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Sgt. Peppers: O mais importante disco da história?

Resenha - Sgt. Peppers - Beatles

Por Márcio Ribeiro
Postado em 26 de março de 2005

Índice das partes desta matéria

Desde garoto, da primeira vez que vi o LP Sgt. Peppers, a capa do disco me chama atenção. É um quadro repleto de personagens e mensagens aguardando você explorá-la com intuito único e exclusivo de lhe proporcionar entretenimento.

Introdução

Conforme os anos foram se passando, mais e mais pessoas analisaram e escreveram sobre esta capa. Hoje, através da internet, podemos achar diversos sites que listam todos os objetos e todas as pessoas incluídas (e até algumas que acabaram de fora) desta arte tão rica. Mas a minha inquietação a respeito das informações obtidas continuava. Embora possamos hoje saber que a mão sobre a cabeça de Paul na capa é de Issy Bonn, quem foi Issy Bonn afinal? Quem são estas pessoas? Porque algumas delas foram escolhidas?

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Com estas perguntas em mente e sem encontrar um único site com todos os dados, nós da Whiplash, arregaçamos as mangas e começamos a navegar a grande rede, lendo e colhendo informações em livros e sites diversos, mundo afora. O resultado final desta pesquisa está aqui agora, pela primeira vez em um único lugar e em português (Okey gringos, morram de inveja!).

A intenção vai desde oferecer pequenas biografias, evidentemente resumidas, dos personagens, como também informações complementares de todo o projeto dos Beatles em relação à capa, contracapa e capa interna do álbum. Falamos sobre como foram surgindo as idéias iniciais, as canções, e oferecemos algumas fotos alternativas para você guardar.

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Você encontrará nos links abaixo todos os dados conhecidos referentes a este que é considerado o álbum que fez o rock passar a ser considerado arte.

Agora com vocês, o show que conhecem a tantos anos...

Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band.

Como surgiu a idéia e qual o conceito do Sgt. Peppers?

De onde veio a idéia?

No filme A Hard Days Night existe uma cena logo no início em que os quatro Beatles estão disfarçados com barbas e bigodes, assim livrando-se da perseguição dos fãs na estação de trem. Todos os quatro Beatles se divertiram muito com a experiência que os fez perceber o poder da maquiagem. Paul, particularmente, pediu à equipe de maquiagem para lhe confeccionar um bigode postiço. Depois das excursões em 1966, ele resolveu fazer uma experiência; foi sozinho à França passar duas semanas, e, ainda no aeroporto, após passar pela alfândega, colocou um bigode postiço, penteou o cabelo para trás, passou vaselina, e colocou óculos com lentes de vidro sem grau.

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Em Bordeaux, Paul encontrou-se com Mal Evans. Seguiram para a Espanha e depois para o Kenya, onde participaram de um safári. Voltando de Nairobi para Londres, no dia 19 de novembro, Paul vai mentalmente se preparando para voltar à vida de ser caça de fãs e da imprensa. Imerso nestes pensamentos, Paul imaginou os Beatles fingindo ser outra banda, podendo assim distanciar-se da imagem dos meninos de Liverpool, que o mundo ainda tinha deles. Pondera sobre as vantagens que haveria para a banda, estando livres para poderem experimentar e explorar estilos fora daquelas ligadas à imagem pública dos Beatles.

Durante o exercício de se enxergar com uma visão externa, este poderia ser o primeiro passo em direção a uma nova imagem. Não mais de meninos engraçadinhos, mas de homens e artistas já maduros. Este é o princípio original e embrionário, que evoluiria para o projeto que conhecemos hoje como Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band.

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Como surgiu o nome Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band?

A segunda parte dos eventos que se seguiram referem-se ao nome. Como é que Paul surgiu com o nome Sgt. Pepper? Paul McCartney passaria a brincar com nomes, geralmente com Mal Evans e em certa ocasião, almoçando juntos, no lugar de saleiros o local oferecia pequenos pacotinhos de sal e pimenta, apropriadamente identificados respectivamente de "S" e "P". Evans teria brincado, dizendo algo como "O que são estas coisinhas? Oh! Sal e Pimenta" (Salt n' Pepper). Paul, brincando com o sotaque de sua terra, repete de primeira: "Sgt. Pepper". Segundo o próprio Paul McCartney, ele imediatamente associou Sgt. Pepper como um nome que poderia ser usado como um pseudônimo para os Beatles. Todo o resto do nome e concepção inicial do projeto começam a partir deste instante.

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Em plena psicodelia, estavam nascendo bandas com nomes tão compridos quanto criativos, tais como Quicksilver Messenger Service ou Big Brother and the Holding Company. Paul sentia falta de uma extensão para emendar com Sgt. Pepper. Então ele pensou que um Lonely Hearts Club, que jamais teria uso para uma banda, seria um contraste interessante. Para se chegar ao Lonely Hearts Club, Paul lembrou do clube que existia perto do ponto de ônibus em Penny Lane, em sua cidade natal. Um Lonely Hearts Club é um lugar que pessoas solteiras ou solitárias freqüentam para conhecer outras pessoas igualmente solitárias. Mal comparando, seria o equivalente às agências de casais que existem hoje em dia, porém, sem o mesmo tipo de organização ou tecnologia. Com o nome agora completo, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, Paul não demoraria a escrever a canção que seria gravada em primeiro de fevereiro.

Quais as pessoas e objetos da capa do Sgt. Peppers?

Clique no link abaixo para um infográfico sobre a capa.

Quais as outras curiosidades sobre a capa do Sgt. Peppers?

