Lars Ulrich revela preferências em entrevista sobre trilha sonora de sua vida
Por André Garcia
Postado em 18 de julho de 2023
Entre 2016 e 2017, a NME fez uma série de entrevistas na coluna Soundtrack of my Life. Diversos convidados, como Ringo Starr e Alice Cooper, apontavam uma música que representavam uma certa coisa em suas vidas.
Após 2020 o formato vem sendo utilizado pela Classic Rock, que em 2022 contou com a participação de Lars Ulrich. Na época, o Metallica estava a poucos meses de anunciar o "72 Seasons", então ainda mantido em segredo absoluto.
A primeira música que me lembro de ter ouvido
"Quando eu era pequeno, meu pai costumava tocar muita coisa de jazz: Coltrane, Miles, Dexter Gordon, Ornette Coleman… e um pouco de rock: Jimi Hendrix, Rolling Stones, The Doors… A música que você ouvia a rádio dinamarquesa basicamente era o que estava saindo da Inglaterra na época, então nos anos setenta era muita coisa glam."
Primeira música que toquei ao vivo
"Foi uma música chamada 'Hit The Lights', com uma banda chamada Metallica, em 1982 no Radio City, em Anaheim, Califórnia. Esta é a única banda da qual já fiz parte, e a primeira música que James Hetfield e eu escrevemos juntos, 'Hit The Lights'."
Melhor álbum que já gravei
"'Hardwired... To Self-Destruct' foi o que tive menos problemas, e é aquele que ainda soa mais representativo do meu estado de espírito atual."
Pior álbum que já gravei
"Lars Ulrich em choque — Nós nunca fizemos um disco ruim! Mas, falando sério, sem arregar, eu não vejo nenhum deles como um erro. 'Kill 'Em All [o álbum de estreia, de 1983] parece de muito tempo atrás, muita energia juvenil naquele álbum. Mas estou muito tranquilo em relação ao passado."
A melhor banda que já vi
"Motörhead, AC/DC, Rage Against The Machine, Deep Purple, Thin Lizzy... Não sei qual é melhor que qual. Tive a sorte de vê-las todas muito cedo."
O vocalista
"Bon Scott foi o vocalista mais legal de todos: a entrega vocal, os duplos sentidos irônicos e a personalidade magnética. Aqueles primeiros discos do AC/DC — 'Dirty Deeds Done Dirt Cheap', 'Let There Be Rock, Powerage', 'Highway To Hell' — são simplesmente atemporais."
O guitar hero
"Ritchie Blackmore. O primeiro show que fui na vida foi do Deep Purple. Eu tinha nove anos, e ainda consigo fechar os olhos e vê-lo pegando a Stratocaster preta e branca e tocando com o pé ou esfregando-a nos alto-falantes. Aquilo me marcou. Acho que ele foi o melhor guitarrista daquela geração, e para mim é o herói máximo da guitarra."
O compositor
"Noel Gallagher. A coisa mais difícil do mundo — acredite, sabemos disso muito bem — é escrever uma música simples. Quanto mais curta e simples, mais difícil. Aquelas grandes músicas do Oasis — 'Wonderwall', 'Live Forever', 'Supersonic' — se você ouvi-las apenas com Noel, apenas voz e violão, é incrível o que essas músicas se tornam quando ficam nuas e vulneráveis."
O maior álbum de todos os tempos
"Vou te dar cinco em ordem aleatória: 'Made In Japan' [Deep Purple], 'Lightning To The Nations' [Diamond Head], 'No Sleep 'Til Hammersmith' [Motörhead], 'Definitely Maybe' [Oasis] e o primeiro álbum do Rage Against The Machine. Esses são os atemporais para mim. Eu me sinto atraído por eles dependendo do meu humor. Diria que nos últimos anos, o Rage Against The Machine fala mais comigo do que qualquer outra banda."
O hino
"'Smoke On The Water'. Não sei se posso dizer algo sobre essa música que já não tenha sido dito. Mas posso dizer que foi uma experiência muito legal para mim, cerca de quinze anos atrás, quando Ian Gillan fez um show em São Francisco e eu acabei tocando 'Smoke On The Water' com ele. Aquilo foi bem surreal para um cara que cresceu em um quarto cheio de pôsteres do Deep Purple."
Música que me faz chorar
"No clima certo, algumas daquelas músicas atemporais do Simon & Garfunkel definitivamente podem tocar um nervo emocional: 'The Sound Of Silence', 'Scarborough Fair'... Por falar em Paul Simon, a esposa dele, Edie Brickell, o primeiro disco dela, 'Shooting Rubberbands At The Stars', tem uma música, 'Air Of December', que definitivamente me deixa meio emotivo."
Minha música para uma festa sábado à noite
"Stereo MCs, 'Connected'. Aquele álbum é genial! Cada música te faz querer pular e brisar."
Minha música para fazer amor
"Vou te dizer uma coisa, e você entenda o que quiser: Podemos dizer que eu e minha esposa temos uma relação especial com o primeiro álbum do Montrose. Ok? Entendam o que quiserem. Podem preencher as lacunas!"
Música que gostaria que tocasse no meu funeral
"'Killing In The Name', Rage Against The Machine. 'F*da-se, eu não vou fazer o que você manda!' Mas não sei se é uma música que define como me sinto em relação à minha vida. Eu poderia escolher Oasis, 'Supersonic', ou Diamond Head, 'Am I Evil?' Ou talvez 'Return Of The Vampire', do Mercyful Fate. É um clássico antigo no qual toquei quando eles regravaram, por volta de 1993. De alguma maneira estranha, 'Return Of The Vampire' poderia ser eu na minha vida após a morte, voltando."
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