L.A. Guns: entrevista em vídeo durante passagem pelo Brasil
Por Fabia Fuzeti
Fonte: Revista Dynamite
Postado em 13 de junho de 2010
Durante a passagem da banda pelo Brasil, o L.A. GUNS concedeu uma entrevista exclusiva para a Revista Dynamite e Gasolina Filmes. Confira abaixo.
Os shows no Brasil
TRACII GUNS: Goiânia é um lugar diferente! Nós não sabíamos o que esperar de lá, mas foi uma plateia bacana e estava muito calor. O clima era muito quente e fizemos novos amigos, que é claro a razão principal de tudo. Mas São Paulo... uau!
Eu fiz esta tatuagem da última vez que estive aqui (mostra tatuagem escrito Brazil).
Eu adoro aqui. É o melhor lugar. E tocar ontem no festival (Virada Cultural) foi... Não seria possível fazer esse tipo de festival em Los Angeles, porque as pessoas não gostam umas das outras lá. Foi muito legal ver centenas de milhares de pessoas por toda a cidade se divertindo e nós pudemos tocar para eles... É uma festa gigante. Nós amamos.
CHAD STEWART: Essa é minha segunda visita ao Brasil e eu concordo com o TRACII, esse é um lugar especial. Vocês tem uma relação especial com a música e isso é visível para a banda e é um prazer ser parte disso.
JEREMY GUNS: É definitivamente um lugar diferente dos outros que nós já estivemos, é um dos melhores lugares, talvez o melhor.
JIZZY PEARL: Foi demais. (risos)
Relançamento do álbum "SHRINKING VIOLET" pelo selo de STEVE VAI, FAVORED NATIONS
TRACII GUNS: JIZZY fez parte do LA GUNS em 1999-2000 e nós fizemos este álbum especialmente porque íamos sair em turnê com o POISON, e queríamos gravar logo, algo que pudéssemos vender nestes shows grandes, mas ele nunca foi disponibilizado nas lojas, não está no Itunes. Então fui sondado por DEAN SCHACHTEL, que cuida do selo do STEVE VAI, FAVORED NATIONS. Primeiro eles queriam que a gente fizesse um álbum novo, mas depois eles perguntaram se o "SHRINKING VIOLET" tinha sido lançado por alguma gravadora e eu disse que não. E eles perguntam o que acharíamos de lançá-lo, porque poderíamos usar o dinheiro em divulgação e poderíamos dar continuidade desta maneira. O álbum será lançado agora dia 25 de maio no mundo todo, menos aqui. Aqui só sairá daqui uns três ou quatro meses. Estamos negociando o contrato para lançamento na América do Sul no nosso verão, ou no inverno de vocês.
Planos para o resto do ano
TRACII GUNS: Temos muitos planos. Ficaremos mais uma semana na América do Sul, depois voltamos para casa por um período curto. No verão faremos turnê pelos EUA, depois vamos para Coreia, Japão, Austrália, Havaí e depois de volta para os EUA. No final de novembro iremos para a Europa e depois de uma pausa talvez a gente volte para cá, pois o álbum terá sido lançado. Estes serão os próximos oito meses.
Apresentações solo no Japão
TRACII GUNS: No meu show solo eu toco qualquer coisa que eu quiser, mas a razão de eu estar indo para lá é basicamente divulgação. O FASTER PUSSYCAT também estará tocando, alguns deles serão minha banda. Eu vou tocar apenas umas cinco músicas, duas noites, e fazer várias entrevistas. E também o workshop. Olha é assim que se toca terrivelmente... E depois voltamos com o LA GUNS em setembro.
A volta do JIZZY para a banda
TRACII GUNS: Ninguém canta como este cara... só o DOOGIE WHITE. JIZZY PEARL e DOOGIE WHITE. One in the same man. A química entre nós é tão boa, bem blues, então é confortável entre nós. Nós tivemos muitos cantores nessa banda, todos são bons à sua maneira, mas o JIZZY consegue fazer todas as coisas que os outros faziam... e até melhor. A relação que nós quatro temos é a coisa mais importante, nós viajamos o mundo todo juntos, é sempre como férias, sempre divertido e sem stress.
JIZZY PEARL: Bem, é divertido. (risos)
Sobre o L.A. GUNS de PHIL LEWIS
TRACII GUNS: Eu tenho os direitos sobre o nome. E ponto final. (NR: E porquê você deixa eles usarem o nome?). Porque eles são incapazes de fazer outra coisa. Eu não me importo com o que eles fazem. Eles podem se auto-intitular GUNS ‘N´ ROSES e ainda assim ninguém vai gostar deles. Porque eles são uns cuzões. Então fodam-se. Eles podem se chamar LED ZEPPELIN e ninguém vai gostar deles. Fodam-se.
