Scott Ian, guitarrista do Anthrax, exalta a genialidade de Malcolm Young, do AC/DC
Por André Garcia
Postado em 10 de junho de 2022
Durante os anos 80, o thrash metal surgiu nos Estados Unidos, conquistou seu espaço e mostrou que veio para ficar. E considera-se que os quatro maiores responsáveis por isso foram Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax. Formado em 1981, o Anthrax tem como figura central seu guitarrista base, Scott Ian, co-fundador e único integrante original que segue na banda até hoje.
Ian jamais escondeu ser fanático pelo AC/DC, especialmente seu guitarrista base e principal compositor: Malcolm Young. Tanto que foi convidado pela Gretsch Guitars, fabricante da inconfundível guitarra que se tornou marca registrada de Malcolm, para falar um pouco sobre ele.
"Ele simplificava as coisas, eu amava isso. Qualquer coisa que pudesse sair errado ou o atrapalhar, ele retirava da equação: uma guitarra que nunca desafinava plugada direto nuns amplificadores Marshall — esse é meu show! De vez em quando vou ao microfone, faço um backing vocal, depois volto lá para trás e faço o meu papel, ninguém me incomoda. É o melhor! É a coisa mais simples de todas."
"É como um jorro quando Malcolm toca um acorde e deixa soar. Ele bate nas cordas fazendo o acorde e o som te atinge como uma onda gigante que chega até você e quebra — e depois mais uma, e mais uma… Você pode sentir, quando bate no acorde, você ouve o amplificador reagindo, você pode literalmente sentir os alto-falantes fazendo [imita um rugido]. Dá para sentir aquela onda de volume, e então ela cessa e vem outra, e outra… Você realmente se sente parte daquela onda, daquele jorro em seu timbre. Ele soa exatamente assim."
"Eu não toco aqueles grandes acordes abertos em minha banda. Minha banda é só palhetada para baixo, cordas abafadas, rápido, alternado… um ritmo completamente diferente. Então, curto muito quando posso simplesmente bater os acordes, é tão divertido para mim… Pode ser o oposto do que eu faço, mas é o que eu cresci aprendendo a fazer, e eu amo voltar àquilo. Eu poderia fazer isso o dia inteiro, me deixa feliz. Eu poderia literalmente sentar e ficar uma hora só batendo num acorde lá e nunca enjoar."
"Eu li uma entrevista onde Angus [Young] contava que Malcolm disse: 'Olha o que eu fiz' [toca três acordes simples], e Angus ficou, tipo: 'Isso soa muito bem!' Se fosse qualquer outra pessoa… se tivesse sido eu, seria: 'Grande m*rda, são só três acordes, nada de mais.' Mas nas mãos dele, aquilo virava 'Back in Black'. Essa era a magia de Malcolm Young."
"Eu tenho esses dois caras [Malcolm e Angus] tatuados em mim. Como guitarristas, esses caras significam tudo para mim. É por isso que eu realmente desejei carregar eles comigo, porque isso me faz feliz."
Nessa entrevista, Scott Ian falou ainda sobre outras coisas, como aprendeu a tocar guitarra ouvindo Malcolm Young; e que AC/DC, ao contrário do que muitos dizem, não é fácil de tocar certo.
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