Motörhead: quando quase acabaram e gravadora queria que Lemmy lançasse um disco pop
Por Emanuel Seagal
Postado em 23 de julho de 2021
Em julho de 1981, logo após "No Sleep 'Til Hammersmith" chegar ao topo das paradas de sucesso, o jornalista Malcolm Dome, atualmente na revista Metal Hammer, encontrou Lemmy para falar sobre a fama crescente do Motörhead. No dia da entrevista Malcolm tinha apenas 30 minutos para conversar com Lemmy no escritório da Bronze Records, e por razões jamais explicadas a matéria nunca foi publicada pela revista irlandesa Hot Press. 40 anos depois, Malcolm encontrou a transcrição feita a mão da entrevista por acaso e decidiu publicá-la no site da Metal Hammer, confira alguns trechos:
Malcolm: A turnê que você fez no Reino Unido foi chamada "Short Sharp Pain In The Neck". Você pensou em chamar o álbum assim?
Lemmy: Não. Parecia bom o suficiente para uma turnê, porque isso resumia o fato de que estávamos fazendo apenas alguns shows. Mas seria errado usar isso em um álbum. Então, inventamos "No Sleep ’Til Hammersmith".
Malcolm: Por que você escolheu esse título? Você não fez um show naquele lugar durante a turnê.
Lemmy: Eu sei, mas é uma frase que já usamos antes, quando conversamos entre nós na estrada. Tornou-se uma espécie de piada interna, e achamos que funcionou bem quando colocado na capa do disco. Também dá a vocês jornalistas algo em que pensar e nos perguntar em entrevistas. Apenas no caso de você não conseguir pensar em nada melhor.
Malcolm: Isso foi muito atencioso da sua parte!
Lemmy: Eu sou assim. Sempre quero ajudar as revistas!
Malcolm: A banda percorreu um longo caminho desde que foi eleita "A Melhor Pior Banda do Mundo" pelos leitores da NME em 1976. Você realmente pensou em desistir quando isso aconteceu?
Lemmy: Sim, pensamos. Nada estava acontecendo para nós. Tínhamos feito um álbum para a United Artists que eles se recusaram a lançar ('On Parole', finalmente lançado em 1979). Parece que eles esperavam que fizéssemos um álbum pop ou algo assim. Além do mais, a empresa não nos deixou sair do contrato com eles. Tínhamos feito um single para a Stiff (Records), "Leaving Here". E a United Artists impediu seu lançamento. Babacas. Então, sentimos que não havia para onde ir. Nós até preparamos um show de despedida no The Marquee em Londres e eu perguntei a Ted Carroll, que é dono da Chiswick Records e meu amigo, se ele gravaria isso. A sorte estava do nosso lado, porque ele não conseguiu levar o equipamento para a casa de show, e para compensar nos ofereceu dois dias no estúdio. Gravamos todo o álbum "Motörhead". Isso saiu em 77, porque nessa época o contrato com a United Artists havia acabado e, de repente, estávamos seguindo nosso caminho.
Como me sinto sobre essa pesquisa da NME? Pelo menos eles admitiram que éramos os melhores em alguma coisa.
Malcolm: Você tem uma visão de onde deseja que a banda esteja quando completar 10 anos em 1985?
Lemmy: Tenho uma visão do que quero fazer após essa entrevista. Isso é, ir ao bar, pegar a máquina de frutas e beber um pouco de Jack and Coke. Isso é o mais longe que ouso pensar. Viva o momento e pare de fazer grandes planos. Se nosso empresário ou gravadora quiser pensar tão longe no futuro, então isso é com eles. Nós três continuaremos como sempre fizemos. A única coisa que vou mudar nos próximos dias será minha cueca.
A entrevista na íntegra (em inglês) pode ser lida no site da Metal Hammer.
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