Andreas Kisser conta a Rafinha Bastos o que tirou Max Cavalera do Sepultura
Por Igor Miranda
Postado em 09 de agosto de 2021
Em 1996, o vocalista e guitarrista Max Cavalera deixava o Sepultura. Apesar das diferentes versões a respeito do rompimento, parece haver um consenso sobre a causa: decisões ligadas ao empresariamento da banda.
Max diz, em entrevistas, que não saiu apenas porque desejavam demitir sua esposa, Gloria Cavalera, da gestão da banda - o músico alega que o contrato de sua parceira já estava para acabar. Ele aponta que discordava da ideia de trazer "grandes empresários de Los Angeles e coisas de rockstar", algo que parecia ser endossado por outros colegas de banda.
Em recente entrevista ao canal de YouTube "Mais que 8 Minutos", de Rafinha Bastos, com transcrição do Whiplash.Net, o guitarrista Andreas Kisser ofereceu sua perspectiva sobre a saída de Max Cavalera. O músico, que dá sequência ao Sepultura ao lado do baixista Paulo Jr, destaca que não houve precisamente um acontecimento que encerrou a passagem do vocalista pelo grupo, mas, sim, um processo contínuo de desgaste.
"Não tem uma coisa que rolou. É um processo. A gente vivia junto, né? Ele acabou casando com a empresária (Gloria Cavalera), o que dificultou muito para fazer business de uma forma racional e não tão emotiva. Foi isso, no geral, que afastou a gente como banda, como amigo, como compositores juntos", afirmou, conforme transcrito pelo Whiplash.Net.
De acordo com Andreas, a gestão de Gloria Cavalera "tirou o Max como algo separado e deixou o resto da banda como uma outra coisa". "E nunca foi assim, sempre fomos unidos. No rock, é muito comum, infelizmente. É muita grana, começa a acontecer muito rápido. Todo mundo fala que você é f*da, é tudo muito fácil de conseguir: droga, álcool, mulher. Se você começa a acreditar muito no mito...", comentou.
O guitarrista reconhece seus próprios erros, pois admite que "não estava perfeito" e "acreditava em seu próprio mito". Por outro lado, ele diz que não guarda arrependimentos, mas, sim, aprendizados dessa situação.
"A parceria era sensacional"
Apesar dos problemas "extracampo", o Sepultura compunha, em sua formação clássica, uma "parceria sensacional", de acordo com Andreas Kisser. "Foi fundamental para que o Sepultura pudesse conquistar nosso espaço, principalmente após o 'Chaos A.D.', a partir de 1994, uma coisa mais original, nossa, um jeito Sepultura de ser. Nossa química sempre foi muito boa", explicou.
Na visão do guitarrista, o convívio entre os músicos era bom quando só eles estavam juntos. "Quando a gente estava dentro do ensaio, não tinha problema. O problema era empresário, roadie, família, todo mundo dando pitaco: 'por que não faz isso?', 'por que não faz uma coisa pra tocar na rádio?', 'isso aqui está muito barulhento'. Isso você escuta sempre, mas naquela época foi difícil, porque a gente estava no auge. Sucesso, gravadora, fã, expectativa... infelizmente, não conseguimos segurar. Não houve base, principalmente emocional, para lidar com as coisas", disse.
Porém, conforme apontado anteriormente, foi extraído um grande aprendizado de tudo o que ocorreu com o Sepultura na saída de Max Cavalera. Isso facilitou, inclusive, o processo em que o baterista Iggor Cavalera desligou-se da banda, em 2006, uma década após o irmão deixar o grupo.
"Dentro desse processo, estamos aqui hoje, muito mais fortes, tranquilos", disse. A saída do Iggor 10 anos depois também foi muito mais tranquila em relação a resolver problemas - 'assina aqui', 'vai ficar com isso', 'vai ficar com aquilo'. Aprendemos a lidar, amadurecemos", disse.
Por fim, Andreas concluiu: "Essa coisa de família estar envolvida com business sempre foi a história do Sepultura, né? Primeiro era a mãe, a Vânia Cavalera. Depois, veio a Gloria, enfim, até a própria Mônica, ex-mulher do Iggor... muita confusão, muito difícil de planejar coisas. Hoje, finalmente, a gente tem empresários que não são casados com ninguém, não são parentes, então conseguimos resolver as coisas mais objetivamente".
O trecho em que Andreas Kisser fala sobre o assunto pode ser assistido no vídeo a seguir.
A entrevista completa está disponível abaixo.
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