JEREMY GUNS: É! fodam-se.
As gravações que fizeram para a VH1
TRACII GUNS: CHAD, JEREMY e eu, além de outras duas pessoas, MARTY CASEY, que as pessoas conhecem pelo programa de TV (ROCKSTAR: INXS), e ele tocou no Brasil com a gente, e BIG AL, que é nosso outro guitarrista, nós estávamos fazendo um álbum no Canadá, e nós tínhamos uma equipe de filmagem. Não era uma equipe da VH1. Funciona da seguinte maneira: você filma e depois a VH1 edita e faz o programa. Mas a gravadora tem tanto dinheiro, e é por isso que nós estávamos fazendo isso, pelo dinheiro... mas nem todo o dinheiro do mundo pode fazer uma pessoa ser esperta... Então este cara tem um monte de dinheiro e nós fizemos um álbum ótimo, e gravamos centenas de horas de vídeo, e ele acha que sabe de tudo, como vai fazer e tudo mais, e basicamente nunca ninguém verá isso, nem ouvir este álbum...
CHAD STEWART: Infelizmente ele não sabe o que está fazendo. Como o TRACII disse, você pode ter todo o dinheiro do mundo, mas se você não for esperto, não faz a menor diferença. Então nós ficamos muito frustrados e eles nunca editaram o material. É triste. E é um álbum muito bom. Talvez ele seja lançado algum dia, de alguma maneira, mas do jeito que as coisas estão no momento, sem chance...
Esse não é um álbum que soa como o LA GUNS. É diferente. É muito bom, mas não é baseado em blues. É bem pesado e direto.
Sobre a disponibilização de músicas na Internet
TRACII GUNS: Se as pessoas gostam de você, eles vão comprar suas coisas, vão te apoiar sempre. O METALLICA certamente não foi prejudicado. No começo eles ficaram bravos, mas no fim das contas eles ainda vendem dois ou três milhões de álbuns por ano. Então essa é uma péssima desculpa para as pessoas dizerem que é ruim baixar música na Internet. Eu acho que música deveria ser gratuita e se é boa as pessoas vão te apoiar. Muitas bandas nunca ganham nem um centavo das vendas de discos de qualquer maneira. O LA GUNS ao longo de 20 anos vendeu seis milhões discos no mundo e nós só começamos a receber royalties pelas vendas no meio dos anos 90. Nós nunca ganhamos dinheiro com a venda de discos no começo. Somente com as turnês, com venda de camisetas e com os direitos autorais. Eu acho que quando as pessoas vão ao show e a banda tem um novo CD, eles podem comprar o ingresso e ganhar o CD.
TRACII GUNS: Para nós fazer um álbum é algo para benefício próprio. Nós já temos um nome estabelecido, temos uma base de fans grande, eles nos apóiam muito, então temos muita sorte pois podemos fazer um álbum bom e as pessoas vão comprá-lo. Mas é muito difícil para bandas novas que ninguém conhece... como as pessoas vão conhecê-las? Isso é importante. Sua música tem que estar em algum lugar para que as pessoas possam ouvi-la. Esse é o crime. Não existem muitas oportunidades para as novas bandas de rock de estarem num programa de vídeos ou numa rádio de rock, porque essas coisas não existem na verdade. Então é muito difícil. Nós temos sorte. Nós sabemos que temos sorte.
JIZZY PEARL: Na noite passada eu fui dormir ao som de batucada e esta manhã acordei ao som da batucada. Samba o dia todo. O show foi fantástico. Milhares de pessoas, foi muito divertido e eu curti.
JIZZY PEARL: Eu escrevi três livros. Estórias curtas basicamente. Não é nada de histórias de sexo no estilo GENE SIMMONS, é na verdade ficção. Eu escrevi um roteiro... É ótimo poder se expressar de maneiras diferentes, além das letras de músicas. Eu gosto.
JIZZY PEARL: (sobre o RATT) Foram os piores 6 anos e meio da minha vida. Estou brincando. Era divertido no começo. Pude tocar em muitos lugares com eles, muitos shows grandes com o RATT, me tornei amigo de alguns deles, mas depois de um tempo não era mais divertido para mim então sai da banda. Eu me sentia como um funcionário, mas se eu estou escrevendo músicas e cantando eu gostaria de me sentir como um parceiro e não apenas recebendo meu salário.
JIZZY PEARL: A indústria musical é uma pequena comunidade e você não pode fechar portas. Você precisa manter a amizade com as pessoas. E mesmo eu tendo saído do LA GUNS eu ainda era amigo do TRACII e dos outros, amigo até mesmo do pessoal do outro LA GUNS, PHIL e os outros, não tanto agora... Eu sou amigo de todo mundo, sou a MADRE TERESA do rock.
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