Como o Van Halen esmagou o Aerosmith com direito a Tanque de Guerra e Fusca Amarelo
Por Bruce William
Postado em 22 de novembro de 2023
Mais uma daquelas bizarras histórias da época em que o rock'n'roll era realmente transgressor, exagerado e rebelde de uma forma divertida - sim, às vezes passava do ponto, é verdade: esta foi relatada por David Lee Roth na sua autobiografia "Crazy From the Heat" (portanto se há alguma imprecisão a culpa é dele), e tem a ver com uma rixa que havia no final dos anos setenta entre o Van Halen e o Aerosmith.
Acontece que as duas bandas estavam no cast do CaliFFornia World Music Festival, realizado no LA Coliseum em 7 e 8 de abril de 1979, e elas eram as headliners do segundo dia do evento. Enquanto o Van Halen vinha em uma ascensão meteórica, tendo lançado seu segundo disco um mês antes, o Aerosmith estava em uma espiral descendente por vários problemas, incluindo sérios conflitos internos, que culminaram na saída de Joe Perry da banda poucos meses depois, durante as gravações do "Night in the Ruts".
O Van Halen estava vindo de forma esmagadora pra cima de seus "rivais", e para ilustrar bem este fato eles tiveram uma mirabolante ideia: arrumaram um tanque de verdade e compraram dois Fuscas amarelos, que pretendiam usar numa encenação que seria transmitida pelos alto-falantes do estádio. Nela, seria dito que um dos integrantes do Aerosmith havia estacionado o carro de forma ilegal e, como ele não compareceu para retirar, o Van Halen passaria com o tanque por cima do carro. E depois a banda subiria ao palco saindo de dentro do tal tanque!
O Van Halen chegou a ensaiar a "pegadinha" - por isso foram adquiridos dois Fuscas - e contratou um motorista para rolar o tanque por uma escadaria sobre um dos veículos, o que resultou em estilhaços do carro por toda a parte. Algumas poucas imagens podem ser vistas neste link. Mas, infelizmente, a hilária cena não passou do ensaio pois alguém da produção avisou o pessoal do Aerosmith e com isto o elemento surpresa se perdeu, sendo então abortada a encenação.
Mas a destruição sobre a moral do Aerosmith era real, a ponto de Joe Perry ter confessado para a Guitar World que o surgimento do Van Halen aprofundou o sentimento que eles não estavam preparados para a década que se iniciava: "Estávamos entrando nos anos oitenta, e lembro de ouvir o primeiro álbum do Van Halen e adorar aquilo. Que disco foda! A guitarra de Eddie era tão incrível, ele virava o instrumento no avesso e fazia coisas que eu nunca tinha ouvido antes. Percebi que era hora de dar um tempo pois eram necessárias novas ideias".
Joe reconhece que o Aerosmith precisava entrar nos eixos para prosseguir, algo que ainda levaria um bom tempo. "Também precisávamos realinhar nossa visão sobre as coisas e reaprender a conviver juntos. Eu lembro de dizer que a gente não estava pronto para os anos oitenta. Não sei por que eu disse isso, foi apenas uma vibração ou um sentimento que eu tive".
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