PJ Harvey
Por Srta. Machiavelli
Postado em 06 de abril de 2006
"PJ Harvey" nasceu Polly Jean Harvey no dia 9 de outubro de 1969. A menina cresceu na fazenda de sua família em Corscombe, Inglaterra. Seus pais fazendeiros (pai caçador e mãe artista) colocaram a menininha em contato com a música logo cedo, num tempo em que música de fazenda era blues. Assim ela logo se acostumou com o som da triste música dos corações sofredores. Alguns dos artistas mais presentes na infância musical de Polly eram Captain Beefheart e Bob Dylan. Quando adolescente, Polly começou a passar para o outro lado da música, o lado de quem a faz. Primeiro tocando saxofone num grupo de oito músicos, o Boulogne, e depois compondo para o trio Polekats, que tocava em pubs locais.
Após ter freqüentado um breve curso universitário de artes, e de sua retomada do saxofone em outro grupo musical (por 2 anos e meio), Polly muda-se para Londres no ano de 1991. Sua intenção inicial era conseguir a graduação em artes, mas em pouco tempo a música volta a ocupar lugar de louvor em sua carreira.
Foi associando-se ao baixista Ian Olliver e ao bateirista Rob Ellis (que também tomava conta dos backing vocais) que PJ formou sua "banda", ou melhor, seu "trio", o "PJ Harvey". Com eles, ainda em 1991, ela gravou os demos "Dress" e "Sheela-na-Gig", ambos indie rock com refrões deliciosos e uma performance vocal que viriam a arrancar elogios rasgados da crítica. O selo londrino "Too Pure" interessou-se pelo trabalho da moça e contratou seu trio. Assim surgia o single de sucesso "Dress", gravado no estúdio "Icehouse", em Yeovil, Somerset.
PJ Harvey começou o ano de 1992 lançando, em fevereiro, outro single bem recebido pela crítica, o "Sheela-na-Gig". Um mês depois, em março, ela lançaria aquele que é considerado por muitos, até hoje, sua obra prima: o álbum "Dry". Entre as 11 faixas que compõem "Dry" estão as músicas "Dress", "Sheela-na-Gig" e os destaques as "Oh My Lover" e "Water". A mítica revista Rolling Stones proclama PJ Harvey a compositora do ano (1992) por "Dry".
O álbum seguinte sairia em 1993. É um dos melhores títulos da PJ: "Rid Of Me" (algo como "Livre de Mim"). Numa primeira escutada, este álbum soa mais pesado que os anteriores, e a impressão que se tem é a de que todo esse peso esmaga a melodia. O grande destaque é a música "Dry", uma das melhores que a cantora já compôs (e também uma de suas e melhores performances vocais). No entanto, "Rid of Me" não fez tanto sucesso com a crítica quanto "Dry", apesar de ter vendido bem.
O sucesso comercial de "Rid of Me" deu a idéia à Island Records, então gravadora de PJ, de lançar, em outubro, o álbum "4 Track Demos", totalizando 4 lançamentos neste mesmo ano, já que para promover "Rid of Me" foram lançados os singles "50Ft Queenie" e "Man-Size". Além disso, o trio de PJ Harvey passou praticamente o ano inteiro em turnê, o que fez de 1993 o ano mais agitado da carreira da cantora.
1994 começou com a saída do baterista Rob Ellis. PJ Harvey decidiu encarar a saída do músico como um pivô para uma mudança nos rumos de seu trabalho. Entre um projeto paralelo e outro (ela cantou a música "Satisfaction", dos Rolling Stones, junto com a cantora islandesa Bjork na cerimônia do British Awards; lançou seu único vídeo oficial até então, o "Reeling", baseado na turnê de "Rid of Me"; gravou a música "The Ballad Of A Soldier's Wife" para o filme tributo "September Songs", de Kurt Weill, entre outras coisas), Polly passa o ano de 1994 inteiro por conta de escrever o novo álbum e conseguir novos músicos para sua banda. Este novo álbum viria a ser gravado durante os meses de Novembro e Dezembro, nas cidades de Londres e Dublin.
No começo de 1995 Polly já era vista essencialmente como uma artista solo. Em fevereiro deste mesmo ano ela lança "To Bring You My Love", seu maior sucesso comercial até então. Este álbum foi precedido pela maravilhosa "Down By The Water" e complementado pelos singles "C'mon Billy" (maravilhoso!) e "Send His Love To Me".