O projeto da capa

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A idéia inicial para a capa veio de Paul McCartney que desenhou em um pedaço de papel uma multidão em uma praça para assistirem Sgt. Pepper e sua banda receberem do prefeito uma copa ou troféu. Paul contou sua idéia para Robert Frazer que o levou para conhecer Peter Blake, um dos artistas pioneiros e fundadores do Movimento Pop Art. Peter então fez o seu desenho, mudando ligeiramente o conceito inicial, que iria mudar mais até se tornar a capa como nós a conhecemos.

Nessa primeira reunião entre Blake, Frazer e McCartney, nasceu a idéia da banda escolher a galeria de pessoas a serem representados na capa. Paul então levanta a proposta com os demais Beatles, sugerindo que todos relacionassem nomes de pessoas que admiram e que gostariam de ver na capa.

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Quem escolheu as figuras presentes na capa?

John Lennon: Algumas das escolhas de John para serem homenageados na capa foram apenas para ser atrevido. Entre estes podemos citar Mahatma Gandhi, Adolf Hitler, Jesus Cristo e o Marquês de Sade, os dois últimos jamais chegando à arte final. Brigitte Bardot, Lord Buckley, James Joyce e Friedrich Nietzsche também acabariam de fora. Suas opções entre os homenageados presentes são Lenny Bruce, Aleister Crowley, Dylan Thomas, Oscar Wilde, Edgar Allen Poe e Lewis Carroll.

George Harrison: A sua lista só inclui gurus indianos. São eles Sri Mahavatara Babaji (entre William Burroughs e Stan Laurel), Sri Yukteswar Giri (ao lado de Aleister Crowley), Sri Lahiri Mahasaya (entre Albert Stubbins e Lewis Carroll), e Paramahansa Yogananda (ao lado de H.G. Wells).

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Ringo Starr: Com seus pensamentos mais voltado para casa, Ringo não se interessou em escolher ninguém para o mural, porém apoiou as escolhas feitas pelos demais.

Paul McCartney: Embora nem todos de sua lista acabassem na arte final, Paul relaciona suas opções como sendo Brigitte Bardot, William Burroughs, Robert Pell, Karlheinz Stockhausen, Aldous Hexley, H.G. Wells, Albert Einstein, Carl Jung, Aubrey Beardsley, Alfred Jarry, Tom Mix, Johnny Weissmuller, Rene Magritte, Tyrone Power, Karl Marx, Richmal Crompton, Dick Barton, Tommy Handley, Albert Stubbins e Fred Astaire.

Peter Blake e Jane Haworth: O casal de artistas contribuiu com as presenças de W.C. Fields, Tony Curtis, Dion DiMucci, Bobby Breen, Shirley Temple, Sonny Liston, Johnny Weissmuller, e H.C. Westerman.

Robert Frazer: Entre os homenageados na capa, estão lá por sua escolha Terry Southern, Wally Berman e Richard Lindner.

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Pessoas que participaram do processo de confecção da capa

Robert Frazer era dono da Frazer Art Gallery em Londres e seu gosto artístico era muito respeitado por Paul, que tornara-se seu cliente e, através de Frazer, comprou vários quadros. Robert Frazer serviu de assistente e consultor geral para o projeto da capa e foi quem sugeriu e apresentou Peter Blake para cuidar de sua criação, como também trouxe Michael Cooper para ser o fotógrafo. Frazer também é responsável pela escolha da foto interna utilizada, escolha aprovada pelos quatro Beatles.

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Peter Blake e sua esposa Jane Haworth desenharam e desenvolveram toda concepção maior da capa do Sgt. Peppers a partir de um desenho e concepção inicial de Paul.

Michael Cooper (na foto ao lado examinando a montagem, clique para ampliar) foi o fotógrafo da capa. Era contratado da galeria de artes de Frazer, que estava muito satisfeito com seu trabalho. Cooper também faria a capa do disco Their Satanic Majesties Request dos Rolling Stones, onde iria inserir, entre as flores, os rostos dos quatro Beatles, tirados da capa interna do Sgt. Peppers.

Gene Mahon foi quem fez as chamadas telefônicas procurando floriculturas e estátuas de cera, como também quem aumentou todas as fotos das pessoas escolhidas por Blake, Frazer e os Beatles. Com ele, trabalhou como assistente seu colega Al Vandenberg, ajudando a recortar e colar papelão fino nas costas de cada uma destas fotos. No final, Mahone ganhou permissão para desenhar livremente toda a contracapa do album. Entre outros detalhes, foi sua a idéia de colocar as letras das musicas como parte da arte, como tambem destacar a frase, "A splendid time is guaranteed for all" para o final dos créditos.

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Neil Aspinall era assistente dos Beatles desde os tempos de Cavern. Neil foi quem pesquisou as bibliotecas à procura das fotos dos homenageados. Ele teria a assistencia de Mal Evans nesta tarefa.

Wendy Hanson era ex-secretária particular de Brian Epstein chamada de volta exclusivamente para ajudar com o projeto da capa. Seu papel foi localizar e obter a permissão de todas as pessoas vivas homenageadas na capa.

The Fool: Dupla de desenhistas holandeses, Simon Posthuma e Marijke Koger, que seriam mais conhecidos como The Fool. Contratados da Apple, foram convidados a contribuir com a arte para a capa interna do Sgt. Peppers. Entregaram um desenho bem psicodélico, típico da época, mas que acabaria sendo preterido pela foto no fundo amarelo. Acabaram com o direito de desenhar a jaqueta original em que o disco é guardado. O desenho é um dégradé que vai de um vermelho escuro até o branco puro, vindo de baixo para cima. The Fool se reconfigurariam como um quarteto, somando-se Josje Leeger e Barrie Finch, passando a ser responsáveis pelas confecções das roupas da loja de modas Apple, que os Beatles lançariam ainda no verão de 1967. Mais tarde, iriam ainda gravar um disco.

