Gamma Ray

No começo dos anos oitenta, Kai Hansen e três amigos, Marcus Grosskopf, Piet Sielck e Ingo Schwitchenberg iniciaram uma banda chamada Gentry. Sielck logo depois saiu da banda para se tornar engenheiro de som e produzir muitos álbuns para várias bandas européias de Heavy Metal. Precisando preencher o espaço vazio, a Gentry juntou forças com um guitarrista da banda Powerful, Michael Weikath. Depois de fazer uma piada com "Você pode Ter o Halloween apenas uma vez por ano, o Helloween você pode ter o tempo todo.", Ingo e Marcus deram nascimento ao nome que mudaria a face do metal para sempre.

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Com Hansen nos vocais o Helloween lançou o EP Walls of Jericho e o EP Judas em 1985. Contudo, Kai achou difícil demais cantar e tocar guitarra ao mesmo tempo. Nas tours contavam com a ajuda do vocalista Ralph Scheepers. A conclusão veio com a tour: Ralf adquiriu uma posição permanente na banda (vinha da banda Tyran Pace). Ainda procurando por um vocalista, Weikath recrutou um jovem prodígio de 18 anos de nome Michael Kiske.

Em 1987 e 1988 lançaram dois dos mais aclamados álbuns de Heavy Metal de todos os tempos, Keeper of the Seven Keys Part I & II. Revolucionaram a face do Power Metal Europeu e asseguraram seus lugares na posteridade do Metal com seu rápido, melódico e ao mesmo tempo extremamente agressivo estilo de música.

Contudo, no fim de 88, as coisas tomaram um rumo diferente. A atitude da banda e a atmosfera em volta se tornou progressiva demais. Com a maior parte da hostilidade sendo dirigida a ele, Hansen decidiu deixar a banda que tinha ajudado a criar.

Após desistir em Janeiro de 89, Kai ajudou o Blind Guardian com seus álbuns Follow the Blind e Tales from the Twilight World, ajudou a compor músicas, tocou guitarra em várias faixas, e fez participação especial como vocalista. Tudo enquanto procurava por músicos para seu próprio projeto solo.

Kai logo se encontrou novamente com Ralf Scheepers e o convenceu a deixar o Tyran Pace e se tornar vocalista do seu projeto. Uwe Wessel (baixo) e Mathias Burchardt (bateria) também se juntaram à equipe. Com estes três e incontáveis outros músicos (os mais notáveis, Piet Sielck e Dirk Schlächter), Hansen gravou seu primeiro álbum solo.

Originalmente, Hansen nunca quis começar uma nova banda, apenas um projeto solo do qual ele e Scheepers eram membros. Contudo, o processo de gravação foi tão relaxado e soou tão natural que Hansen decidiu manter estes músicos e formar uma nova banda.

Heading for Tomorrow foi lançado em 19 de Fevereiro de 1990 e saudado como um dos melhores álbuns do ano. Hansen não queria fazer nenhuma tour para promover o álbum, contudo mudou de idéia e recrutou dois novos membros. Dirk Schlächter, que tocou baixo em várias músicas em Heading era um amigo de Hansen da época de faculdade. Mudando seu primeiro instrumento de escolha, Dirk se tornou o segundo guitarrista. Uli Kush (ex-Holy Moses) substituiu Mathias que deixou a banda para se concentrar mais em seus estudos. A nova line-up lançou o EP Heaven Can Wait em Setembro de 90, e começaram sua primeira tour asiática.

Com a tour asiática tendo sido um sucesso o Gamma Ray foi para a Dinamarca em fevereiro de 91 para começar a gravar seu próximo álbum de estúdio. Ironicamente, a Guerra do Golfo começou um mês depois, no aniversário. Tal presente trouxe uma atmosfera mórbida ao material do segundo álbum. A banda estava chocada com a guerra, Kai particularmente. Como resultado, 5 meses depois sairia Sigh no More em Setembro de 91. Como um álbum negro, ele reflete o pessimismo não característico do Gamma Ray naquela época.

Logo após terminarem a Sigh No More Tour, problemas emergiram na banda. Uli e Uwe decidiram deixar o Gamma Ray, por causa de diferenças irreconciliáveis. Uli imediatamente foi para o Helloween, substituindo Ingo Schwichtenberg.

Perdida sua seção rítmica, Kai precisava achar alguém. Ouviu a fita da banda alemã Anesthesia e encontrou Jan Rubach (baixo) e Thomas Nack (bateria). O Gamma Ray reformado construiu seu próprio estúdio em Hamburg (o famoso Hansen Studios) e começou a gravar seu terceiro álbum.

Em 2 Fevereiro de 1993 o Gamma Ray começou uma pequena tour com o Manowar. Poucos meses depois, em Junho de 93, Insanity and Genious foi lançado. Com um som mais hard e agressivo, a estranha variedade de canções definiu bem o título do disco. Logo depois, Hansen & Cia. começariam a Melodic Metal Strikes Back tour com Rage, Conception e Helicon.

