Resenha - Scorpions (Ginásio Gigantinho, Porto Alegre, 25/04/2023)
Por Guilherme Dias
Postado em 06 de maio de 2023
Sempre que o Brasil recebe grandes festivais, a chance de shows alternativos é viável para as cidades que não recebem esses mega eventos. Foi o caso para algumas bandas que participaram do Monsters of Rock da edição deste ano. Após tocar no festival na cidade de São Paulo, o Scorpions passou por Porto Alegre no dia 25 de abril. Foi a terceira passagem dos alemães pela capital gaúcha. O local da apresentação foi o mesmo de anos anteriores, o Ginásio Gigantinho, localizado na zona sul da cidade. Em ocasiões passadas o grupo se apresentou em 2005 no festival Live’N’Louder e em 2019 com Helloween e Whitesnake, dando continuidade aos shows do Rock In Rio.
A abertura ficou por conta do Marenna, cada vez mais presente em grandes eventos da capital. O hard rock/ AOR dos gaúchos foi direto e objetivo do início ao fim da sua apresentação. O conjunto formado por Rod Marenna (vocal), Edu Lersch (guitarra), Bife (baixo), Luks Diesel (teclados) e Arthur Schavinski (bateria) se adaptou com facilidade a plataforma em frente ao palco do Scorpions. Apesar da qualidade e volume sonoro não estarem no mesmo nível do artista principal, conseguiram enviar a sua mensagem para o público. No repertório as melódicas "You Need to Believe", "Wait", o novo single "Too Young Too Die" e "Had Enough". Rod fez muitos agradecimentos, em especial para o público. Inclusive revelou que a sua ideia inicial era apenas a de gravar álbuns e que se sentem extremamente felizes tocando para o público do Scorpions, ao qual admiram e fazem parte também.
A "Rock Believer World Tour 2023" apresenta canções do último lançamento, de 2022, gravado com a formação atual e presente no palco: Klaus Meine (vocal), Rudolf Schenker (guitarra), Matthias Jabs (guitarra), Pawel Maciwoda (baixo) e Mikkey Dee (bateria). A primeira do repertório veio dele, a animada "Gas in a Tank". Em seguida clássicos absolutos como "Make It Real" e "The Zoo" do álbum "Animal Magnetism" de 1980 e a instrumental "Coast to Coast" de "Lovedrive" (1979). Uma pausa nos clássicos para mais duas músicas novas: "Seventh Sun" e "Peacemaker".
"Agora vamos voltar para os anos 80, eu sei que vocês sabem cantar a próxima, Porto Alegre" disse Klaus antes de "Bad Boys Running Wild". Canção que antecedeu o momento mais esperado da noite para músicas do álbum "Crazy World", lançado no ano de 1990. Foram elas as baladas "Send Me An Angel" (com direito a Klaus apresentar Mikkey ao iniciar a sua entrada) e "Wind of Change", clássicos que ultrapassam a barreira do hard rock e heavy metal e são conhecidas e amadas por praticamente toda a população do planeta Terra.
Após a emotiva "Rock Believer" foi a vez do polaco Pawel e o sueco Mikkey Dee, na banda desde 2003 e 2016 (respectivamente) mostrarem o real valor da cozinha do Scorpions. O solo da dupla, batizado de "New Vision", mostrou a habilidade absoluta de ambos. Conhecido pelos seus trabalhos no King Diamond e Motorhead, Mikkey caiu como uma luva para o Scorpions, levando toda a sua bagagem do heavy metal para o hard rock da banda.
Próximo do final, mais um bombardeio de clássicos: "Blackout" e "Big City Nights" finalizaram o set com maestria. "Still Loving You" e "Rock You Like a Hurricane" no bis tiraram toda a energia que restava dos fãs espalhados pelo ginásio. Rudolf e Matthias fizeram um show à parte durante todo o tempo. Deslocamentos pelas plataformas, interação com o público e distribuição de diversas palhetas para a pista. Mais contido, porém bastante presente, Klaus também mostrou todo o seu potencial, mesmo aos seus quase 75 anos de idade. Uma apresentação para ser guardada na memória para sempre e ainda ter uma esperança de rever o clássico grupo de hard & heavy alemão mais alguma vez.
Fotos por: @gordokiske
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