Andreas Kisser conta quando notou que o Sepultura atingiu "o topo"
Por Mateus Ribeiro
Postado em 09 de setembro de 2024
O veterano músico brasileiro Andreas Kisser, guitarrista e líder da icônica banda Sepultura, concedeu entrevista ao jornal Folha de São Paulo. O principal assunto da entrevista (publicada no dia 7 de setembro) foi o fim do Sepultura. Andreas explicou que o fim das atividades do grupo foi uma decisão consciente.
"Acho que não tem um motivo só. Eu acho que tudo tem um fim, tudo tem ciclos. Eu acho que é um privilégio você poder fazer essa decisão consciente, em paz com a gente mesmo. São 40 anos de história né? No melhor momento da banda, com um disco forte como o ‘Quadra’. Sobrevivemos a uma pandemia.
Não tem nenhum fator externo, uma briga ou alguma coisa que faça a banda acabar. É uma escolha nossa. Quem pode fazer isso, né? Pouca gente pode fazer isso, de escolher (...). Mas me sinto também ainda jovem o suficiente e motivado pra começar outros projetos", disse Andreas.
Na mesma entrevista, Andreas contou qual foi o momento em que ele percebeu que o Sepultura chegou no topo.
"Não existe o topo, entendeu? Pra mim, o topo foi quando a gente tocou no Rock In Rio 91 e chegou o Rob Halford do Judas Priest querendo conhecer a gente, mano. Pô, o Metal God, cara. Aquilo eu falei: ‘Caralho, mano. O Sepultura deve estar fazendo alguma coisa que está valendo a pena’", relatou o guitarrista.
A entrevista completa pode ser assistida no player a seguir.
O fim do Sepultura
O Sepultura anunciou o fim de suas atividades no segundo semestre de 2023, após quatro décadas de serviços muito bem prestados ao Heavy Metal.
"O Sepultura vai parar. Vai morrer. Uma morte consciente e planejada.
Nos próximos 18 meses, vamos celebrar 40 anos junto aos nossos fãs em uma tour de despedida que vai passar por todo o planeta. Celebrar acima de tudo o presente, o hoje. Um momento muito especial na nossa rica e vitoriosa carreira.
Depois de 40 anos de altos e baixos, 80 países visitados de diferentes culturas, de diferentes visões políticas e religiosas, levando as cores e ritmos brasileiros para o mundo, mostrando um Brasil mais realista e menos caricato, mais pesado e agressivo.
Depois de lançar o ‘Quadra’, um dos melhores álbuns da nossa história. Sobreviver a uma indesejável e insana pandemia através da SepulQuarta, uma experiência maravilhosa que virou um álbum e que nos manteve unidos e fortes seguindo em frente. Depois de mudanças e aprendizados, nós vamos parar.
A tour de 40 anos está sendo gravada e vai virar um disco ao vivo de 40 músicas registradas em 40 cidades diferentes num momento em que estamos com a mais elevada energia no palco. União e conexão total.
Estamos felizes e muito agradecidos com tudo que aconteceu na nossa história, fizemos grandes álbuns e shows, cultivamos amizades, conhecemos nossos ídolos, ajudamos a colocar o metal brasileiro no mapa mundial e, agora, deixamos a cena com o sentimento de dever cumprido.
Temos os melhores fãs do mundo, que nos apoiam com elogios e críticas, que são exigentes e inteligentes, que evoluem junto com a banda, são sempre leais e amam verdadeiramente o Sepultura. Sem vocês nada disso seria possível. Este álbum e esta tour são para a SepulNation, nós amamos vocês!", diz o comunicado publicado no site oficial do Sepultura.
O último trabalho de estúdio do Sepultura é "Quadra", lançado em 2020. A atual formação da banda conta com Derrick Green (vocal), Andreas Kisser (guitarra), Paulo Jr (baixo) e Greyson Nekrutman (bateria).
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