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Versões alternativas e pessoas que foram removidas da capa

Nas fotos originais da sessão da capa notam-se personagens que não apareceram na versão final. Mahatma Gandhi, à direita, acima de Diana Doors, foi coberto com folhas na versão final para evitar controvérsias em torno da dominação inglesa sobre a Índia. Leo Goacey (um dos Bowery Boys), o quarto da direita para a esquerda na fileira de cima, foi retirado por ter pedido $500 pela permissão de uso de sua imagem, solicitação recusada pela EMI.

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Também é possível notar personagens que ficaram escondidos na versão definitiva, como Albert Einstein, ao lado dos bonecos de cera dos Beatles (na capa se vê o cabelo de Einstein atrás do ombro de Lennon), ou Bette Davis, vestida em seu figurino de Rainha Elizabeth, foto sua tirada do filme "The Private Lives of Elizabeth and Essex" de 1937 (totalmente escondida atrás de George na versão definitiva). Outro escondido na capa é Albert Schweitzer.

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Em uma das primeiras fotos (mostrada ao lado), pode-se notar além do posicionamento diferente dos quatro Beatles, o bumbo diferente que foi substituído pelo definitivo no decorrer da sessão.

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Adolf Hitler, que chegou a ter uma foto sua de perfil entre os demais, foi logo substituído pela foto de Johnny Weissmuller. Outros cogitados mas que ficariam de fora foram Jean Cocteau, Elvis Presley, Dixie Dean (jogador de futebol do Everton) e Billy Liddle (jogador de futebol do Liverpool).

A Capa Interna

Para a capa interna os Beatles encomendaram um desenho psicodélico da dupla de artistas holandeses conhecidos como The Fool. O desenho apresentado era psicodélico, tipicamente influenciado em LSD, como a época pedia. Apresentava uma paisagem como que em um sonho, com nuvens, montanhas e pássaros maravilhosamente coloridos. Um céu em arco, que oferecia um espaço vago para que colocasse algum dizeres. Muitas flores e um pavão com seu rabo bem à mostra, enquanto pequenas figuras dos Beatles apareciam entre a flora. Paul McCartney descreve o desenho como sendo euro-psicodélico, pegando emprestado de Mucha, Beardsley e art noveau. Infelizmente os artistas erraram nas dimensões, problema corrigível com um enquadramento mais largo e o desenho centralizado. Os Beatles gostaram do trabalho, porém Robert Frazer o considerava bom em concepção todavia o desenho em sí de segunda categoria. Frazer insistiria que os Beatles não utilizassem o desenho, prometendo oferecer uma opção melhor em futura data. Depois que a sessão de fotos para a capa foi executada, Frazer trouxe a sua escolhida para a capa interna, opção que os Beatles aceitaram.

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A concepção de mandar uma mensagem pelo olhar e não pela fala, é a intenção maior desta foto. Foi de comum acordo que todos olhassem para a lente da câmara pensando exclusivamente no sentimento de amor. A mensagem seria os Beatles desejando amor para todos que estão olhando para a foto.

Somente dois Beatles estão usando seus MBE’s (Member of the British Empire) em seus uniformes. São eles Paul e George.

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Paul McCartney tinha como idéia original a banda vestida em uniformes lembrando o Exercito da Salvação, associação beneficente que procura ajudar mendigos. Os outro três não gostaram da idéia e partiram para confeccionar um uniforme próprio.

Os uniformes foram confeccionados na Burman's, do alfaiate Maurice Burman, que normalmente fazia material militar para filmes épicos. O uniforme da banda de Sgt. Pepper é um somatório de vários estilos de uniformes ingleses existentes em períodos diferentes da história. Cada Beatle escolheu uma cor, optando sempre por cores fortes e diferentes. A intenção é confrontar o raciocínio tradicional de que uma tropa tem que ser vestida literalmente uniforme (de uma só forma).

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O Encarte

Uma outra idéia para a produção da capa que foi seriamente discutida, seria incluir, junto com o disco, um envelope com diversos decalques auto-colantes e tatuagens que colassem na pele com uma lambida. A idéia era remeter a memórias da infância, quando estas coisas eram dadas na compra de um chiclete ou revista em quadrinhos. Mas a EMI reclamou muito da despesa extra e da impraticabilidade de toda a idéia. Assim, o meio termo entre o prático e o imprático, o que podia e o que não podia, se tornou o encarte. Em um fundo verde de papelão, você teria a opção de recortar, se quisesse, uma medalhinha, um bigode do Sgt. Pepper e o colorido bumbo da banda. O painel também incluía um desenho do importante Sargento, baseando-se no rosto de um busto que existia no jardim de John e que foi usado na foto da capa.

Quais as curiosidades sobre as faixas do Sgt. Peppers?

Antes de atrelar o conceito de os Beatles tocarem com um pseudônimo, as primeiras sessões para o novo álbum pareciam ter como tema central a infância em Liverpool. Isto foi provocado pela composição Strawberry Fields Forever, que John escreveu na Espanha durante as filmagens de "How I Won The War." Inspirado por esta canção, Paul escreveu Penny Lane e depois ressuscitou When I'm Sixty-Four, uma composição antiga, escrita para seu pai. A dupla Lennon-McCartney ainda iria compor juntos A Day in the Life. Durante parte desta período, os Beatles batizaram o álbum jocosamente de "One Down, Six To Go" em uma referência ao novo contrato com a gravadora e os discos que ficaram obrigados a criar. Antes de A Day In The Life ser efetivamente gravado, o tema de infância foi abandonado.

A seqüência das canções, com dois lados ininterruptos de música, é mais um detalhe que faz com que este disco seja visto como tão inovador. Esta idéia veio de John Lennon e foi combatida por Brian Epstein que sabia que embora o conceito fosse de um trabalho inteiro e não uma coleção de canções, sempre haveria aquele público que iria preferir pular certas faixas procurando ouvir apenas as favoritas. Epstein perdeu a discussão.

