Tudo no Shuffle: as 25 melhores músicas de 2018 (pt.1)
Por Guilherme Cardoso
Fonte: Tudo no Shuffle
Postado em 31 de dezembro de 2018
Todo mundo anda postando suas listas de melhores do ano e o Tudo no Shuffle não será diferente. Mas resolvemos fazer apenas a lista de melhores músicas. Escolhemos fazer só de música porque é uma lista bem mais variada e, portanto, mais divertida que a de CDs (alguém ainda chama assim?). Listando só músicas, podemos lembrar boas músicas perdidas em álbuns ruins ou medíocres. Mas fora o lado divertido, escolher melhores músicas de um ano ainda tão recente é uma tarefa ingrata, já que o tempo é um dos fatores mais importantes (senão o mais) para colocar cada música e álbum em seu devido lugar de importância afetiva.
Essa lista não tem a menor pretensão de cravar que essas 25 músicas são o que de melhor foi feito em 2018, já que listas de melhores são sempre escolhas bem pessoais (por mais que os críticos de música tentem empurrar verdades universais). Assim, encare-a como uma celebração de mais um grande ano na música e uma fonte para conhecer algumas bandas novas. Afinal, com o advento da internet, que trouxe serviços de streaming, contato com redes sociais de artistas e bandas etc, podemos descobrir e ouvir qualquer tipo de música, de qualquer lugar do mundo. Achar música boa atualmente é só uma questão de estar disposto a arregaçar as mangas e procurar pela grande rede.
Encerro esse texto inicial lembrando (como sempre) de nossa Playlist '2018' , com todas as 25 músicas dessa lista e muitas outras:
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A lista está dividida em três partes. Vamos à primeira delas:
25) Dirty Streets - Loving Man
Álbum: Distractions
A faixa de abertura do álbum "Distractions" é um baita rock'n'roll animado e ao mesmo tempo relaxado. Para isso, junte um riff delicioso de blues e um cantor quase de soul que não parece fazer esforço para cantar.
"O" momento: No refrão em que o cantor dispara "I'll go on without you" acompanhado pelo riff principal da música.
24) Charles Bradley - Heart of Gold (Neil Young Cover)
Álbum: Black Velvet
O cantor de funk/soul/R&B Charles Bradley nos deixou prematuramente em 2017 após perder a batalha para o câncer. Assim, "Black Velvet" foi lançado postumamente e contem músicas nunca lançadas do cantor. Entre elas, está esse cover de "Heart of Gold". Fazer cover de um clássico é sempre uma tarefa ingrata mas Charles dá um sabor soul e um swing deliciosos à música originalmente de Neil Young e entrega uma performance digna daquele que começou a carreira como um cover de James Brown. Sua interpretação da letra é verdadeiramente autêntica, como se ele mesmo a tivesse escrito. E olha que ele nem precisou usar todo seu vozeirão nessa versão, como ele usou no cover de "Changes" do Black Sabbath.
"O" momento: no segundo verso "I've been in my mind, it's such a fine line" em que a voz de Charles parece vir do fundo do seu coração.
23) Kacey Musgraves - Space Cowboy
Álbum: Golden Hour
Difícil resistir à voz doce e delicada de Kacey Musgraves acompanhada por um piano e um violão. Ainda mais com uma letra dolorosamente sincera sobre um final de um relacionamento e a percepção de que cada um deve seguir sua vida sem o outro.
"O" momento: O refrão fácil de cantar junto mas com letras sutis como um tijolo "Sunsets fade, and love does too/We had our day in the sun".
22) Manic Street Preachers - Distant Colours
Álbum: Resistance is Futile
Em "Distant Colours", a banda galesa Manic Street Preachers mostrou sua velha capacidade de escrever músicas de arena ao mesmo tempo contagiantes e melancólicas.
"O" momento: O refrão, que é repetido várias vezes (mais do que o normal mesmo para um refrão), com uma bela participação de teclados e letras como "A broken promise for the soul/Never loving never healing".
21) The Primals - Pity City
Álbum: All Love is True Love
Eu poderia passar horas só ouvindo as guitarras dessa banda de tão bom que é o som que eles conseguiram tirar delas. Graças a elas, as músicas parecem cheias, preenchidas, calorosas...não sei bem como definí-las. Junte a essas guitarras, um vocal rouco ou um pouco danificado (um David Grohl que sabe cantar), sintetizadores meio psicodélicos e uma estrutura de música lenta que vai aos poucos crescendo e chegamos a Pity City.
