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Zappa Family Trust: a fantástica fábrica de requentar o pão

Por
Postado em 27 de novembro de 2023

Meu primeiro contato com a obra de Frank Zappa foi através da música "Stairway to Heaven" do Led Zeppelin. O ano era 1991 e eu tinha acabado de ler um artigo falando superbem de um disco chamado "The Best Band You Never Heard in Your Life" que continha uma versão inusitada da música do Led Zeppelin. Logo logo me interessei e fui correr atrás para conhecer. Eu nunca tinha ouvido falar no tal de Frank Zappa. Assim que o disco chegou em minhas mãos, foi amor à primeira ouvida. A versão de "Stairway to Heaven" é até legal, mas o resto do disco é muito melhor. Comecei a buscar toda a obra de Zappa e, a cada disco, eu me apaixonava mais. A diversidade de sua música é impressionante, talvez só comparada a diversidade de Miles Davis.

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Foto: Dominio Público - Wikipedia
Foto: Dominio Público - Wikipedia

Quando ele faleceu em 1993, eu já possuía todo o catálogo e mais alguns bootlegs. A obra é imensa, são mais 60 discos até o último, com ele ainda em vida, "The Yelloow Shark". Em minhas mãos, eu tenho 85, incluindo dois box "Beat the Boots", um bootleg box com 10 discos "The History and Collected improvisations of Frank Zappa and The Mothers" e mais alguns bootlegs. E aí começa a saga da Zappa Family Trust. Logo após o seu falecimento, foram lançados alguns álbuns póstumos: em 1994, "Civilitation Phaze III"; em 1996, "The Lost Episodes" e "Lather e, em 1997, "Have I offended Someone?" e "Mystery Disc". Comprei todos, ainda achava que valia a pena. Porém, depois disto, a Zappa Family Trust continuou a lançar discos e mais discos em quantidades absurdas. Hoje, a quantidade de póstumos já ultrapassa a de produção em vida. É requentar o pão de ontem, não há nada de novo, e, dado a dificuldade de aquisição no Brasil e os preços exorbitantes, julgo que mais nada valha o investimento. Uma pena com um dos nomes mais criativos da música contemporânea. Menção ao site oficial do Frank Zappa, a Zappa Family Trust fez um bom trabalho lá.

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Só para ilustrar, a minha versão de "The Best Band You Never Heard in Your Life" possui uma foto da banda na capa, a qual foi excluída nas versões posteriores.

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Sobre Isaias Freire

Isaias Freire é baixista nas poucas horas vagas e amante do rock em tempo integral. No final dos anos 90 foi pioneiro criando o blog (que a vida se encarregou de deletar) de música “Sábado Som” em homenagem ao programa homônimo dos anos 70.
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