Ramp
Por Rui Pedro Leal
Postado em 17 de dezembro de 2006
Passava o ano de 1989 quando surgiu em Portugal uma banda chamada RAMP. Baseando todo o seu trabalho num critério de qualidade completamente diferente do habitual chocalharam toda a musica pesada em Portugal com a edição de um mini-lp denominado Thougths em 1992 através da Multinacional Polygram.
Sendo considerados como a grande revelação foram percursores de um trajecto extremamente importante no meio metálico Lusitano.
Uma das suas principais conquistas foi a afirmação do valor das bandas nacionais perante todas as grandes apostas do metal internacional.
Foram assim os primeiros a desbravar o suporting act de nomes como Metallica, Iron Maiden, Tool, Sepultura, Fear Factory, Motorhead, Paradise Lost, Slayer, Manowar, Angra, Ill Niño, Kittie, Drowning Pool, Exploited, Fudge Tunel, Benediction, Dismember, Ratos de Porão, Rollin´s Band, Monster Magnet, Sadist, etc.
Criadores de um espaço e de um respeito cada vez maior pela sonoridade pesada em Portugal abriram caminho para uma série de bandas que até então nunca pensaram que tal fosse possível.
Em 1995 pedem a rescisão do seu contrato editorial e decidem entrar no mercado independente através do seu segundo trabalho chamado Intersection. Fazem historia sendo a primeira banda de metal Portuguesa a entrar no top de vendas.
Com uma filosofia de aposta no metal em Portugal concentram todas as suas energias na tentativa da criação de uma estrutura Portuguesa para a exportação do mesmo para além fronteiras.
Por todo o mundo surgiram excelentes críticas em revistas como "Burn" e "Madball" no Japão, "Metal Head" e "Rock Brigade" no Brasil, "Mindview" e "Hard Force" na Bélgica, entre outras.
Em 1998 editam o seu terceiro trabalho.
"EDR" foi gravado em Nottingham (Inglaterra) nos Square Centre Studios e produzido por Simon Efemey.
O tema "For a While" foi um êxito radiofónico, ficando entre as dez melhores músicas do ano na Rádio Comercial.
Sendo os RAMP pioneiros foram a primeira banda de Metal Portuguesa a editar um CD ao vivo.
O lançamento deste CD duplo, no final de1999 com o simples título de "Ramp…Live", representa perfeitamente o espírito da banda.
Porque na realidade os Ramp são uma banda para ver ao vivo. Este CD duplo ao vivo reúne 18 temas dos três álbuns de originais e foi gravado no Seixal, durante o espectáculo de comemoração do décimo aniversário da banda.
Em 2003 e chegando á conclusão que a criação do seu projecto para o metal Lusitano não estava a gerar os frutos pretendidos resolvem fazer nova aposta numa nova abordagem.
Assumindo todos os riscos de produção e edição demonstram a toda a gente de uma vez por todas que uma banda pode controlar todos os aspectos do seu trabalho e ser completamente independentes.
"Nude" foi um passo gigantesco contra toda o poder da indústria musical, uma afirmação de força e vitalidade mais uma vez inspiradora para toda uma nova vaga de músicos que tentam encontrar o seu espaço.
Com um Layout Gráfico soberbo este cd é um grito de revolta com uma maturidade incrível de arranjos e subtilezas.
Em 2005 editam "Planet Earth" e acontece a primeira mudança de line-up dos RAMP.
Com a produção mais uma vez a cargo da banda e contendo igualmente uma secção multimédia com várias surpresas, este EP marca uma nova etapa na vida da banda.
O contacto directo com os fãs é a aposta e para isso é montada em Portugal uma "Planet Earth Tour" de 15 datas em espaços reduzidos, de maneira a fazer concertos intimistas. Os EP’s não entram no circuito normal comercial e são vendidos apenas nos espectáculos ao vivo e no Site da banda. Mais uma vez os Ramp acreditam naquilo que lhes é mais precioso: a sua vontade de abanar as consciências e estar perto do seu público, que tanto respeita.
Banda incontornável na historia do metal Português o RAMP têm um trajecto curioso e idealista.
Com um número infindável de espectáculos ao vivo com uma enorme dimensão e um desprendimento total em relação a estruturas sempre conseguiram apresentar níveis de qualidade incríveis.
Fervorosos fãs do metal sempre arriscaram tudo em função daquilo que poderá ser o mais importante para todos os amantes do meio: a musica, o gosto e apoio de novas bandas.
Encontrando-se neste momento a preparar um novo trabalho apenas podemos imaginar esta banda como um verdadeiro exemplo de independência e colocar uma questão: O que é que faz uma banda de metal ser grande?
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