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Cirque du Soleil: "filho do rock progressivo"

Fonte: UOL Música
Postado em 02 de agosto de 2006

ANTONIO FARINACI
Editor de UOL Música

"Uma mistura de Brahms com Pink Floyd". Assim o canadense René Dupéré, 61, compositor responsável pela trilha de "Saltimbanco", espetáculo que o Cirque du Soleil apresenta no Brasil, a partir de quinta (3), define suas inspirações. "Adoro música classica", explica o músico, "mas sou filho do rock progressivo".

De férias no Maine, extremo nordeste dos Estados Unidos, o músico, que é responsável pelas trilhas mais famosas do Cirque, como "Alegría" e "Mystère", conversou com UOL Música sobre seu trabalho na trupe.

Música clássica e rock progressivo ajudam a explicar a música extremamente melodiosa e ligeiramente lisérgica, com um pé na world music e outro no new age, que Dupéré faz para os espetáculos do Cirque. Também pesa aí o fato de o compositor não querer fazer música de fundo para os espetáculos, mas música "com vida própria".

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"Eu não quero uma música que simplesmente reafirme o que se está vendo e ressalte os momentos de tensão no picadeiro com rufos de tambor", explica o compositor, "o público é inteligente e sabe quando um número de trapézio é perigoso".

Dupéré, que virou fã da cantora brasileira Joyce depois de assistir a um show dela em Paris, deve vir ao Brasil no final do ano, para assistir às últimas apresentações do Cirque du Soleil no país.

O compositor participou da criação da trupe, em 1984, por ocasião das festividades de aniversário da cidade de Quebec, mas esteve afastado do grupo de 1995 a 2004. "O Cirque du Soleil foi meu primeiro emprego como músico, e eu queria experimentar fazer outros tipos de música, para cinema, para TV, para comerciais".

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No momento, Dupéré trabalha na trilha de um filme espanhol, "La Luna en Botella", e na música para um espetáculo do Cirque du Soleil em Tóquio, em 2008, que inaugurará um teatro da trupe canadense dentro da Disneylândia japonesa.

Leia abaixo a íntegra da entrevista:

UOL Música: Você participou da criação do Cirque du Soleil, em 1984. Como você conheceu o Guy Laliberté, diretor do grupo?
René Dupéré: Antes de entrar para o Cirque eu dei aula de música para crianças, de 1968 até 1981. A uma determinada altura, eu resolvi largar meu emprego simplesmente porque eu queria ser um compositor, em tempo integral. Quando eu era professor, eu compunha só as músicas para as minhas aulas, mas eu queria me dedicar a isso em tempo integral. Daí eu larguei o emprego e entrei para um grupo de artistas de rua de Quebec, o Fanfafonie, como tocador de tuba. No Canadá há muitos artistas saltimbancos, que se apresentam nas ruas e em festivais. Nós fizemos uma turnê pelo Canadá e pela Europa. 1983, logo depois de voltar de uma segunda turnê européia, Guy Laliberté nos convidou para ser a orquestra do Cirque, que seria formado no ano seguinte (para as comemorações do aniversário de fundação de Quebec). Foi como começamos a trabalhar juntos. Mas eu já conhecia Guy Laliberté desde 1979, porque ele também era artista de rua e Quebec é um lugar muito pequeno. A gente sempre se cruzava em turnês, em alguma cidadezinha. No primeiro show do Cirque du Soleil eu tocava tuba e sintetizadores.

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UOL Música: Quais são os fundamentos que nortearam o Cirque du Soleil em sua criação?
RD: A gente não tem uma tradição circense no Canadá, então, desde o início, nos inspiramos em duas coisas: no lado teatral, que vem da arte de rua, e nas acrobacias, que vem de uma tradição russa e chinesa, que não usa animais e se baseia totalmente nas habilidades humanas e que são as bases da escola de circo de Montreal, fundada em 1979, antes do Cirque du Soleil. Esses são os dois eixos do trabalho do Cirque du Soleil: teatro e acrobacias.

UOL Música: No primeiro espetáculo do Cirque você também compôs a música?
RD: Algumas partes, não toda. Só alguns trechos da trilha para os entreatos, que é a música que liga um número ao outro, e as música de introdução dos números. Acho que compus apenas umas duas trilhas para números, em si. Foi só em 1986, no espetáculo "The Magic Continues", que eu escrevi minha primeira trilha completa.

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UOL Música: Por que o Fanfafonie deixou de ser a orquestra do Cirque du Soleil?
RD: Em 1985, todo o circo se mudou de Quebec para Montreal, e o pessoal da Fanfafonie, que era todo de Quebec, resolveu não ir junto. Daí eu saí do Fanfafonie, fui para Montreal sozinho, e contratamos músicos para o espetáculo de 1986. A partir do ano seguinte, até 1994, eu já nem toquei no espetáculo, apenas compus a música. Em 1994, depois do espetáculo "Alegría", depois de dez anos, eu deixei o Cirque, pois queria me dedicar a outras coisas --o Cirque tinha sido meu primeiro emprego como músico, e eu queria fazer trilhas para cinema, para TV, para comerciais. E foi o que eu fiz nesse tempo. Mas, em 2004, eu voltei para fazer o espetáculo "Ka".