Com a intenção clara de oferecer o máximo de música possível no espaço de um vinil, começa uma nova era de popularidade para o bolachão. Até então, LP's (Long Plays) eram vistos como um veículo para colocar alguns hits somados a o que em inglês se costuma chamar de fillers, ou seja, músicas apenas para completar o vinil. A proposta dos Beatles acaba com este raciocínio e LP's passam a ter uma identidade própria e em tempo, seria suplantado o interesse maior, que sempre fora dado aos compacto. Os Beatles aliás, sempre deram importância para que todas as músicas de seus álbuns fossem de alguma qualidade, mas este é o primeiro álbum que procura demonstrar claramente, com as faixas sem intervalo, que é para se ouvir inteiro uma música após a outra, na ordem apresentada, muito como uma peça de teatro ou um filme. Em retrospectiva, Sgt. Peppers seria visto como o primeiro álbum conceitual da historia.

Para o mercado americano, o álbum lançado no dia 2 de junho, já tinha pedidos avançados na ordem de um milhão de copias, vendendo mais de dois milhões e meio até final de agosto. O álbum foi Nº 1 no Reino Unido por 27 semanas (seis meses e meio), e na América por 19 semanas (quatro meses e meio). Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band recebeu quatro Grammy Awards naquele ano, por melhor álbum, melhor álbum contemporâneo, melhor capa de um álbum e álbum com melhor engenharia de som. Em 1977 o álbum ainda viria a receber da British Phonogram Industry a honra de ser considerado o melhor álbum Britânico de pop criado entre 1952 e 1977.

Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band

O álbum começa com uma orquestra afinando seus instrumentos antes de iniciar a primeira faixa, a canção Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. Na verdade, esta afinação de instrumentos foi retirada do inicio da gravação da orquestra para A Day In The Life. As bases foram inicialmente gravadas em 1º de fevereiro, porém os sopros foram adicionados em março. Optou-se por usar quatro French Horns, executados por James Buck, John Burden, Tony Randell e Neil Sanders. Os aplausos e risadas utilizados em dois momentos da canção foram retirados dos arquivos sonoros da EMI (Volumes 6 e 22) e foram gravados em apresentações realizados respectivamente no Royal Albert Hall e no Elizabeth Hall. No final da canção, ao chamar o cantor Billy Shears, a gritaria e alarde ouvidos vêm de uma fita da apresentação dos Beatles no Hollywood Bowl de 1965.

A Little Help From My Friends

Com as sessões do Sgt. Pepper's já quase findando, Lennon e McCartney sabiam que faltava uma canção para Ringo cantar. Era de lei que ele, como também George, tivesse pelo menos um número em cada álbum. Paul então compõe With a Little Help From My Friends, em que John contribuiu com algumas frases, a letra já bastante encaminhada. A canção foi gravada dia 20 de março, o mesmo dia em que os Beatles tiraram as fotos para a capa. John estava com o dedo latejando e nesta primeira sessão, a canção foi chamada de Bad Finger Boogie.

Lucy In The Sky With Diamonds

Alguém um dia levantou a hipóteses de que o titulo é uma referencia a LSD e embora John Lennon tenha seguidamente desmentido a idéia, a lenda até certo ponto continua. Embora a letra possa ter sido escrita entre viagens do alucinógeno, já que Lennon neste período estava experimentando com a droga, o título na verdade vem de um desenho de seu filho Julian, então com quatro anos. Lucy é Lucy O'Donnell, uma colega de escola. À esquerda consta o desenho de Julian que inspirou a canção e seu titulo.

As gravações começaram dia 1º de março e foram concluídas no dia seguinte, faltando apenas mixar. Variação na rotação da gravação foi uma técnica utilizada mais nesta do que em qualquer outra canção no álbum. A base inicial foi reduzida de quatro para dois canais em uma rotação de 49 ips. A primeira voz de John, acompanhado pelo backing de Paul foi gravado em 45 ips, enquanto a segunda voz de John novamente com backing de Paul, foram gravados em 48 1/2 ips. Assim, no resultado final ouvido no disco, apenas o baixo de Paul e a guitarra com pedal fuzz de George, estão em rotação normal.

Getting Better

Hunter Davis estava entrevistando Paul McCartney, preparando material para o que seria a primeira biografia autorizada dos Beatles, acabando por ser publicada em 1968. Conversando enquanto levava a cadela Martha para passear, Paul observa o tempo bom e comenta "It's getting better" (está melhorando), se referindo à melhora do tempo com a chegada da primavera. A frase lhe trouxe lembranças de Jimmy Nichol, antigo baterista do Georgie Fame & the Blue Flames, que se tornou um Beatle durante parte da excursão Australiana de 64, enquanto Ringo estava hospitalizado (veja foto desta formação ao lado). Nichol, ao ser indagado como se sentia após cada ensaio e show, respondia sempre com um sorriso, "It's getting better." Davis conta que, ao voltar para casa, Paul pegou a guitarra e começou a brincar com a frase. Mais tarde John Lennon chegaria e "Getting Better" seria a canção de trabalho do dia. Canção composta realmente em pareceria, Lennon diria a respeito que "Eu sinceramente acredito em paz e amor. Eu sou um homem violento que aprendeu a não ser violento. Sou um homem que se arrepende de sua violência."

She's Leaving Home

Paul McCartney leu este artigo sobre uma menina de 17 anos que fugiu de casa, e como ele sempre tivera um bom relacionamento com seus pais, a história o tocou. À procura de sociedades alternativas, jovens deixando o lar e abandonando uma educação formal eram relativamente comuns a partir de 1967.Da frase "I can't imagine why she should run away, she has everything here." proferida pelo pai da menina no artigo, Paul escreveu "we gave her everything money could buy".A menina se chama Melanie Coe. A maior distinção entre sua historia pessoal e a da canção, é que ela na verdade fugiu para se encontrar com um rapaz que trabalhava como croupier num cassino. No mais, Paul acertou bastante quanto à distancia na comunicação entre as gerações dos pais e filhos. Ela foi encontrada e raptada de volta para a casa de seus pais até completar 18 anos e casar, para poder fugir de vez.

