Do Indie-Rock ao Black Metal: seis releituras do Pet Shop Boys
Por Ronaldo Celoto
Postado em 11 de dezembro de 2013
Abaixo uma lista com seis releituras de um clássico do PET SHOP BOYS, "It's a Sin":
1 - O METRIC é uma banda canadense de indie rock formada em 1998 na cidade de Toronto.
Com uma sonoridade que, na minha opinião e pelos vídeos e discos que ouvi, flerta com bandas como SONIC YOUTH, VIVE LA FETE, GARBAGE, BELLY, entre outras, destacando os álbuns "Grow Up and Blow Away", "Live It Out" e o último "Synthetica", eles construíram uma cover semi-acústica de "It's a Sin", a clássica canção dos reis da música eletrônica, de forma despretensiosa, mas no mínimo, curiosa.
2 - Já o introspectivo KEARNSY é um artista underground, que recria versões estranhíssimas e extremamente pessoais (algumas, muito boas).
Em sua página, há versões que vão de NEW ORDER a ROY ORBISON, com uma roupagem muito pessoal. Confira a releitura quase que gótica da canção dos PET SHOP BOYS e diga você mesmo o que achou. Pessoalmente, eu enxerguei ali algo que, se explorado por bandas tradicionais do gênero soturno, como SISTERS OF MERCY, BAUHAUS, ou, o próprio PETER MURPHY, renderia frutos que poderiam ser considerados superiores à versão original. A letra de "It's a Sin" sempre foi muito boa, com uma forte crítica religiosa sobre a liberdade individual de todos os seres humanos, e, a visão da igreja e da humanidade sobre o que vem a ser o pecado diante da escolha de ser feliz e a obrigação de ser massacrado por dogmas sociais.
3 - VINCENT JAMES TURNER (nascido em 09 de outubro de 1985), mais conhecido pelo seu nome artístico FRANKMUSIC, é um músico Inglês synthpop.
O nome "Frank" é derivado do sobrenome de seu avô, cujo nome ele tomou no tributo. A sua versão para "It's a Sin" foi inserida no lado B do single "Confusion Girl", e, é uma releitura regada a pianos iniciais e uma batida crescente que poderia muito bem ser remetida às épocas onde "I Will Survive" era hino do aclamado STUDIO 54.
4 - O SENSUOUS ENEMY é uma banda puramente eletrônica, com algumas guitarras e teclados, e, uma voz muito limpa da vocalista JAI, uma poderosa frontwoman, literalmente falando.
Chamada por muitos de "Indie Glam" e de "Gothic Industrial", a sua sonoridade em algumas músicas que ouvi, trouxe lembranças do sempre importante CASSANDRA COMPLEX (banda gótica venerada por muitos, e, também esquecida por muitos). Pessoalmente, seu trabalho merece ser conhecido. O álbum de estréia, intitulado "Deadly Sins" venceu o prêmio de melhor música eletrônica na MADISON ERA MUSIC AWARDS. Em seguida, lançaram o disco "Fragments", e, recentemente, o muito bom "Sirens of the Sea".
5 - Agora, temos a gutural banda de "gothic death black metal" como eles mesmos se intitulam, chamada THE PROPHECY.
Natural da cidade de Varazdim, na Croácia, a banda recriou à sua maneira, e, evidentemente, dentro da sua sonoridade, a canção que já fez muitos marmanjos que hoje dizem-se rockers dançarem nas discotecas no final da década de 80. Vejam abaixo, a versão.
6 - E por fim, o DARKEST OATH, originário da cidade de Atenas (Grécia).
A banda também é da vertente do black metal, já conhecida pelos trabalhos "Invocation", "Paradise of the Infernal Torment", "De Occulta Philosophia" e o mais recente "Libations to the Ancient Goat", e resolveu aderir (eventualmente, pela força e o impacto da letra, que gera, realmente, múltiplas interpretações e pode ser reescrita para qualquer gênero e com qualquer ritmo musical, sem perder a sua essência). Ruidosa, pouco traduzível para os menos pacientes, o fato é que ela também merece fazer parte desta pequena matéria.
Aqui está a prova de que a música é uma linguagem tão universal, talvez a primeira linguagem humana de que se tenha conhecimento (se levarmos em conta as lendas e escrituras que vão além das traduções bíblicas direcionadas a um público que deveria ser temente a tudo e a todos, especialmente, à igreja que na época, assava na fogueira quem dela discordasse), que, dependendo da força com que se constroem as palavras sobre uma melodia aparentemente simples (embora eu ache que "It's a Sin" tem, dentro da música eletrônica, um capítulo especial e de extrema força melódica - embora alguns radicais não entendam o que digo aqui) pode ser explorada para além do bem e do mal. Cabe a cada um escolher a sua direção.
Versões e Covers Inusitados
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