"O" momento: O desenrolar lento da música chega no ápice no seu final, com o vocalista elevando sua voz para cantar "Me and the ones I adore, I don't believe there's an end anymore, and we are nothing".
20) Now, Now - SGL
Álbum: Saved
Existem por aí muitas bandas indies eletrônicas com um pé no pop e vocais femininos, mas poucas fazem algo digno de nota. Now, Now fez um CD bem medíocre em 2018 mas "SGL" se destaca em meio a essa mediocridade. A música apóia-se em uma batida simples, poucos acordes de violão e texturas simples de teclado, esses dois últimos responsáveis pelo clima sossegado e descontraído da canção. Enquanto isso, Cacie Delager canta sedutoramente sobre um amor impossível por um amigo já comprometido.
Ps: SGL foi lançada isoladamente ainda em 2017 mas apareceu no álbum "Saved" lançado em 2018, por isso apareceu na lista.
"O" momento: A parte aos 01:50 que quebra um pouco a calmaria da música com uma letra mostrando até que extremo ela iria pelo amigo: "But I could have died with you there in the sun".
19) Ghost - Dance Macabre
Álbum: Prequelle
Que o Ghost é capaz de escrever músicas de metal grudentas ninguém duvidava. Mas "Dance Macabre" é outro nível de chiclete até para os padrões de Tobias Forge: é chiclete anos 80 que não perde o gosto e nem o grude. Para completar, a letra é sobre como as pessoas aproveitavam a vida como se não houvesse amanhã durante a Peste Negra, mórbido e divertido como só o Ghost é capaz de fazer.
"O" momento: O refrão, óbvio, com a genial sacada de "bewitch you" soando como "be with you"
18) Boygenius - Ketchum, ID
Álbum: Boygenius EP
As três cantores/compositoras Julien Baker, Lucy Dacus e Phoebe Bridgers se uniram sob o nome Boygenius e gravaram 6 músicas juntas. Uma delas foi "Ketchum, ID", música sobre a saudade de casa e a sensação de isolamento que foi gravada em 20 minutos e usa apenas o violão de Phoebe Bridgers como instrumento. Cada uma delas cada um verso da música (difícil escolher quem tem a voz mais bela) e no refrão as três se encontram para fazer uma harmonia vocal digna de Bee Gees ou Crosby, Still & Nash.
"O" momento: o doce "Uh uh uh" entoado pelas três após o terceiro refrão.
17) Ancst - Dying Embers
Álbum: Ghosts of the Timeless Void
"Dying Embers" consegue ser hiper pesado e de uma beleza marcante, o que é admirável considerando que Ancst é uma banda de black metal/crust que nem usa vocais limpos, teclados, partes acústicas e semelhantes. São as guitarras que assumem o papel de dar algo mais à música além de peso (algo que a bateria insana dá de sobra) através de um belo intro de guitarras gêmeas, um breve e até calmo interlúdio, muitos fraseados de melodeath da escola de Gotemburgo e solos melódicos, rápidos mas bem construídos. Nos quase 4 minutos da música, a banda parece estar sempre tocando em seu limite físico e emocional numa catarse sem fim.
"O" momento: logo após o interlúdio, em 02:09, quando a banda volta com força total, principalmente a bateria.
16) Behemoth - Bartzabel
Álbum: I Loved You At Your Darkest
Sempre tive a impressão que o Behemoth fazia suas melhores músicas quando tentava coisas mais diferentes e a macabra "Bartzabel" confirma essa tese. O black/death metal tradicional da banda é secundário em "Bartzabel", a maior parte do tempo a faixa é conduzida como se fosse a trilha sonora de um ritual de invocação (que é o tema da letra aliás): batidas tribais, um dedilhado desolador e vozes graves de coral. No final da música, há até um belo solo de guitarra, para quebrar mais padrões do black/death metal tradicionais.
"O" momento: As vozes graves repetindo insistemente "Come unto me Bartzabel" ao longo da música.
Tudo no Shuffle - As melhores músicas de 2018
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