A canção tem a distinção histórica de ser a única gravada pelos Beatles, contendo uma orquestração arranjada por outra pessoa que não fosse George Martin. Quando Paul McCartney, autor da canção, procurou Martin, este estava ocupado terminando a produção de outro artista. Martin pediu que Paul aguardasse alguns dias antes dele poder assumir o arranjo, mas na pressa Paul não pensou duas vezes em contratar outro arranjador, Mike Leander, para fazê-lo. George Martin, apesar de ofendido, não deixou de continuar a trabalhar e colaborar, regendo a orquestra para a gravação.

Being For The Benefit of Mr. Kite

Enquanto gravando o clip para Strawberry Fields Forever, John Lennon e um empregado da NEMS, Tony Bramwell, entraram em um antiquário perto do hotel que a equipe usava como base, na cidade de Sevenoaks em Kent. Lá, John encontrou e comprou um cartaz emoldurado, impresso em 1843, na era Vitoriana, anunciando o Pablo Fanque's Circus Royal. John usou o pôster como inspiração para a canção, mas mudou vários dos fatos para facilitar rimas. Pablo Fanque, cujo verdadeiro nome é William Darby, foi o primeiro negro proprietário de um circo na história da Inglaterra. O cartaz hoje pertence a Sean Lennon. À esquerda está a foto dele ainda pendurado na parede da casa de John em 1971. Clique na foto para ver mais detalhes do cartaz.

Na faixa, Mal Evans, Neil Aspinall, George Harrison e Ringo Starr tocam gaitas enquanto George Martin toca um órgão Wurlitzer e John Lennon um órgão Hammond.

Within You, Without You

A letra é baseada na filosofia hindu que George estava estudando. Ele compôs a canção após um jantar, na casa de Klaus Voorman. Embora Klaus fosse baixista, ele tinha um órgão em um quarto adjacente que George usou nesta tarde. Apesar da era ser do ácido, a canção foi regada a incenso e maconha. Gravada no dia 25 de março, com complementos no dia 3 de abril e mixagens no dia seguinte. Foram gravados dois violinos e três violoncelos, em um arranjo escrito por George Martin, seguindo determinações de George Harrison. Nos violinos tivemos Erich Gruenberg como violinista principal, acompanhado por Alan Loveday, Julien Gaillard, Paul Scherman, Ralph Elman, David Wolfsthal, Jack Rothstein e Jack Greene. Nos violoncelos estão Reginald Kilbey, Allen Ford e Peter Beaven. A sessão durou onze horas e incluiu também George Harrison tocando violão acústico, swordmandel e tamboura. Neil Aspinall também contribuiu tocando outra tamboura juntamente com músicos indianos conhecidos por Harrison, vindos da Asian Music Center de Finchley, cujos nomes não foram anotados. Gravaram tabla, dilubra, swordmandel e tamboura.

When I'm Sixty-Four

Paul escreveu esta canção ainda menino, em 1957, na casa em que morava com sua família. Ele tinha acabado de se juntar ao Quarry Men, banda que em três anos evoluiria para os Beatles. A canção chegou a pertencer ao repertório da banda, como uma opção acústica para a cada vez mais comum quebra de equipamentos. A letra original foi inspirado em seu pai, James McCartney, ex-trumpetista de jazz nos anos trinta, por isto seu estilo tão peculiar. Em 1966, com a canção "Winchester Cathedral" se tornando um sucesso e o filme "Bonnie & Clyde" trazendo de volta os valores da década de trinta, Paul achou válido trazer a canção à tona, não antes de reescrever alguns versos. O fato de que em julho de 1966 seu pai completava 64 anos de idade também é creditado como provável motivação para a sua decisão. A sessão iniciada em 6 de dezembro de 1966, teve um naipe de clarinetes gravados no dia 21 de dezembro. Os três clarinetistas são Robert Burns, Henry MacKenzie e Frank Reidy.

Lovely Rita

Certo dia, Paul McCartney se aproxima do seu carro a tempo de ver uma policial de trânsito feminina aplicando-lhe uma multa. Ao reparar seu nome, Meta Davis, Paul comenta que Meta soa como algo que ele poderia usar em um jingle. Ao ser indagado por esta historia, Paul nega que Rita seja Meta. Ele conta que alguém havia comentado que tais policiais, que na Inglaterra são chamadas de traffic warden, na America, são chamadas de meter maids. Paul achou o nome "meter maid" extremamente musical e enquanto brincava ao piano, acabou indo de meter maid para Rita meter maid. O resto da canção cresceu daí. Gravações iniciando no dia 24 de fevereiro, onde Paul toca o piano além do baixo. A base foi toda gravada com o rolo em 46 1/2 ips, dando a impressão de ser mais rápido ao ser reproduzido na velocidade normal.

Good Morning, Good Morning

John Lennon tinha o hábito de ler o jornal na cozinha com a sua televisão portátil (a mesma que aparece na capa do disco) ligada sem volume. Um dia ele assiste uma propaganda do cereal de milho da Kelloggs, que chama sua atenção. O produto tem como animal símbolo um galo e um jingle que dizia "Good morning, good morning. The best to you each morning. Sunshine breakfast, Kelloggs Corn Flakes, crisp and full of fun". Este foi a fagulha que deu origem a esta canção dos Beatles. A letra da canção de Lennon é em si uma ode à vida suburbana que ele estava vivendo na época. A canção também oferece no final uma seqüência de sons de diversos animais. Os animais são escolhidos por ordem, do mais fraco para o mais forte, com o posterior sendo capaz de consumir o predecessor. O naipe de sopros vieram da banda americana Sounds Inc., que os Beatles conheceram no Star Club de Hamburgo em 1962. Nesta época, the Sounds Incorporated estavam tocando com Gene Vincent e Little Richard. Gravados no dia 13 de março, o naipe contou com três saxofonistas, Barrie Cameron, David Glyde e Alan Holmes; dois trombonistas, dos quais um se chama John Lee, e o outro infelizmente sendo esquecido pelo tempo e a falta de registros precisos. Por último, havia alguém tocando o French Horn, cujo nome é lembrado apenas como Thomas.

Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band - Reprise

Foi só no final das gravações que Neil Aspinall sugeriu que o álbum poderia ter um Sgt. Pepper's reprise para ser emendado com A Day In The Life. A idéia agradou e, diferente do primeiro, esse Sgt. Pepper's tem os quatro Beatles cantando. Paul tinha viagem marcada em dois dias, portanto esta gravação, foi iniciada e terminada em uma sessão de onze horas no dia 1º de abril.

A Day In The Life

A canção se refere quase que exclusivamente a alguns artigos de jornal lidos por Lennon. O acidente de carro é do amigo Tara Browne, herdeiro da família Guinness, donos da cerveja irlandesa Guinness. A menção dos buracos em Lancashire foi inspirada no artigo mostrado à sua esquerda. Sobre o exercito inglês ganhando a guerra, trata-se de uma referência ao filme "How I Won The War" no qual Lennon atuou menos de seis meses antes.

Para a gravação da orquestra, que foi realizado na noite de sexta-feira, dia 10 de fevereiro, o grupo fez um evento. Os 40 músicos foram instruídos a comparecerem de fraque, e lhe foram oferecidos chapéus de festa, carecas postiço, olhos e charutos falsos e nariz de palhaço para serem usados. Uma pata de gorila foi colocada na ponta de um arco de violino, balões de gás amarrados no arco de violoncelos, tudo contribuindo para criar um ar de festa e humor.

Amigos foram convidados para assistirem o evento em clima festivo, entre eles, Donovan, membros do the Fool, os Rolling Stones e os Monkees, que estavam na cidade nesta ocasião. Tudo foi filmado com o intuito de preparar um filme promocional para a televisão, o que hoje seria chamado de vídeo clipe, porém a idéia foi abandonada quando a BBC baniu a canção, acreditando que esta fazia apologia a drogas. Cenas do evento acabaram sendo aproveitados na década de noventa para o filme, Imagine - John Lennon.

The Inner Groove

Na concepção original para vinil, no final do disco, antes que a agulha da vitrola chegasse a ser levantado automaticamente, você ouve uma mensagem ao contrario (backmasking). A idéia se originou da preocupação que o silencio ao final de A Day in The Life, já acertada como sendo a última musica do album, seria o único silêncio em todo o LP. Então resolveram adicionar uma mensagem ao contrario no final do disco, idéia que seria acrescida à sugestão de se adicionar ainda um apito canino, que imite um som em 15 kilociclos, inaudíveis para o ouvido humano. Lennon que fez a sugestão, gostou da idéia de ter os cães levantando as orelhas nesta hora. Segundo Paul, a mensagem original é: "Couldn't really be any other", apesar de depois concordar que ao ouvir o resultado, soava mais como "We'll fuck you like superman."

Ordem das gravações das faixas

Strawberry Fields Forever *
Pantomine - Everywhere It's Christmas **
When I'm Sixty-Four
Penny Lane *
Carnival of Light ***
A Day in the Life
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
Good Morning Good Morning
Fixing a Hole
It's Only A Northern Song *
Being for the Benefit of Mr Kite
Lovely Rita
Lucy in the Sky with Diamonds
Getting Better
Within You Without You
She's Leaving Home
With a Little Help From My Friends
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Reprise)

* Músicas gravadas neste período que ficaram de fora do disco

** Gravação feita especificamente para o compacto natalino que os Beatles ofereciam anualmente e exclusivamente, para o seu Fã Clube.

*** Material avant-garde feito especificamente para uma festa com o mesmo nome. Quase 14 minutos de musica com o envolvimento dos quatro Beatles.

Os Beatles ainda haveriam de gravar pelo menos três fitas com falas, e uma com somente bateria e percussões. Das falas, duas foram mensagens para as duas primeiras e principais rádios piratas na Inglaterra, a Radio Caroline e a Radio London. O conteúdo se tratava de mensagens natalinas, de boas festas e feliz ano novo. Ambas foram gravadas no mesmo dia em início de dezembro. A terceira, gravada em meados de março, tem material desconhecido e não se encontra mais nos cofres da EMI. O rolo com baterias e percussões, gravado em meados de fevereiro, tem Ringo atacando suas peles por 22 minutos. A intenção é desconhecida e o material nunca foi aproveitado.

Ficha Técnica

Produtor: George Martin

Engenheiro de Som: Geoff Emerick. Por razões especiais, Emerick faltou duas sessões e meia, sendo substituído por Dave Harries (metade inicial de uma sessão de Strawberry Fields Forever), e na sua folga por Malcom Addey e Ken Townsend (uma sessão de Getting Better). Peter Vince também o substituiu em uma mixagem de Getting Better.

Segundo Engenheiro de Som: Phil McDonald. Trabalhou ao lado de Geoff Emerick durante todo o início das gravações do álbum, datando desde novembro com Strawberry Fields Forever. Foi então substituído por Richard Lush a partir de fevereiro, este seguindo pelo restante do álbum. Graham Kirkby (uma sessão de Getting Better) e Ken Scott (mixagem de She's Leaving Home) contribuíram com seu trabalho em dois dias distintos.

