Melhores de 2020: As escolhas do redator Daniel Tavares
Por Leonardo Daniel Tavares da Silva
Postado em 12 de fevereiro de 2021
É. O ano que passou foi um ano estranho. E o ano que passou ainda nem passou direito. Continuamos trancados em nossas casas, sem poder ficar se batendo uns nos outros num bom mosh pit. Fortalecemos os laços com pessoas de timezones diferentes enquanto quebramos a ligação com pessoas que, praticamente, nos viram nascer. E o que a política separou, nem a música une mais. Mas vamos falar de música, da música de 2020, que parou em março e ainda não acabou. Se não foi um ano com shows, foi um ano com muitos, muitos discos bons, muitas lives, um ano que será lembrado não só pela fatídica pandemia, mas também pela qualidade e quantidade da produção musical.
Elenco abaixo os álbuns que mais ouvi neste 2020. Não os melhores, como de costume. Não tenho essa pretenção, mas álbuns que me fizeram companhia neste ano difícil e vão como boas recomendações.
1. Sepultura - Quadra
Um disco cujo primeiro single se chamava "Isolation". Infelizmente, foi o disco que escreveu, em janeiro, a história do ano, com pessoas isoladas, cada um em sua "quadra" e fogo na Amazônia e no Pantanal.
2. The Troops of Doom - The Rise of Heresy (EP)
Um EP que vale por um álbum inteiro. Nada de viuvice aqui (veja o primeiro álbum que listei), esse foi o EP mais celebrado do ano apenas porque foi o melhor.
3. Imperial Triumphant - Alphaville
Jazz, Black Metal, World Music. Só três expertos em música poderiam juntar esses três estilos e criar músicas com o poder, a inventividade da IMPERIAL TRIUMPHANT. "Alphaville" é uma ode a Nova York e tudo o que ela tem de melhor (e pior).
4. Pearl Jam - Gigaton
Vez por outra o PEARL JAM lança um álbum realmente interessante. Com a adição de alguns elementos "estranhos" à sua música e, como sempre, algumas melodias mais cativantes que a média, GIGATON lança os holofotes novamente sobre a (nova) música do PEARL JAM.
5. AC/DC - PWR/UP
Um disco pra fazer você se lembrar porque gosta de Hard Rock e Heavy Metal. De novo.
6. Omminous - Immensity
O Ceará já mostrou que sabe fazer Heavy Metal, então esse álbum de estreia da OMMINOUS não surpreende ninguém. Talvez só os gringos que nunca ouviram falar do Ceará.
7. Heretic - (dis) Covering
Confesse, você já ouviu e continua se emocionando com a maioria dessas músicas. A HERETIC, embora tenha um trabalho autoral consistente, resolveu homenagear grandes canções Pop vestindo-as com sua roupagem meio oriental. O resultado é pra deixar no repeat.
8. Lucifer - III
O rock que faz suas veias ferverem ainda está de volta. Emulando bandas dos anos 70, mas com um som muito moderno e instigante, a LUCIFER lança mais um álbum que você tem que ouvir.
Biff Byford – School of Hard Knocks
Você já conhece a voz de Biff Byford nas canções de um dos ícones da NWOBHM, mas agora pode também vê-la a serviço de estilos que talvez não caibam tanto (a maioria, pelo menos) em sua banda principal. "School of Hard Knocks" é um brinde ao Rock and Roll.
LORDI – Killection (A Fictional Compilation Album)
Só digo uma coisa: ouça essa rádio.
Menção Honrosa: 5. Obskure - Overcasting (Deluxe - relançamento)
Um dos álbuns essenciais do Death Metal nordestino ganha edição de luxo nas três décadas da OBSKURE, mostrando que, sim, é possível "caetanear o que há de bom" e até usar aqui esse mote.
Outros que merecem menção especial são PAUL MCCARTNEY, com seu "III" e BOB DYLAN, com seu "Rough and Rowdy Days". O quase oitentão eterno BEATLE nos presenteou com mais uma obra primorosa, concebida e executada na solidão de seu isolamento. O ganhador do Nobel, por sua vez, nos traz canções densas, complicadas, amargas, mais um Ulisses em formato de música.
E falando de álbuns com mais de um artista, o disco que mais fortemente recomendamos a audição é
Não podemos deixar de lembrar e mencionar "Punching The Sky" (ARMORED SAINT), "Scriptures" (BENEDICTION), "Forever Black" (CIRITH UNGOL), "Moment" (DARK TRANQUILLITY), "The Phoenix" (DEREK SHERINIAN), "V" (HAVOK), "Virus" (HAKEN), " "Secrets & Lies" (JAKKO M. JAKSZYK), "Emerald Eyes" (IRON ANGEL), "The Absence of Presence" (KANSAS), "The Raging Wrath of the Easter Bunny" (MR BUNGLE), "Throes of Joy in the Jaws of Defeatism" (NAPALM DEATH), "Sola Gratia" (NEAL MORSE), "Generation Antichrist" (ONSLAUGHT), "Genesis XIX" (SODOM), "MMXX" (SONS OF APOLLO), "Titans of Creation" (TESTAMENT), "Solitude in Madness" (VADER), "Be the Light in Dark Days" (CHAOSFEAR), "Consumed by Biomechanics" (CRASHKILL), "Discharge" (ELECTRIC MOB), "Cenas Brutais" (ESKRÖTA), "The Battle of the Somme" (HELLHOUNDZ), "Open Source" (KIKO LOUREIRO), "The Speed of Light" (MADRE SUN), "Subversive Need" (PANDEMMY), "Predatory" (SCARS), "Protosapien" (JUPITERIAN), os ao vivo "Nights of the Deads, Legacy of the Best: Live in Mexico City" (IRON MAIDEN), "S&M2" (METALLICA), "Temple of Shadows in Concert" EDU FALASCHI – e, finalmente, o retorno errático, mas sincero, de OZZY OSBOURNE, com "Ordinary Man". Cada um desses álbuns brilhantes mereceria destaque e uma boa resenha neste texto, mas ainda pretendo publicá-lo em 2021, que já está acabando também.
Publicado inicialmente em
Melhores do Ano, por Daniel Tavares
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