Fernanda Lira abre o coração e diz como se sente com matérias zoeiras do Whiplash.Net
Por Gustavo Maiato
Postado em 05 de julho de 2023
Recentemente, o Whiplash.Net tem colocado várias matérias mais divertidas sobre Fernanda Lira, baixista do Crypta. Mas o que será que ela pensa a respeito disso? Confira o que ela disse em entrevista ao jornalista Gustavo Maiato.
"Isso de almoçar antes ou depois então hoje eu encaro com muito bom humor. Eu acho que é isso que falta, as pessoas encararem também com leveza, de tipo, com leveza de rachar o bico. A pessoa abre lá a matéria e lê porque não é uma matéria à toa, né? Eu entendi o propósito por trás da matéria. Eu explico o lance do refluxo e tal. Então existe um conteúdo, mas a galera fica muito, muito p da vida com os títulos das matérias, né?
Mas eu já levo com bom humor, com uma leveza, não vejo problema. É, por muito tempo eu fiquei muito desconfortável com esse lance de clickbait, vou ser bem sincera, porque eu acho que as pessoas, por exemplo, quando eu estava nessa transição da Nervosa para Crypta, que foi um momento sensível para todos os lados, para própria cena, lembro que foi um bafafá assim, porque todo mundo estava preocupado, como que vai ser, né?
Então foi um momento sensível no geral, e eu sinto que teve muita gente na mídia que se aproveitou um pouco disso nesse momento sensível para criar clickbait desnecessário. Então, foi um momento difícil para dar entrevista porque estava super sensível, eu chorava em praticamente toda entrevista, e aí via que depois as pessoas desconfiguravam minha fala para criar uma matéria sensacionalista ali. Isso na época me machucou, porque eu achava tipo, poxa, estão se aproveitando de um momento ultra sensível, isso eu não acho legal, né?
Então, nessa época, não estou falando só do Whiplash tá, estou falando de uma maneira geral, porque foram vários lugares que realmente se aproveitaram assim desse momento sensível para ganhar clique em cima do sofrimento dos outros. Então, essa é a linha tênue que eu acho que é importante que os jornalistas se lembrarem e a gente se lembrar como público também, que não pode, que tem que ser respeitada, de quando você faz uma matéria tipo essa minha do almoço lá, é uma coisa descontraída, eu não estou sofrendo com aquilo, então está de boa.
Agora, a partir do momento que você pega um tópico sensível de uma pessoa para riar sensacionalismo, é, eu acho inescrupuloso, eu acho, eu acho antiético, eu acho desumano mesmo assim você ganhar clique em cima do sofrimento de qualquer pessoa, eu acho muito zoado. Então, eu acho que esse é um cuidado que se tem que ter. Sensacionalismo, gente, ele existe, infelizmente, né? Porque assim, por exemplo, o pessoal reclama desse tipo de matéria, mas está lá comentando, está lá clicando.
Então, as próprias pessoas colaboram com esse sensacionalismo, né? Pode ver, você acha que eu não vejo lá as matérias que saem, essas coisas que mais tem curtida, lá que mais o povo fica pistola comentando. Então, isso contribui para o próprio algoritmo entender que toda vez que tiver Fernanda Lira e Crypta, vai dar bom, ele impulsiona. Então, os haters ficam pistola, acabam até ajudando a banda, né? Então, a gente tem que lembrar que a gente está nessa era do sensacionalismo. Não estou falando que é o ideal, definitivamente.
Sou jornalista também, não me formei de revolta, mas eu estudei jornalismo por um bom tempo, então eu entendo que eu não gosto dessa coisa de a gente depender tanto do sensacionalismo para fazer as coisas serem propagadas ali, mas as pessoas acabam contribuindo com isso também e tal, mas eu acho que a gente sempre tem que prestar atenção nessa linha tênue de até onde é OK explorar, né? Então, se for uma coisa mais leve, como são essas coisas, realmente não importa, eu compartilho, eu falo e racho o bico.
Agora, quando é uma frase fase de sofrimento, eu lembro, por exemplo, o povo pegando muito no pé quando o Edu Falaschi passou por aquele problema na voz dele. É muito injusto, sabe, o jeito que as pessoas tratavam ali, então várias outras artistas, né? Eu acho que aí é complicado você ficar distorcendo, às vezes é tão difícil para pessoa sair do casulo de sofrimento voltar para dar uma entrevista e aí ela fala e é distorcido.
Então, isso eu acho muito desleal com os artistas, sabe? Agora, essa coisa mais leve, eu não me importo mesmo. Eu acho que tudo vai na base do respeito, de se colocar no lugar, né? Então, não gostaria que distorcessem uma fala minha no momento que eu estou sofrendo para criar um sensacionalismo em cima, ninguém acharia bom. Então, esse é o cuidado que eu acho que você tem que ter tanto no Whiplash quanto qualquer outro veículo.
Agora, com essas coisas, assim, eu acho que que faz parte, né? Eu até costumo conversar com algumas pessoas, amigos assim, porque virou um tema até dentro dos meus amigos e conversamos sobre isso. Concluímos que se estão fazendo esse tipo de coisa é porque existe uma relevância de algum jeito, né? Então, é isso, existe alguma relevância minha ali na cena por isso que está sendo feito isso.
Não me atrapalha, não acho que não tem nada a ver assim, até porque quem se incomoda com esse título, com essas matérias, e não sei que as pessoas que já não são fãs da banda, né? Isso que eu tento explicar para os fãs da banda, que o pessoal entra lá nos comentários, que a maioria das vezes eu só vejo os comentários, bloqueio geral, é uma delícia bloquear a galera que reclama tanto, acho um absurdo.
Os fãs meus ficam pistola, ficam tristes, chateados, e o pessoal fica falando essas coisas, e eu geralmente tenho que ficar relembrando: gente, não se importem, essas pessoas não são fãs da banda, até aqueles que falam ‘deixando de seguir’, nunca contribuíram, só querem fazer barulho, não vão no show, não compram merchandising, não fazem nada de construtivo para a Crypta, não vão lá dar views. Então, é coisa nula. São pessoas que gostam de fazer barulho, mas que são nulas para a Crypta, né? Então, não se afetem, deixem eles espumarem sozinhos lá. Mas é isso, tá legal, tá bom, a bolsa dele estão aqui, realmente tá tranquilo, não tocando nos meus calos. Se derem, eu vou dar intimão, porque eu sou dessas."
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