Para a turnê mundial promocional de "To Bring You My Love", Polly contrata os músicos John Parish, Eric Drew Feldman (ex - "Captain Beefheart"), Joe Gore (ex - "Tom Waits"), Jean-Marc Butty e Nick Bagnall. Ela adota elementos de performance teatral em suas apresentações (incluindo aquela maquiagem muito louca pela qual ela viria a ser reconhecida durante muito tempo).
Polly Jean Harvey começa o ano de 1996 envolvida em colaborações com outros artistas. A primeira delas é um dueto com Nick Cave na música "Henly Lee", o qual rendeu um CD (single) que traz na capinha uma foto dos dois se beijando. O single faz muito sucesso, entrando inclusive para o TOP 20 do Reino Unido. Ah, sim: "Henry Lee" é uma música mórbida, mas muito boa (aliás, tudo que tem o Nick Cave no meio é mórbido...). Polly ainda contribuiu com vocais em outra faixa do álbum "Murder Ballads" (brrrr!) do Nick Cave. Nesta época surgiram muitos boatos de que os dois, a explosiva PJ e o mórbido Nick Cave, estariam tendo um caso amoroso. Verdade ou não, PJ nunca mais seria a mesma depois de seu contato com Nick Cave, a partir do qual suas músicas adquirem um quê de humor negro que está presente até o seu último disco.
Em setembro de 1996 PJ Harvey lança, juntamente com John Parish, o álbum "Dance Hall At Louse Point". A parceria entre os dois músicos resume-se em PJ escrever as letras e cantar sobre as músicas de Jonh. O resultado é muito bom mesmo, com destaques para a bela "Lost Fun Zone" e para faixa título. O álbum ainda rende um single, "That Was My Veil" e um vídeo para "Is That All There Is?".
1997 viria a ser um ano calmo e voltado para a reflexão de PJ. Ela não lança nada neste ano e só aparece eventualmente na mídia para a divulgação de algumas compilações que levaram algumas de suas músicas, entre elas a compilação com as músicas do tributo de Kurt Weill, "September Songs" (gravado em 1994).
Polly começa o ano de 1998 gravando voacis com o cantor "Tricky" (outro sujeito muito mórbido) na música "Broken Homes". Em setembro ela lança seu novo álbum, "Is This Desire?", que dá um novo rumo à sua carreira. Com músicas mais tristes, algumas delas baseadas mais na voz do que na melodia (ver "Catherine"), PJ entra novamente em evidência, e a crítica mundial recebe "Is This Desire?" de braços abertos. A cantora recebe nomeações para o Grammy e para o Brit Awards pela terceira vez em sua carreira, além de se tornar a primeira artista da história a receber três indicações para o Mercury Music Prize. Uma turnê é iniciada e dois singles são lançados para dar suporte a "Is This Desire?": "A Perfect Day Elise" e "The Wind". Os grandes destaque do álbum são "A Perfect Day Elise" (talvez a coisa mais alegre do CD) e a faixa título, um blues com um vocal maravilhoso sobre um baixo arrasador.
Polly passou os dois anos seguintes praticamente por conta de seu último álbum, o excelente "Stories From The City, Stories from the Sea". "Stories From The City, Stories from the Sea" é o resultado da inspiração de um tempo que PJ passou em Nova York. O disco é dominado por paisagens urbanas ("Good Fortune", "Big Exit", "This Mess We're In"), entre um momento bucólico - leia-se: do mar - e outro ("We Float", "Down by the Water"). Produzido por PJ Harvey, Mick Harvey e Rob Ellis, "Stories From The City..." é um tremendo sucesso de vendas no mundo todo. Ele só deu origem a um single, lançado no Reino Unido, o "Good Fortune". Thom Yorke, o líder do Radiohead e grande amigo de PJ Harvey, fez backing vocal em duas músicas e cantou em "This Mess We're In" (um dueto maravilhoso!). Polly, para variar, recebeu indicações ao Grammy, ao Mercury Music Prize e ao Brit Awards. Ganhou um Grammy especial por melhor performance de rock - feminina - em "This Is Love" (merecidamente!!).
This Is Love
PJ Harvey
I can't believe that life's so complex
When I just want to sit here and watch you undress
This is love, this is love
That I'm feeling
Isto é Amor
PJ Harvey
Não dá pra acreditar que a vida seja tão complexa
Quando tudo que eu quero é me sentar aqui vendo você se despir
Isto é amor, isto é amor
Que eu estou sentindo
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