Terno barato, disfarce e assalto: a jornada de Max Cavalera para conseguir contrato
Por Mateus Ribeiro
Postado em 03 de junho de 2022
O Sepultura é, sem sombra de dúvidas, o maior nome da história do metal brasileiro. O influente quarteto possui muitos fãs e costuma se apresentar em grandes festivais não apenas no Brasil, mas em vários lugares do Planeta Terra. Com mais de 35 anos de carreira, o Sepultura possui fama e respeito, duas coisas que todo artista almeja. Porém, a banda sofreu para chegar onde chegou.
O músico Max Cavalera, que foi um dos fundadores e permaneceu como frontman do grupo até 1996, falou sobre os dias difíceis durante recente entrevista concedida à Kevin Diers, apresentador do canal Everflowing Stream. O icônico guitarrista, vocalista e compositor relembrou o perrengue que passou na década de 1980, quando foi até os Estados Unidos tentar um contrato com alguma gravadora internacional.
Terno barato e migué
Com a ideia de fazer a banda assinar um contrato, Max decidiu que iria até os Estados Unidos. Então, ele contou com a ajuda de sua mãe, com o broche de uma empresa que já não existe mais e uma dose de coragem. "Beneath The Remains é muito especial. É uma verdadeira jornada, que envolve todo o álbum, porque para mim, essa jornada do álbum realmente começou quando lançamos Schizophrenia [em 1987]. Foi o último álbum para a gravadora brasileira Cogumelo. Ganhei uma passagem grátis para Nova York como um funcionário da Pan Am [Pan American World Airways, companhia aérea que faliu no início da década de 1990]. Então, amarrei meu cabelo para trás e ganhei [a passagem]. A minha mãe me comprou um terno barato de cinco dólares, sabe? Tipo, era um terno muito, muito ruim, mas eu parecia muito formal eu tinha o distintivo da Pan Am, sabe, como se fosse um funcionário. Era a única maneira de conseguir a passagem grátis, cara", revelou o ousado Massimiliano, conforme trecho transcrito e publicado pelo site Metal Injection.
Estadia curta e assalto
Max teve sucesso em sua arriscada empreitada e chegou em Nova York, onde ficou dois dias e passou por uma situação inusitada. "Vim para Nova York por dois dias e dei às pessoas das gravadoras (Metal Blade, Combat, Noise Records e Roadrunner) cópias do ‘Schizophrenia’. Durante meu tempo em Nova York, fui assaltado por cinco dólares na 42nd com a Broadway, perto da Broadway. Um cara colocou uma faca na minha garganta. Eu tinha cinco dólares nos meus bolsos, eu pensei ‘Tá aqui cara. Pegue. Puta merda’. Saí da terra do crime no Brasil para ser assaltado em Nova York".
Aparição para público minúsculo
Felizmente, Max sobreviveu ao assalto e conseguiu o tão sonhado contrato, que ajudou o Sepultura a se tornar uma das bandas mais emblemáticas do mundo. Porém, antes disso, ele foi até uma loja e se apresentou para uma plateia "um pouco" pequena. "Outra coisa que foi engraçada, acabamos fazendo uma aparição na loja Slipped Disc e o total de pessoas que apareceram foram três, incluindo o proprietário e seu filho".
Como todos sabem, Max saiu do Sepultura depois de "Roots", lançado em 1996. O frontman montou o Soulfly, que lançará o álbum "Totem" dia 5 de agosto.
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