O dia em que Marky Ramone tentou ajudar e um baixinho o mandou pro hospital
Por Emanuel Seagal
Postado em 25 de junho de 2024
O baterista do Ramones descobriu como bancar o herói pode ser extremamente arriscado. Ao intervir numa briga, a pessoa que tentou ajudar tentou tirar sua vida.
Nos anos 90 a criançada aprendeu com o bordão do desenho "Eek! The Cat" que ajudar não dói, mas no caso do baterista Marky Ramone, em uma noite de herói, doeu bastante.
O baterista do Ramones contou em seu livro "Minha Vida Como um Ramone" como sua ideia de ser um bom samaritano lhe rendeu uma visita ao hospital. Em uma noite de folga ele estava bebendo e ao ir embora de madrugada com Fred, seu irmão, e o amigo Elwood, avistaram dois caras brigando.
"Havia algo errado naquela briga. Um deles era maior que outro — uns trinta centímetros maior. Então fui até lá e me enfiei entre os dois. Eles ficaram paralisados. Gritei para o mais alto: 'Ei! Não compre briga com esse cara! Olhe o tamanho dele.' Do nada o baixinho avançou em mim. Quando recuei, vi que havia uma faca na mão dele. Senti que ela passou pela parte interna do meu braço esquerdo, pela jaqueta de couro. Assim que segurei meu braço, tanto o sujeito menor quanto o maior saíram correndo, seguindo rumo ao sul pela calçada. Fred e Elwood estavam logo atrás dele. O maior fugiu, mas Fred segurou o menor, e Elwood o acertou na cabeça com um case. Quando dei alguns passos na direção deles, comecei a ficar enjoado e zonzo. Olhei para baixo e vi uma poça de sangue no pavimento. Se eu estava bêbado o bastante para separar uma briga entre dois idiotas, pelo jeito também estava bêbado o bastante para não perceber que a facada foi feia", contou.
Felizmente em seguida uma viatura passou, e como não havia tempo de chamar uma ambulância, o levou ao hospital. "Fui colocado no banco de trás com um dos policiais. Algemaram o sujeito menor e o colocaram na frente. O policial que estava dirigindo nos disse que a primeira parada era o Bellevue Hospital na First Avenue. A segunda era a delegacia. Havia sangue na minha jaqueta, na camisa e na calça. Meu sangue. O policial ao meu lado disse: 'Ei, não vá sujar o banco. Que tal enfiar o dedo no corte para segurar o sangue?' Ele estava brincando, mais ou menos", relembrou.
Como Marky havia bebido, não poderia receber uma anestesia geral, então ele ficou apagando e acordando na mesa de operação. "Não consegui ver direito o que estavam fazendo e não senti nada. Talvez tenha sido porque me deram uma anestesia local. Talvez tenha sido por causa das doses que tomei. Senti o cheiro de pele queimada e deduzi que só podia ser a minha. Devem ter cauterizado a ferida, acrescentou.
Marky foi informado que teve uma artéria cortada e que deveria ficar uma semana no hospital se recuperando. O músico, após alguns dias, fugiu do hospital e foi para a casa do amigo Elwood, que o recebeu com álcool e uma cópia promocional do novo álbum do KISS.
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