A corrente política que é o "único caminho para o Brasil", segundo Cazuza
Por Gustavo Maiato
Postado em 19 de maio de 2023
Durante a fase final de sua carreira, Cazuza resolveu deixar um pouco de lado o assunto das festas e praias para se dedicar a escrever sobre os problemas sociopolíticos do Brasil. Em entrevista concedida à TVE em 1988, ele comentou um pouco sobre esse seu lado.
"Eu sou socialista. Acho que o socialismo é o único caminho para o Brasil, que é um país pobre. O rock que conheci na minha adolescência era contra o governo, família e igreja. De um tempo para cá, estamos reivindicando outras coisas. Estamos pedindo honestidade ao mundo em geral. Essa preocupação com a natureza, que era embrionária, hoje em dia é forte.
O rock se tornou mais sério no sentido desse pedido. O rock sempre será uma bagunça, esse é o barato. É uma coisa de adolescente e nunca vai perder essa característica. Não é mais buscar a menina na lanchonete com um carro vermelho. É pedir hombridade aos dirigentes e morar num país decente. Ver o povo vivendo dignamente.
Queremos respeitabilidade para o Brasil. Isso é uma preocupação antiga minha, mas eu achava que não podia falar sobre essas coisas porque não entendo nem gosto de política. Não acho legal, mas tem que ter. Não podemos tirar o corpo fora. As pessoas ouvem o que nós falamos. Tenho que botar o que acho e penso nas minhas músicas. Minha filosofia era Tom Jobim. Eu falava sobre meu quintal, praias, bares e Rio de Janeiro.
Agora, abri o trabalho para o Brasil. Temos que acreditar em um partido. Voto no PT e no PV. Fiz campanha para o Gabeira e Brizola. Se tivesse que votar para presidente hoje, seria o Mário Covas. Entre Brizola e Jânio, ficaria com Brizola. Mas é perigoso porque o Brizola é centralizador. Votaria sempre numa pessoa de esquerda.
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