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O disco que virou um dos clássicos do seu estilo e causou separação da banda que o gravou

Por Mateus Ribeiro
Postado em 21 de novembro de 2024

O At the Gates figura entre os pioneiros do Melodic Death Metal. Fundado em Gotemburgo (Suécia) na longínqua década de 1990, o grupo possui uma discografia relativamente pequena, que inclui um dos maiores clássicos do estilo que o consagrou: "Slaughter of the Soul".

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Foto: Facebook Oficial - Ester Segarra
Foto: Facebook Oficial - Ester Segarra

Lançado no dia 14 de novembro de 1995, "Slaughter of the Soul" é o quarto registro de estúdio do At the Gates. Sucessor de "Terminal Spirit Disease" (1994), o álbum apresenta três das músicas mais famosas da banda: a faixa-título, "Blinded by Fear" e "Cold". "Under a Serpent Sun", "World of Lies" e "Suicide Nation" são outras faixas que merecem destaque.

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Menos enfeites, mais brutalidade

"Slaughter of the Soul" é mais direto e "simples" do que os primeiros álbuns do At the Gates. A decisão de mudar a sonoridade foi intencional, segundo entrevista que o vocalista Tomas Lindberg concedeu à Metal Hammer.

"Se você ouvir nossos dois primeiros álbuns [‘The Red in the Sky Is Ours’ e ‘With Fear I Kiss the Burning Darkness’], o estilo era muito técnico e complexo. A musicalidade às vezes atrapalhava. Então, quando se tratou do ‘Terminal…’ sentimos que era hora de progredir – e com isso, quero dizer nos tornar mais simples e diretos. Agora, para algumas pessoas, isso pode parecer um retrocesso, mas para nós, era um caso de não encher a música com muita coisa desnecessária. Queríamos ser mais diretos, ser mais brutais. O ‘Terminal Spirit Disease’ iniciou o processo. Foi o embrião do qual demos à luz o ‘Slaughter Of The Soul’."

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Mediocridade? Não, muito obrigado

Ainda de acordo com o frontman do At the Gates, algumas bandas da época se contentavam com a mediocridade. Ele e seus parceiros de banda não queriam seguir esse mesmo caminho.

"Havia muitas bandas de Death Metal na mesma época, mas todas elas estavam felizes em fazer discos medíocres. Nunca vimos isso como uma opção. Queríamos nos testar contra os gigantes."

Letras fantasiosas foram cortadas

As mudanças promovidas pelo At the Gates não ficaram apenas nas melodias. As letras das músicas também passaram a abordar assuntos diferentes.

"Em termos de letras, também combinamos com a abordagem básica da música. Havia algo muito mais hardcore no que eu escrevi em comparação a antes. Todas as menções a dragões e vikings foram eliminadas. Concentrei-me na vida real e em questões sociais. Era mais realista e menos mítico."

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Participação de ícone do Metal

Terceira faixa de "Slaughter of the Soul", "Cold" conta com a participação de um grande nome do Metal: Andy LaRocque. Lindberg contou como o guitarrista da banda King Diamond contribuiu com o At the Gates.

"Todos nós éramos grandes fãs de Mercyful Fate e King Diamond. Quando descobrimos que Andy LaRocque, guitarrista do King Diamond, trabalhava em uma loja de música local, tivemos que incluí-lo no disco. Fredrik [Nordström, produtor] também trabalhava lá ocasionalmente, então levou Andy para o estúdio. Ele fez um solo brilhante em 'Cold'."

O sucesso que causou a separação

A trajetória do At the Gates mudou depois que "Slaughter of the Soul" foi lançado. O disco colocou o nome do quinteto em evidência, porém, quando as coisas pareciam iriam decolar, algo ruim aconteceu: Anders Björler, guitarrista e um dos membros fundadores, resolveu pular fora do barco.

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"Houve um grande burburinho sobre o álbum. Vendeu muito bem, pelo menos em comparação com o que havíamos feito antes. As coisas estavam indo muito bem. Fizemos turnês pela Grã-Bretanha, Europa e América, e estávamos prontos para o próximo álbum, quando…[Anders saiu do At the Gates]."

Com a saída de Anders, os demais integrantes resolveram encerrar as atividades do At the Gates. Tomas comentou a decisão.

"Anders não conseguia lidar com a pressão, simples assim. Tentamos persuadi-lo a mudar de ideia, mas tudo ficou em cima dele. O sucesso do álbum nos elevou a um novo patamar, mas também trouxe seus próprios problemas. A Earache estava nos pressionando para voltarmos ao estúdio, e Anders cedeu. Em retrospecto, talvez devêssemos ter tentado substituí-lo e continuar, mas éramos todos muito jovens e não estávamos dispostos a fazer isso. Como resultado, a banda se desfez."

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Retorno triunfal e novos discos

Para a felicidade de seus fãs, o At the Gates foi reativado de forma definitiva em 2010. De lá pra cá, o quinteto lançou três discos de estúdio: "At War With Reality" (2014), "To Drink from the Night Itself" (2018) e "The Nightmare of Being" (2021).

Atualmente, o At the Gates é formado por Tomas Lindberg (vocal), Anders Björler (guitarra), Martin Larsson (guitarra), Jonas Björler (baixo) e Adrian Erlandsson (bateria). Esse mesmo quinteto gravou "Slaughter of the Soul", o álbum que virou um clássico do Metal e causou a separação do grupo.

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Sobre Mateus Ribeiro

Fã de Ramones, In Flames e Soilwork. Ouve (quase) tudo, desde rock clássico até black metal.
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