Helloween: Deris explica acertos e diferenças de Master of the Rings e Time of the Oath
Por Igor Miranda
Postado em 03 de julho de 2021
O Helloween passou perto de encerrar suas atividades após a saída do vocalista Michael Kiske em 1993. Não só pela baixa na formação, como, também, pela perda do contrato com a gravadora EMI, que havia lançado os álbuns "Pink Bubbles Go Ape" (1991) e "Chameleon" (1993), ambos com vendas bem reduzidas.
A situação mudou com a chegada do vocalista Andi Deris, junto do baterista Uli Kusch, que ocupou em definitivo a vaga de Ingo Schwichtenberg - Ritchie Abdel-Nabi havia ocupado a função em turnê. Com uma nova formação, composta por Deris, Kusch, os guitarristas Michael Weikath e Roland Grapow e o baixista Markus Grosskopf, a banda praticamente renasceu.
Foram gravados quatro álbuns de estúdio com esses músicos: "Master of the Rings" (1994), "The Time of the Oath" (1996), "Better Than Raw" (1998) e "The Dark Ride" (2000). Os dois primeiros, em especial, serviram para recolocar o Helloween no mapa.
Em entrevista exclusiva ao canal de Igor Miranda no YouTube, disponível em vídeo ao fim desta matéria, Andi Deris traçou um paralelo entre seus dois trabalhos com o Helloween. Para ele, ambos foram concebidos seguindo a mesma linha de pensamento, mas em cenários completamente diferentes.
"O 'Master of the Rings' foi algo como... 'viva ou morra' (risos). Se as pessoas adoram, aí está você. Se as pessoas odeiam, acabou para o Helloween. Esse foi o verdadeiro 'jogo com o diabo' ('gambling with the devil')", disse, inicialmente, com direito a um trocadilho com outro disco da banda: "Gambling With the Devil", este de 2007.
Como "Master of the Rings" foi bem aceito, o Helloween teve tranquilidade para produzir o sucessor, "The Time of the Oath". "Estávamos tendo algum sucesso, então 'The Time of the Oath' foi apenas aquele álbum de alívio. Você sabe que todo mundo caiu bem, você tem seus discos de ouro e platina, então, uau! E, desse ponto de vista, a gente só ia pro estúdio e falava: 'ok, onde quer que a gente tenha acertado, vamos tentar de novo' (risos)", comentou.
O grande segredo
Qual seria o grande segredo para o sucesso de "Master of the Rings", reaplicado em "The Time of the Oath"? Andi Deris refletiu: "Acho que o que fizemos certo foi não pensar tipo: 'essa música é boa ou não é boa o suficiente?'. Não tínhamos escolha. Para 'Master of the Rings', havia apenas aquelas músicas. Faltavam apenas duas semanas para você se preparar para o estúdio, pois o estúdio já estava marcado. Tínhamos que gravar o que tínhamos e tirar o melhor proveito disso".
Ele continua: "Na verdade, essa é mais ou menos a vibe que trouxemos com 'The Time of the Oath'. Essas são as músicas que temos, nós gostamos delas, então, era tipo: não fique confuso e maluco com relação a precisar de mais músicas, porque você precisa desse ou daquele estilo ou seja o que for. Pegue o que você tem. Nós amamos isso, então tome isso como seu bebê e tente criá-lo da melhor forma que puder".
Não houve nenhuma tentativa, segundo ele, de ter músicas que cumprissem determinados papéis nesses álbuns. "Muita gente enlouquece e pensa: 'ah, a gente tem que fazer isso, e talvez aquilo, ou bla-bla-bla'. Se você tem canções suficientes, onze ou doze canções excelentes, pegue-as, tenha estima por elas e crie-as da melhor forma que puder, ao invés de gravar outras 10 canções, para daí, no final do dia, você ter 20 bebês e não é capaz de criá-los bem, entende? Demanda muita energia. Pegue o que você tem, tenha estima por isso e transforme no melhor que puder. Acho que é um plano muito melhor", comentou.
Por fim, ele apontou: "Como posso ser um bom pai se tenho 10 filhos? Quer dizer, imagine que eu tivesse 10 filhos... provavelmente eu nem saberia os nomes dos membros 8, 9 e 10. Músicas para mim sempre são como bebês. Se você compôs uma música, isso não significa que a música está acabada, com tudo, do jeito que você a apresenta em um álbum. Compor uma música é apenas o começo. Depois de compor uma música, você tem que trabalhar com sua banda para torná-la a melhor possível com as habilidades de seus colegas, de seus companheiros de banda".
Assista à entrevista completa com Andi Deris, legendada em português, no vídeo a seguir.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
Cinco músicos brasileiros que integram bandas gringas
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
Blaze Bayley relembra reação de Steve Harris ao ser apresentado a "Man on the Edge"
O vocalista que irritou James Hetfield por cantar bem demais; "ele continua me desafiando"
Novo álbum do Linkin Park ganha disco de platina tripla no Brasil
O álbum clássico do thrash metal que foi composto no violão
O melhor compositor de letras de todos os tempos, segundo Axl Rose do Guns N' Roses
Nergal (Behemoth) celebra o Natal? O próprio responde
A banda que nunca fez um álbum ruim, de acordo com Ozzy Osbourne; "grandes e profissionais"
Plano do Pantera era dar um tempo após "Reinventing the Steel", segundo Rex Brown
Álbum ao vivo do Scorpions alcança o 2º lugar na parada alemã
Robb Flynn defende o Bring me the Horizon da "polícia do metal"
O clássico do metalcore que fez garotas começarem a ir a shows do Killswitch Engage
O pouco lembrado membro do Aerosmith que Joe Perry e Steven Tyler acham muito bom

Cinco grandes bandas de heavy metal que passarão pelo Brasil em 2026
Os melhores álbuns de 2025, segundo João Renato Alves
Helloween confirma show único em São Paulo ano que vem
Helloween fará show em São Paulo em setembro de 2026; confira valores dos ingressos
Os 50 melhores álbuns de 2025 na opinião da Classic Rock
Dez álbuns lançados nos anos 80 que todo headbanger deveria ouvir ao menos uma vez
O Mapa do Metal: Grandes bandas de Heavy Metal da Alemanha