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UOL Música: No Brasil, o Cirque du Soleil vai apresentar o musical "Saltimbanco", de 1992, que fala sobre a vida numa cidade megalópole. De onde você tirou sua inspiração para a trilha?
RD: Desde o começo, a gente queria fazer um espetáculo sobre a urbanidade, onde a cidade grande fosse a própria personagem principal. Mas no Cirque du Soleil a gente não tem uma grande história por trás, ela é apenas um fio condutor para amarrar o espetáculo do começo ao fim. A idéia é pegar o expectador e levá-lo para um passeio de carro por uma grande cidade, por diferentes bairros, com os vidros abertos. Acho que é essa a sensação que a trilha passa, com todos os seus sons diferentes. Tem música que poderia ser africana, tem música que lembra ária de ópera, tem muito jazz, rock, pois a minha idéia era de que as cidades são um caldeirão onde se misturam todas essas culturas e são o único lugar onde se pode ouvir todos esses tipos de música.

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UOL Música: A música de circo tradicional é geralmente simples, com efeitos de percussão, rufos de tambor e apitos, que servem para enfatizar a ação. Que interesse isso tinha para você?
RD: Desde o princípio, eu avisei ao pessoal do Cirque du Soleil que eu tinha duas exigências muito simples. A primeira é de que a música tinha de ter vida própria, ter uma importência para a narrativa do espetáculo, e não apenas ser uma música de fundo. A segunda, é de que a música tinha de ser evocativa, e não apenas reafirmar o que o público já está vendo. Se um malabarismo no trapézio é perigoso, eu não quero por uma música que enfatize o perigo, com rufos de tambor. Eu quero algo diferente do que se vê, pois o público tem inteligência para saber que um número de trapézio é perigoso. E, quando a música é bem feita e é diferente daquilo que se vê, a cena e a trilha criam uma química que é mais rica do que a simples soma das duas.

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UOL Música: E como funciona o processo de criação da música? O que vem primeiro, a cena ou a trilha?
RD: Se eles já têm alguma coisa pronta, eles me mostram, e o diretor de cena me sugere algum tipo de música para aquele ato. Daí eu trabalho em casa, sozinho, compondo. Normalmente é assim para os temas. Mas o resto da música, as aberturas, os finais, os entreatos, isso é feito nas últimas semanas antes da estréia, pois o circo é um trabalho em constante mudança, e mudanças podem acontecer a qualquer momento, às vezes independentemente de nossa vontade. E é por isso, inclusive, que trabalhamos sempre com músicos ao vivo, no espetáculo, pois sabemos que mudanças podem acontecer em cima da hora. Mesmo durante um espetáculo, alguém pode se machucar, e aí é preciso mudar a ordem de alguma música, alterar o andamento, encurtar ou alongar uma música... A cada noite, a música que se apresenta não é exatamente a mesma.

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UOL Música: Você teve alguma dificuldade de convencer o Cirque de Soleil a usar uma música que não fosse a música tradicional de circo, com os rufos de tambor e efeitos descritivos que você mencionou?
RD: De jeito nenhum. Tem a ver com tudo o que o Cirque faz. A concepção de palco é diferente, o cenário é moderno, a direção é avançada. Então, acho que a música só podia ser assim. Foi muito fácil convencer as pessoas de que esse era o tipo certo de música para a trilha, se elas quisessem fazer algo que fosse na contracorrente do que se fazia em termos de circo. E se eu tivesse que fazer música de circo tradicional eu simplesmente teria dito não, pois não é o tipo de música que eu faço. E isso vale para todas as trilhas que eu faço. A música tem que ser evocativa e tem que ter vida própria.

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UOL Música: Você não tem medo de que a trilha acabe chamando mais atenção do que a cena?
RD: Não! Eu acho que a trilha tem que ser forte. Se o filme for forte também, a música não vai roubar o show. No circo é a mesma coisa. A música tem de ser forte e o espetáculo tem que ser forte. Eu adoro compositores como Ennio Moriconne, que fazem temas fortes.

UOL Música: Quais são suas influências?
RD: Compositores italianos: Ennio Moriconne, Nino Rota, Henry Mancini e Vivaldi. Eu também gosto muito de música clássica do romantismo... Eu costumo brincar dizendo que minhas maiores influências são Brahms e Pink Floyd. Mas é um pouco verdade, pois eu sou um filho do rock progressivo.

UOL Música: E o que você gosta de ouvir?
RD: Adoro música melodiosa, que pode ser cantarolada. Sou um grande fã de música clássica, Brahms, Stravinsky, Bach, Vivaldi... Mas eu adoro jazz também...

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UOL Música: Você conhece música brasileira?
RD: No ano passado, eu vi um show maravihoso em Paris, com a cantora Joyce. Era só ela e violão, por duas horas, e foi um dos shows mais bonitos que eu já vi na minha vida. Foi fantástico. Mas não posso dizer que eu seja um entendido em música brasileira. Conheço obviamente Caetano Veloso, Chico Buarque, mas eu não conheço nada de novo. Acho que a coisa mais nova que eu conheço de música brasileira é Lenine.

UOL Música: E quais são seus próximos trabalhos?
RD: Estou trabalhando em dois projetos: Uma trilha para um filme espanhol chamado "La Luna en Botella", de um diretor chamado Grojo, e numa trilha para um espetáculo do Cirque du Soleil que vai estrear em Tóquio, em 2008.

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UOL Música: E você não vai acompanhar os shows do Cirque no Brasil?
RD: Eu devo ir no final do ano. Estou me programando para isso. Eu estive no Brasil em 1996, para o casamento de uma amiga (a produtora de cinema Kátia Machado), e passei duas semanas no Rio e em Parati. Adorei Parati, a cidade é linda.

UOL Música: E o que você carrega no seu i-Pod, quando viaja?
RD: Praticamente só música clássica e jazz. Oscar Peterson, Stephan Grapelli, também um pouco de Rachmaninoff, um pouco de Chopin, um monte de Johann Sebastian Bach, um pouco do meu amigo Jim Corcoran, que pra mim é um dos maiores cantores de Quebec, Sarah McLaughlin e k.d. lang, que eu adoro...

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