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A história de "In My Darkest Hour", uma das músicas mais tristes do Megadeth

Por Mateus Ribeiro
Postado em 19 de fevereiro de 2024

A banda Megadeth, uma das maiores expoentes da história do Thrash Metal, nasceu em 1983, quando o talentoso guitarrista Dave Mustaine foi expulso do Metallica por conta de seu comportamento. Enquanto cruzava os Estados Unidos, em uma viagem que levou cerca de quatro dias, o enfurecido Mustaine criou sua própria banda, que continua firme e forte na ativa até os dias atuais.

Ao longo de sua brilhante história de quatro décadas, o Megadeth se firmou como um titã do Metal e gravou dezenas de músicas magníficas, caso da excelente "In My Darkest Hour", que é o tema desta nota.

Se você não conhece "In My Darkest Hour", separe alguns minutos de seu dia, se acomode em uma poltrona e confira a história de uma das músicas mais tristes e profundas escritas por Dave Mustaine, o gênio responsável pelo Megadeth.

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A qual álbum do Megadeth pertence "In My Darkest Hour"?

A clássica "In My Darkest Hour" é a faixa número 6 de "So Far, So Good…So What!", terceiro disco de estúdio do Megadeth e o sucessor do clássico "Peace Sells…But Who's Buying?" (1986). Lançado em janeiro de 1988, "So Far, So Good…So What!" apresenta outras faixas interessantes, como "Set The World Afire", "Mary Jane" e "Anarchy In The UK" (cover do Sex Pistols).

Foto: Site Oficial Megadeth
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Quem gravou "In My Darkest Hour"?

A versão de estúdio de "In My Darkest Hour" foi gravada por Dave Mustaine (guitarra/vocal), Jeff Young (guitarra), David Ellefson (baixo) e Chuck Behler (bateria). Vale lembrar que a música foi uma das poucas do Megadeth gravada por Jeff e Young, uma vez que "So Far, So Good…So What!" foi o único disco do grupo gravado por eles. A dupla foi substituída por Marty Friedman e Nick Menza, integrantes da formação clássica do conjunto.

A música escrita após a morte de Cliff Burton

A composição de "In My Darkest Hour" tem ligação com o Metallica, mais precisamente, com a precoce morte de um dos integrantes do grupo, o baixista Cliff Burton. Responsável pelo baixo nos três primeiros registros do Metallica, Cliff faleceu em setembro de 1986, aos 24 anos, vítima de um acidente com o ônibus da banda.

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Foto: Site Oficial - Ross Halfin
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Mustaine e Cliff foram parceiros de banda de 1982 até 1983. Quando o baixista morreu, o líder do Megadeth ficou sabendo da tragédia através de uma amiga, o que o deixou muito chateado com seus ex-companheiros do Metallica.

"Escrevi a música quando soube que Cliff havia morrido. Uma amiga minha, ‘Metal’ Maria Ferrero, me ligou para dizer que ele tinha sofrido um acidente de ônibus. Levei isso muito a sério porque pensei: ‘Seus filhos da puta, vocês sabem que somos todos irmãos em uma banda, ele morre e vocês pedem para outra pessoa me ligar?’. Então, levei isso muito, muito, muito a sério", declarou Mustaine, durante entrevista concedida à Rolling Stone.

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Felizmente, o tempo passou e Mustaine conseguiu entender por quais razões nenhum integrante do Metallica o avisou sobre a terrível morte de Cliff Burton.

"Agora entendo que, durante o luto, as pessoas fazem coisas estranhas, então mudei minha visão em relação ao fato de ela ter me ligado, mas na época eu fiquei muito chateado, escrevi a música em uma única sessão e depois comecei a escrever as letras o mais rápido que pude. Foi um período muito, muito doloroso escrever aquela música", acrescentou o chefão do Megadeth.

Pais de Cliff estavam presentes quando "In My Darkest Hour" foi tocada pela primeira vez

Na mesma entrevista, Mustaine afirmou que os pais de Cliff Burton presenciaram a primeira vez que "In My Darkest Hour" foi tocada em uma apresentação da banda fundada por Mustaine.

