Paul Di'Anno emociona fãs com exemplo máximo de resiliência e amor à música em Curitiba
Resenha - Paul Di'Anno (Curitiba, 09/02/2023)
Por Gustavo Maiato
Postado em 12 de fevereiro de 2023
Thiago Bianchi, vocalista do Noturnall, se preparava para encerrar o segundo show de abertura da noite em Curitiba quando proferiu ao público o discurso que melhor sintetizaria a apresentação de Paul Di’Anno, ex-vocalista do Iron Maiden, que começaria em poucos minutos:
"Esse cara aqui está fazendo história. É uma das maiores turnês de um artista gringo já feitas no Brasil. Ele mostrou que não há limites para quem quer buscar seu sonho. Ele está numa cadeira de rodas e dando 110%. Qual a desculpa de vocês?", disse.
Se o início da turnê em Fortaleza foi marcado por falhas técnicas e atrasos, na capital paranaense a história foi outra. Realmente, apenas a simples presença de Paul Di’Anno no Teatro (bastante cheio) já foi capaz de inspirar corações e mentes dos presentes com o exemplo de sua resiliência.
Com saúde debilitada e andando de cadeira de rodas por causa de uma cirurgia na perna, Di’Anno surgiu acompanhado de uma banda que era formada por integrantes do Noturnall e Electric Gipsy (que abriram a noite) e já chegou com o jogo ganho pelo menos no quesito repertório. Isso porque estavam previstas as execuções dos álbuns "Iron Maiden" e "Killers", que ele participou com a Donzela de Ferro.
Se o jogo estava ganho por esse lado, é claro que parte do público se perguntava se o show seria tecnicamente viável e decente. Os problemas que tiveram foram poucos, como pequenas interrupções para ajudar Paul a se acomodar na cadeira. Comunicativo e bem-humorado, Di’Anno cantou como pode hits emocionantes como "Remember Tomorrow" e "Running Free" – sempre gesticulando e agitando como podia.
Quem veio disposto a entender a situação de que é um show de rock diferente do normal, certamente saiu satisfeito do Teatro Bom Jesus. Aliás, outro ponto negativo foi o próprio teatro em si – que era totalmente preenchido por cadeiras e acabou impedindo o público de abrir rodinhas ou pular mais abertamente. Por outro lado, o palco era enorme e deixou todos os músicos bem distribuídos.
Na abertura, os mineiros do Electric Gipsy deram aula de carisma, figurino e sonoridade. Com hits no estilo Aerosmith, o vocalista Guss Collins conseguiu arrancar elogios da plateia e músicas como "The Devil Made Me Do It" são tão acertadas que conseguem grudar na cabeça à primeira audição.
O segundo ato ficou com os veteranos do Noturnall, que conseguiram o que parecia impossível: tirar os curitibanos das confortáveis cadeiras e colocar todo mundo para pular no gargarejo. Para isso, o vocalista Thiago Bianchi precisou se esforçar e até mesmo caminhou no meio da galera por cima das cadeiras do teatro. Destaque para o hino "Wake Me Up" e "O Tempo Não Pára", cover de Cazuza que ganhou versão metal e surpreendeu positivamente.
PAUL DIANNO
ELECTRIC GIPSY
NOTURNALL
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