Perfect Circle
Postado em 06 de abril de 2006
Biografia originalmente publicada no site Dying Days
Por Alexandre Lopes
Atualizado por Fabrício Boppré
O A Perfect Circle tomou forma quando Billy Howerdel, músico de estúdio e técnico de guitarras (que trabalhou com Tool, Smashing Pumpkins e Fishbone), gravou demos de canções incompletas, a fim de reunir pessoas interessadas em seu trabalho para preenchê-lo. Ele encontrou a baixista/violinista Paz Lenchantin, que criava trilhas sonoras para filmes e seriados de ficção científica (X-Files, por exemplo), e que já havia tocado em algumas bandas, entre elas The Martinis, banda do ex-Pixies Joey Santiago.
Logo, Maynard James Keenan, vocalista do Tool, se mostrou muito interessado pelo trabalho de Howerdel, que o havia conhecido durante as sessões de gravação de Aenima, do Tool. Howerdel se absteve no início, pelo fato de Maynard já ser comprometido com uma banda concreta, e Billy disse que queria um vocal feminino para suas composições. Ele na verdade não queria que sua banda soasse como o Tool. Mas, sendo que o Tool estava em animação suspensa devido a uma briga contratual com sua gravadora, Maynard instantaneamente se juntou a Howerdel e Paz.
Danny Lohner, baixista do Nine Inch Nails, se uniu ao grupo como guitarrista, e eles logo começaram a "juntar as peças" do trabalho de Howerdel. Mas Lohner não encontraria tempo disponível para ser um membro ativo no grupo, cedendo seu posto a Troy Van Leeuwen, guitarrista do Failure. Tim Alexander (ex-Primus e atual Laundry) colaborou como baterista nos ensaios, mas apenas quando Josh Freese (ex-Vandals, Devo e Guns 'n' Roses) não pôde estar presente. O grupo assumiu o nome de A Perfect Circle, tocando sets de 7 ou 5 músicas em alguns shows beneficientes, fazendo um "rodízio" entre Tim Alexander e Josh Freese.
Com a formação estabilizada, o A Perfect Circle começou o processo de gravação de Mer De Noms, lançado em 2000 pela Virgin Records. Durante a gravação e após o lançamento oficial do álbum, a banda abriu vários shows do Nine Inch Nails. A partir desta turnê, Maynard passou a usar uma peruca de fios castanhos ou louros, para diferenciar sua postura no palco do Tool e do A Perfect Circle, servindo também para se disfarçar dos seus fiéis adoradores que poderiam atrapalhar o crescimento do A Perfect Circle pelos seus próprios méritos.
O álbum de estréia do A Perfect Circle é muito bem produzido, com músicas que podem remeter a um encontro entre o Alice in Chains (na fase Tripod), Tool e Nine Inch Nails, com riffs mais pesados minimalizados pelas texturas sombrias e artificiais de algumas faixas. Mas artificial não quer dizer que o álbum soa falso! Comparado ao Tool, o A Perfect Circle soa mais objetivo, mas sem ser óbvio demais. Com certeza um dos melhores álbuns de bandas da atualidade. Destaque para "The Hollow", "Judith", "3 Libras", "Sleeping Beauty", "Rose" e "Thinking Of You".
Com Mer De Noms lançado, o single de trabalho escolhido foi "Judith". A banda foi conquistando notoriedade em vários lugares, e o "disfarce" de Maynard já não surtia o efeito esperado. Mesmo assim, ele continuou com esta maneira de separar o que ele era no Tool (cru, subjetivo e puramente artístico) e do que ele representava para o A Perfect Circle (um rockstar mais glamouroso e com um certo apelo sexual).
Mesmo com as acusações de satanismo/ateísmo das letras do grupo, sua populariedade crescia a cada apresentação, tocando em programas de TV como Tonight Show de Jay Leno, Late Show de David Letterman e o programa de Craig Killborn. A banda não se pronunciava diretamente se tinha uma ideologia satanista em suas letras, e quando indagado sobre o teor de "Judith", Maynard apenas dizia: "É uma música sobre fé cega. Não é exatamente para o Deus cristão, e sim para qualquer tipo de deus."
A banda ainda lança singles de "3 Libras" (com um belíssimo videoclipe) e "The Hollow", enquanto participa de milhares de turnês até meados de 2001, agora como ato principal de shows e festivais.
Terminadas as datas agendadas, o A Perfect Circle se encontra parado e seus membros partem para outros projetos: Maynard volta a gravar e excursionar com o Tool, após o lançamento de "Lateralus". Billy Howerdel faz algumas apresentações como convidado e produtor/engenheiro de som do Abandoned Pools, enquanto grava algum material solo. Troy Van Leeuwen monta o The Enemy (onde é o compositor principal), e excursiona com o Queens Of The Stone Age como músico de apoio. Josh Freese lança seu disco entitulado "The Notorious One Man Orgy", onde gravou a maioria dos instrumentos. Paz Lenchantin lança de maneira independente "Yellow My Sky Captain", coletânea de músicas que ela compôs desde a adolescência, e participa de projetos como a banda de seu irmão (Big Milk), Camerata Tango, Firecrasher (com Melissa Auf Der Maur), e por fim, a nova banda de Billy Corgan, o Zwan.
Depois de um longo período ocioso, o A Perfect Circle resolve voltar ao estúdio em 2003 para finalizar as músicas em cima dos esboços de Billy Howerdel. Mas a banda deixaria de contar com Paz Lenchantin, que ingressou permanentemente no Zwan, sem dar mais explicações aos antigos companheiros de banda. Billy e Maynard recrutam então Jeordie White, mais conhecido como Twiggy Ramirez (baixista e compositor do Marilyn Manson), o que em teoria deixará o álbum mais agressivo que o anterior. Em meio a esta confusão, Troy Van Leeuwen também não pode contribuir efetivamente com o A Perfect Circle, sendo ocasionalmente substituído pelo seu antecessor, Danny Lohner.
O segundo e esperadíssimo disco do A Perfect Circle, que recebeu o título de Thirteenth Step, sai na metade de 2003. Logo após o lançamento do álbum, James Iha, ex-Smashing Pumpkins, é anunciado como novo guitarrista. Nesse mesmo ano, a banda participa do Lollapalooza ao lado de Audioslave, Queens of the Stone Age e Jane's Addiction.
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