Paul Está Morto? Quais as dicas na capa do Sgt. Peppers?

O boato da morte de Paul McCartney foi iniciado em 1969 por um jornal universitário em Michigan, nos Estados Unidos. O boato durou aproximadamente três meses daquele ano e a aparição de Paul, que passara um período de férias escondido na Escócia, teria terminado com o assunto. Porém caçar supostas dicas sobre a morte tornou-se divertido entre os Beatle fãs e fanáticos, fazendo com que o assunto rendesse matérias ocasionais durante parte da década de setenta até ser finalmente esquecido.

Por algum motivo, o boato aparentemente voltou a se alastrar no final da década de noventa, com pessoas hoje, em pleno século XXI, afirmando existir provas irrefutáveis de que Paul McCartney está morto de verdade. Para uma maior compreensão sobre a historia da morte de Paul, como o boato surgiu e se alastrou, e porque os Beatles teriam ou não colocado dicas sobre o assunto em seus discos, não hesite em pesquisar na nossa pagina Paul Está Morto? (visite a página dos Beatles dentro da seção Bandas), que dará todos os detalhes. Porém aqui, nesta pagina, nos prenderemos apenas às dicas deixados no disco Sgt. Pepper's.

Uma vez considerando a hipóteses de Paul estar morto como uma realidade concreta, tendo Brian Epstein colocado um sósia, William Campbell, no seu lugar, e os Beatles restantes dando dicas sobre esta noticia através de seus álbuns, músicas e filmes, resta-nos investigar que dicas são estas. Seguem em tom de fato inquestionável, as dicas que no final do verão de 1969, deixaram meio mundo adivinhando.

A primeira dica é a própria capa do disco que passou a ser interpretada como um funeral para o falecido Beatle. Reforçando a teoria, estão os detalhes na complexa arrumação da capa.

O arranjo de flores estaria desenhando o formato do instrumento de Paul, o baixo Hoffman modelo violino. Repare que o desenho da guitarra está disposto para a esquerda, pois Paul era canhoto. Para deixar ainda mais clara a dica, existem três cordas sobre o instrumento. Se cada corda representasse um Beatle, está faltando um.

Na capa, vemos quatro figuras de cera dos Beatles, fase 64. Eles estão todos tristes olhando para o suposto túmulo. Ao lado, os verdadeiros Beatles estão todos segurando instrumentos metálicos. Todos menos Paul, que tem em suas mãos um corne inglês, que é um tipo de oboé feito de madeira negra. O instrumento, escolhido por sua cor, é exclusivamente para associar o músico com a morte. Na verdade, Paul escolheu o corne inglês por ser o instrumento que seu avô tocava. Acima da cabeça de Paul há uma mão aberta, como que acenando. Passou-se a associar a mão como parte de um gesto das culturas do leste, dado aos que se foram, antes de serem enterradas. Infelizmente, este gesto e seu simbolismo não existe em nenhuma cultura conhecida. Este aceno reapareceria outras duas vezes em outros discos.

No extremo direito da capa há a boneca de pano de Shirley Temple vestida com o pullover com os dizeres Welcome the Rolling Stones. No seu colo está um carro que simbolizaria o Aston Martin de Paul McCartney, no qual ele havia se acidentado e encontrado seu destino. Há manchas no vestido da boneca que são interpretadas como sendo sangue. Outra dica seria relativa à estatueta de Shiva, Deusa hindu de quatro braços, que estaria apontando sua mão da morte para Paul. O problema com esta teoria é que a estatueta não é de Shiva mas da Deusa Lakshmi Ma, também de quatro braços, representada geralmente de roupas brancas ou vermelhas, mas sempre sobre um lótus vermelho.

A ultima dica na capa não está bem a vista. Se você colocar um espelho no bumbo, cortando os dizeres Lonely Hearts exatamente no meio; com boa vontade, você poderá ler "One He Die". Tudo isto quer dizer que Paul está morto? Tem gente que acha que sim. Se você acha que algumas destas dicas estão esticando um pouco a boa vontade, então presta atenção para esta. Tem gente que olha para o arranjo de flores que é identificado como sendo o instrumento do baixista e consegue ler o seu nome, Paul. E já que estamos interpretando mensagens sutis, olhe para a capa novamente e no arranjo de flores vermelhos onde se lê BEATLES, veja se você não consegue dividir as letras e então ler BE AT LESO (Esteja em Leso). O que é, ou aonde fica Leso? Bem, Leso é o nome de uma ilha grega comprada pelos Beatles que, segundo a tese, teria sido engolida pelo mar. Paul estaria enterrado lá.

Na foto da capa interna, existem mais algumas dicas. A primeira se trata do posicionamento dos quatro Beatles, todos ligeiramente de lado menos Paul. Assim, as ombreiras do uniforme, aparentam estar apontando para Paul uma vez que ele é o único que se vê os dois ombros. No braço esquerdo de Paul está costurado no uniforme o emblema O.P.D. cujo significado é Officially Pronounced Dead (Oficialmente Pronunciado Morto). O furo desta tese é que o emblema na verdade diz O.P.P. e se refere ao Ontario Provincial Police (Policia da Província de Ontario) e foi oferecido para cada um dos quatro Beatles como lembrança, quando a banda passou por lá em agosto de 1965. Outra tese refere-se à medalha que Paul está usando, supostamente uma Medalha de Valor, simbolizando que Paul morreu uma morte de herói. Na verdade a medalha é seu MBE (Member of the British Empire) conferido aos quatro Beatles em 1965. Ao seu lado, George também está usando o seu.

