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Project 46: Análise da música "Erro +55"

Por Marcio Machado
Postado em 09 de abril de 2018

Este artigo foi apresentado durante o curso de História, na disciplina de Metodologia de História

2014 era um ano agitado para os brasileiros, seríamos a sede da Copa do Mundo, teríamos uma das eleições mais acirradas, com debates um tanto acalorados, e também, um grupo de jovens de São Paulo, a banda Project46, lançava seu segundo disco, o "Seja Feita a Nossa Vontade", que trazia duras críticas ao sistema, sem médir palavras para falar de política, classes sociais e a boa parcela de culpa da sociedade.

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A banda acompanhou vários protestos e manifestações que ocorreram em 2013, quando ainda estavam em processo de composição do disco e já sabiam em qual ferida iriam mexer, e uma faixa em especial expõe de forma bastante direta e dura como as coisas funcionam, "Erro +55", talvez seja a principal composição do álbum, desde o seu nome Te a forte letra, escancara o que muitos fingem não ver, e da um belo chacoalhão, e quebra a ideia de muitos que o rock é só um monte de barulho sem sentido e que só o rap é música de protesto no Brasil.

No lançamento para o vídeo da música, no dia mundial do Rock, o guitarrista, Vini Castellari, disse, "dizemos de uma forma cuspida o que vemos e vivemos e o quanto gostaríamos de ver o país em melhor condução em vários aspectos", em entrevista à Revista Rolling Stones.

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Escrita pelo então baixista da banda, Rafael Yamada, "Erro +55 já expressa em seu primeiro verso que o recado antes de ser para os grandes, é para nós," persistindo no erro como de costume ", e nós também temos culpa na grave situação que passamos hoje, quatro anos pós lançamento e com uma nova eleição chegando, onde o Brasil é uma sucessão de erros como o nome generaliza, o +55 é um indicativo dos telefones nacionais, e a culpa se espalha.

Ainda no primeiro verso, temos, "Chegou o país do samba/Do seu povo sofrido/Da excelência sempre rica/E do lixeiro do salário mínimo", que já abre com um belo tapa do que é nossa realidade, onde somos vendidos como o país que vive do samba, o Carnaval impera e todo aquele vislumbre serve como cartão de visita, mas põe trás dessa "maquiagem", temos um povo que sofre todos os dias com empresas que sugam, como o "lixeiro de salário mínimo", para ganhar o que quase não é suficiente (muitas vezes não é), mas em outro lado, outra parcela da sociedade vive muitas vezes tirando proveito dessa classe mais baixa, que pode melhor ser visto no trecho, "País do jeitinho brasileiro/Do suborno do dinheiro/Quem dá mais sempre chega primeiro/Da injustiça o preconceito/Quem nasce embaixo vive em baixo e só sobre pra lavar banheiro", onde quem tem com o que pagar tem seus caminhos abertos, as coisas funcionam para quem tem o que dar em troca, e quem não, serve como um lacaio invisível nesse mundo de grandeza limpando a sujeira que deixam espalhada, ou suas privadas.

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Até mesmo a igreja não é poupada. Sendo uma das instituições que mais enriquecem no país ao jogar com a fé das pessoas e assim, "Das igrejas/Uma devoção invejável/Que condena um ato falho mas aprova quem paga no ato/É vem com falso moralismo", mostra gol na hipocrisia impera em boa parte dos líderes desses cultos, com discursos dente e milagres comprados numa megalomania de quem constrói o templo maior que quem, arrastando mais e mais fiéis atrás daquilo pregado sobre o financiamento da caridade Divina, dentro de uma máscara de moral que ajuda quem paga, mas condena quem não.

Como dito, o disco foi lançado em 2014, ano da Copa no Brasil, e não foi deixado de lado, em mais um apontamento para o povo, "Enquanto a bola for mais importante do que um hospital inteiro (...) /Enquanto o povo troca voto por dinheiro", pois muitos, durante o período dos jogos se esquecem que o país vive afundado na lama e tendo um agravante, naquele mesmo ano, um vídeo de 2011,do ex-atacante da seleção brasileira, Ronaldo, veio a tona onde o mesmo afirmava, "não se faz Copa do Mundo com hospital", defendendo os altos gastos para construção de estádios que receberiam alguma jogos e após isso, não teriam mais serventia alguma, mas como dito, muitos se omitem à tais coisas e se esquecem de hospitais lotados, doentes atendidos em corredores, grávidas dando a luz no chão, o caos que é a saúde pública, e poucos meses depois dos jogos, já temos eleições presidências, onde muitos vendem seus votos a troco de esmolas, sem o mínimo de análise de quem é ou o que aquele candidato tem a oferecer e dão o país nas mãos dessas pessoas por quatro anos.

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Outro ponto tocado ainda neste verso remete as escolas e algumas condutas vistas ali, "Enquanto as escolas se tornam puteiros", visto o grande número de vídeos de alunos em sala de aula (muitas vezes encontrados em sites de conteúdo erótico) que servem de palco para encenações com músicas de teor explícito.

Um dos momentos chaves da canção, a letra busca referência no Hino Nacional, deixando aberta uma interrogação, "O pátria amada idolatrada/Mas não tem quem salve", então, todos dizem amar sua nação, mas o que fazem, para qual rumo isso vai nos levar e tem quem salve?

Para fechar, o vocalista Caio Macbessera, manda um recado para aqueles que ainda julgam sua música como de louco "Se você eu e me chama de retardado/Sinceramente foda-se parceiro/Meu recado tá dado", colocando pra fora todos os Demônios de viver numa sociedade hipócrita, do país do "povo que rola na merda e vive indiferente/É você torce o nariz quando falam da gente", num rápido raciocínio que me leva a meados dos anos 90, quando a banda americana Kiss se apresentou em rede nacional, no Programa Livre, quando o vocalista Gene Simmons, foi presenteado por alguém da plateia com uma camiseta da seleção, e ele agradeceu dizendo em português, "obrigado, sua bunda é linda", achando que aquilo era um elogio, onde muitos pensaram que era um elogio, mas, de quem é a culpa?

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Sobre Marcio Machado

Estudante de história, apaixonado por cinema e o bom rock, fã de Korn, Dream Theater e Alice in Chains. Metido a escritor e crítico.
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