas, ocultismo, entre várias outras acusações.
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Várias bandas tiveram seus nomes e músicas numa espécie de lista negra elaborada pela comissão, incluindo o próprio TWISTED SISTER com "We're Not Gonna Take It" e "Under To Blade". BLACK SABBATH, MOTLEY CRUE, AC/DC e JUDAS PRIEST também estavam incluídos nela.
As esposas dos políticos, os quais eram representantes da sociedade, se reuniram num tribunal e os músicos foram convidados a se defenderem das acusações. Estiveram presentes pelo lado do Rock: John Denver, Frank Zappa e Dee Snider.
Snider tomou à frente nas discussões vestido da mesma forma em que se apresentava nos shows e como um verdadeiro advogado travou calorosas discusões com os presentes.
Aqui vai um trecho resumido e traduzido da apresentação oficial de Dee Snider à corte em 1985.
"Não sei se é manhã ou tarde. Eu vou dizer duas coisas. Bom dia e boa tarde.
Meu nome é Dee Snider. S-n-i-d-e-r. Eu gostaria de falar ao comite um pouco sobre mim mesmo. Tenho 30 anos, sou casado, tenho um filho de 3 anos de idade. Eu nasci e cresci como um cristão e eu ainda creio nos mesmos princípios básicos. Acredite ou não, eu não fumo, não bebo, e eu não uso drogas.
Eu toco e componho as canções para uma banda de rock and roll chamado Twisted Sister que é classificada como heavy metal, e eu me orgulho de escrever canções que sejam consistentes, seguindo assim minhas mencionadas crenças.
Desde que eu pareço ser a única pessoa a ser abordado a esta comissão de hoje, da qual eu tenho sido alvo direto de acusações, presumivelmente responsável, gostaria de aproveitar esta ocasião para falar sobre uma nota mais pessoal e mostrar o quão injusto todo o conceito de lírica interpretação e julgamento pode ser, e quantas vezes isso pode chegar a pouco mais de assassinato de caráter.
Sinto que acusações deste tipo são irresponsáveis, prejudiciais à nossa reputação, e caluniosas.
A beleza da literatura, poesia e música é que eles deixam espaço para o público a colocar a sua própria imaginação, experiências e sonhos em palavras."
Segundo o próprio Dee Snider, uma das melhores partes da audiência foi quando a Sra Gore disse que a música "Under to Blade", (Sob a Lâmina), fazia apologia ao sadomasoquismo. Veja abaixo a resposta de Dee:
"A música mexe com a imaginação das pessoas e as faz pensar o que quiserem. Essa música fala sobre uma cirurgia na garganta de um integrante da banda, o meu guitarrrista Eddie Ojeta e o medo que ele tinha dela. A Sra. Gore procurou sadomasoquismo na música e o encontrou. Quem procurar referências cirúrgicas também irá encontrá-las."
No final, o importante é que o rock venceu mais essa batalha.
Para os interessados em ler todo o discurso, aqui está o link, em inglês.
http://www.joesapt.net/superlink/shrg99-529/p73.html
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