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"Essa música evoca muitos sentimentos. A primeira vez que a toquei, a mãe e o pai de Cliff estavam em nosso show. Eu conseguia tocá-la no estúdio e nos ensaios, mas com eles lá, eu não conseguia. Você nem sabe de onde vêm esses sentimentos", acrescentou Mustaine, que infelizmente, não conseguiu se despedir de seu amigo.

"Eu realmente não tive a chance de dizer adeus. Quer dizer, eu nem sabia onde ele foi enterrado. Então, isso mostra como tudo aconteceu. Mas eu o verei no céu. Isso é o legal. Pelo menos eu acredito nisso."

Sobre o que fala a letra de "In My Darkest Hour"?

A melodia de "In My Darkest Hour" foi construída em cima da dor que Mustaine sentiu ao ficar sabendo da morte de um grande amigo. Já a letra retrata uma decepção amorosa vivida por Mustaine que foi tema de muitas canções.

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"A ‘hora mais escura’ da música é eu sabendo que estava sozinho. A letra é sobre Diana, minha musa [risos], a mesma mulher que eu estava namorando na época de ‘Loved to Deth’. Escrevi ‘Tornado of Souls’, ‘Trust’, ‘This Was My Life’, ‘99 Ways to Die’ - todas essas músicas também foram sobre ela. Estou muito, muito feliz no amor com minha esposa, mas só houve uma outra pessoa que realmente foi tão fundo em meu coração. E acho que todos nós passamos por isso, quando temos um relacionamento com alguém por quem realmente nos apaixonamos, mas que nem sempre dura", complementou o apaixonado frontman.

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Uma das músicas que o Megadeth mais tocou ao vivo

De acordo com dados do site Setlist.Fm, "In My Darkest Hour" é a quinta música que o Megadeth mais tocou em seus shows. Até a data da edição desta matéria, a canção havia sido executada em 1368 apresentações do quarteto. Apenas "Symphony Of Destruction", "Hangar 18", "Holy Wars…The Punishment Due" e "Peace Sells" foram tocadas mais vezes por Mustaine e seus camaradas.

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Agora que você sabe um pouco mais sobre "In My Darkest Hour", é hora de apertar o play e curtir essa obra triste, profunda e muito bonita.

Música: "In My Darkest Hour"
Banda: Megadeth
Álbum: "So Far, so Good…So What"
Data de lançamento: 19 de janeiro de 1988
Gravada por: Dave Mustaine (guitarra/vocal), Jeff Young (guitarra), David Ellefson (baixo) e Chuck Behler (bateria)

Letra

In my hour of need
Heh, no, you're not there
And though I reached out for you
Wouldn't lend a hand

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Through the darkest hour
Your grace did not shine on me
Feels so cold, very cold
No one cares for me

Did you ever think I'd get lonely?
Did you ever think that I needed love?
Did you ever think to stop thinking
You're the only one that I'm thinking of
You'll never know how hard I tried
To find my space and satisfy you too

Things will be better
When I'm dead and gone
Don't try to understand
Knowing you, I'm probably wrong

But, oh, how I lived my life for you
Still you'd turn away
Now, as I die for you
My flesh still crawls as I breathe your name

All these years, I thought I was wrong
Now I know it was you
Raise your head, raise your face, your eyes
Tell me who you think you are

I walk
I walk alone into the promised land
There's a better place for me
But it's far, far away

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Everlasting life for me
In a perfect world
But I got to die first
Please, God, send me on my way

Time has a way of taking time
Loneliness is not only felt by fools
Alone, I call to ease the pain
Yearning to be held by you, alone
So alone, I'm lost
Consumed by the pain

The pain, the pain, the pain
Won't you hold me again?
You just laughed, ha, ha, you bitch!

My whole life is work built on the past
The time has come when all things shall pass
This good thing passed away

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Sobre Mateus Ribeiro

Fã de Ramones, In Flames e Soilwork. Ouve (quase) tudo, desde rock clássico até black metal.
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