Contudo, em 1994, a banda fez mais mudanças em sua line-up. O vocalista de longa data Ralf Scheepers saiu da banda. Hansen assumiu a posição de vocalista, mas continuou na guitarra. Scheepers vivia quase a 700km da base do Gamma Ray em Hamburg e não gostaria de se deslocar para uma localização mais próxima. A situação ficou extremamente difícil para a banda no que se relacionava a compor músicas e ensaiar. Nesta mesma época, Rob Halford havia deixado o Judas Priest, que estava precisando de um novo vocal. Ralf, um fã antiquíssimo do Priest, deixou claro que deixaria o Gamma Ray se tivesse uma oportunidade de cantar no Judas. Ralf não ingressou na posição de vocalista no Judas e subseqüentemente formou sua própria banda, a Primal Fear.

Em Maio de 95, Land of the Free foi lançado e saudado como um dos melhores álbuns do ano e ainda de todos os tempos. Hansen fez seu espetacular retorno aos vocais, soando melhor que nunca. Fãs de todas as partes do mundo se impressionaram com o feeling das músicas. O álbum incluía a participação de guitarristas como convidados especiais como Hansi Kürsch (Blind Guardian) em Farewell e Mike Kiske (ex-Helloween) em Time to Break Free. A última faixa, Afterlife, foi dedicada a Ingo Schwitchenberg que cometeu suicídio em 8 de março de 1995, depois de encarar imensas batalhas com problemas pessoais. Seguindo o lançamento do álbum uma longa tour começou, terminando em Novembro de 96.

Durante os intervalos da tour, Hansen achou tempo pra trabalhar com Adrian Smith (Iron Maiden) e Michael Kiske no projeto solo de Kiske, no álbum Instant Clarity. Kai dividiu as guitarras com Smith em algumas faixas e até ajudou a compor uma canção (New Horizons).

A primeira metade de 1996 ficou cheia de novos trabalhos da banda. Em Fevereiro de 96, o Gamma Ray lançou Silent Miracles, um lindo e decididamente diferente EP de lançamentos anteriores. Destacava 4 baladas, incluindo "A While in Dreamland". Composta num bar tarde da noite por Kai e Dirk, uma extraordinária composição realçando a voz de Hansen com Schlächter no piano. A maioria dos fãs concorda que é a mais perfeita performance vocal de Hansen até então. Em abril, o Gamma Ray lançou seu primeiro disco ao vivo oficial, Alive 95 e durante o verão gravou duas canções para os dois volumes do Tributo ao Judas Priest (a banda tocou Victim of Changes e, com Ralf Scheepers, um cover de Exciter). Apesar das colaborações de Scheepers e Kiske em 95 e em 96, o Gamma Ray deixou bem claro que nenhum dos dois iria voltar para a banda.

Mais mudanças balançaram a banda na segunda metade de 96. Dirk tinha sido um baixista antes de se juntar ao Gamma Ray e desejava retornar ao seu instrumento. Discussões tomaram lugar na banda sobre a possibilidade de colocar Jan Rubach na guitarra e deixar Dirk ir para o baixo. Além do mais Jan e Thomas estavam começando a ficar cansados do Metal Melódico. Suas últimas bandas, Anesthesia tocavam thrash/punk e era o que adoravam tocar. Rubbach decidiu deixar a banda e se juntar à sua velha banda. O momento não poderia ser pior já que uma tour agendada para a Espanha tinha que começar em Setembro. Embora Dirk tocasse baixo a banda ainda precisava de outro guitarrista. Hansen contou com a ajuda de Henjo Richter. Mas Thomas, amigo de Jan há muito tempo, antes mesmo do Gamma Ray, decidiu que ele não queria separar-se dele. Informou então a Kai e Dirk que terminaria a tour na Espanha e deixaria a banda.

Enquanto Hansen escrevia material para o próximo álbum do Gamma Ray e procurava por novos membros, achou tempo para trabalhar com o projeto de Piet Sielck, o Iron Saviour. Tocando guitarra e ocasionalmente cantando, Hansen era parte da banda. O Iron Saviour toca power metal direto, soando como o clássico Walls of Jericho do Helloween

Hansen e Schlächter começaram a escrever novo material para o próximo álbum no fim de 96, enquanto procuravam por novos membros. Kai achou Henjo através de um vocalista que queria ser o novo vocal do Gamma Ray. Embora Kai tenha dito a ele que não estava procurando por um, ele quis conhecer o cara e a banda com a qual tocava, que incluia um guitarrista chamado Henjo Richter. Desde então, Henjo fez um trabalho fenomenal preenchendo o cargo de guitarrista e durante a tour na Espanha, o Gamma Ray ofereceu a ele uma posição permanente. Dirk sugeriu um jovem baterista, Daniel Zimmermann, da banda Lancer. Kai e Dirk produziram um álbum para a banda de Dan mais cedo, e Schlächter se lembrava de seu incrível talento.

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Com o time reassegurado, o Gamma Ray se concentrou para terminar seu novo álbum. A banda tinha a difícil tarefa de não só ultrapassar o sucesso de um álbum de altíssimo nível (Land of the Free), mas incorporar dois novos membros à banda. Encarando o desafio de cara, em maio de 97, lançaram o EP Valley of the Kings e seguiram com um LP, Somewhere Out In Space, em setembro. Hansen & Cia. fizeram o impossível: seguiram um clássico moderno com outro clássico moderno. Com um feeling estupendo e incríveis contribuições melódicas de Henjo Richter (The Guardians of Mankind e The Winged Horse), este álbum é considerado pela maioria dos fãs o melhor da banda.