Na contracapa existem algumas dicas curiosas. A mais obvia é que na foto dos quatro Beatles, apenas Paul está de costas. Isto seria para representar que ele não estava realmente ali. Aliás, existe uma tese de que nem é Paul nesta foto e sim Mal Evans, eterno amigo dos quatro. O que reforça esta tese é o fato que, nesta foto de costas, Paul está bem mais alto do que os demais. O que derrota a tese é o fato que todas as fotos foram tiradas em um só dia, e existem entre as fotos que não foram usadas, diversas com Paul McCartney, bem visível. Ainda em relação à foto, podemos observar que em cima da sua cabeça está a palavra Without You, parte do titulo da canção "Within You, Without You." Outra aparente dica é o dedo do George Harrison apontando para cima, onde não por acaso está parte da letra de "She's Leaving Home" que diz "Wednesday morning at five o' clock as the day begins" (Quarta-feira as cinco da manhã, ao começar do dia). Esta seria a forma encontrada pelos Beatles de anunciar a hora da morte de seu ex-membro.

Uma curiosidade em relação a Paul e este suposto sósia está nas gravações das músicas. Percebe-se claramente uma diferença de técnica por parte de Paul McCartney a partir de um certo momento na carreira. Se antes Paul se prendia a reforçar os graves, obrigação básica de qualquer baixista, ele agora passa a fazer linhas melódicas com o baixo. É quase como se fosse outro baixista, embora ainda tendo todo o jeitão de Paul McCartney. Será que além de parecido com Paul, este sósia é até mais músico do que o verdadeiro Paul? A verdade é que Paul está evoluindo como músico. Aprendeu com Brian Wilson dos Beach Boys que um baixista não precisa se prender exclusivamente a reforçar os graves e que pode também fazer a melodia. Paul aderiu ao conceito e se desenvolveu magistralmente bem, melhorando sua técnica como músico.

Outras dicas são inseridas nas canções e Sgt. Peppers é o disco que mais oferece explicações de como e quando ele morreu. Em "Good Morning, Good Morning" reforça-se a hora da morte com a frase "People running round, it's five o' clock" (Pessoas correndo por todo lado, são cinco horas). A música "Within You, Without You" passa a ter um sentido mais específico à morte de Paul, uma vez que a letra fala em aceitar o fato que temos que aprender a viver "sem você" (Paul). Logo no final da canção de abertura ouvimos um Paul McCartney anunciando "Let me introduce to you the one and only Billy Shears" (Deixa eu lhe apresentar, o um e único, Billy Shears). A frase supostamente é um código para anunciar publicamente o sósia do Paul, William Campbell. O diminutivo para William é Billy. O nome Billy Shears é apenas uma maneira astuta de dizer Billy's here (Billy está aqui). Fragmentos da historia de como Paul veio a falecer são encontradas nas canções "Lovely Rita" e "A Day in the Life." Na primeira, Rita foi uma carona vistosa, que fez Paul se distrair no volante. A confissão está nas frases "caught a glimpse of Rita" (vi Rita em um relance) e "Took her home, I nearly made it." (Levei-a pra casa, quase consegui).

Lennon estaria confirmando tudo com a primeira estrofe de "A Day in the Life". Na teoria da morte de Paul, a frase "He blew his mind out in a car. He didn't notice that the lights had changed." (Ele perdeu sua cabeça dentro de um carro. Ele não reparou que o sinal mudou.) falaria claramente do acidente de carro causado pela distração de Paul ao volante, provavelmente por estar ocupado olhando Rita de relance. Na verdade, a primeiro estrofe da canção de John se refere ao acidente de Tara Browne, amigo dos Beatles (acidente registrado na foto ao lado).

A última dica para alguns seria o Inner Groove, aquele finalzinho em que os Beatles falam uma frase ao contrário. Há uma certa variação para o que foi entendido como sendo a frase secreta. Todas são referentes a morte de Paul. Entre as frases mais ouvidas estão, "Lucy Abbey all the way"(?), "He's found heaven" (Ele encontrou o paraíso), "We'll all be back here soon" (Estaremos todos de volta aqui logo) e "Never could be any other way" (jamais seria de outra forma). São todos interpretados como uma forma que os Beatles sobreviventes encontraram para sugerir que aceitem a morte do Paul.

Outra dica está desta vez na jaqueta que guarda o disco. Sim na prensagem original, a jaqueta desenhado pelo duo The Fool apresenta uma gama de cores de baixo para cima, que começa com um vermelho forte e culmina com branco em seu topo. Supostamente, o vermelho simboliza o sangue do falecido Beatle aqui na terra e o branco, a paz dele no céu.

O boato se estende para a possibilidade de uma prensagem Européia onde poderia-se ouvir em "A Day in the Life" dois segundos de murmurinho que, ao aumentar o volume, revelavam a frase "Paul's found heaven" (Paul encontrou o paraíso).

Todas as dicas e explicações são puramente fictícias. Paul McCartney goza de boa saúde e está com sua carreira artística ainda em atividade. Além de compor e gravar suas músicas, excursionando ocasionalmente, tendo diminuído seu tempo de estrada, uma vez que sua idade já é avançada, Paul tem se expandido para pintura e poesias, lançando livros e fazendo exposições. Mas, apesar de o boato de Paul ser todo fictício, vários dos fatos são relacionados com eventos que de fato aconteceram. Nenhum dando no resultado que se divulga, ou seja, a morte ou o anuncio da morte de Paul. Para informações mais completas, não hesite em pesquisar o assunto no link abaixo.

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Sobre Márcio Ribeiro

Nascido no ano do rato. Era o inicio dos anos sessenta e quem tirou jovens como ele do eixo samba e bossa nova foi Roberto Carlos. O nosso Elvis levou o rock nacional à televisão abrindo as portas para um estilo musical estrangeiro em um país ufanista, prepotente e que acabaria tomado por um golpe militar. Com oito anos, já era maluco por Monkees, Beatles, Archies e temas de desenhos animados em geral. Hoje evita açúcar no seu rock embora clássicos sempre sejam clássicos.
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