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Como o filme "Ainda Estou Aqui" contradiz a crença que Roberto Carlos era um artista alienado

Por Bruce William
Postado em 16 de março de 2025

Por muitos anos, Roberto Carlos foi visto como um artista distante dos acontecimentos políticos do Brasil. Diferente de nomes como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que foram exilados, ou Chico Buarque e Milton Nascimento, que enfrentaram problemas com a censura, Roberto seguiu sua trajetória musical sem se envolver diretamente em debates políticos. Essa postura fez com que ele fosse rotulado como alienado, alguém que, se não apoiava abertamente o regime militar, ao menos não representava uma ameaça para ele.

Foto: Reprodução
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No entanto, o recente sucesso do filme "Ainda Estou Aqui" trouxe um novo olhar sobre sua obra. O longa utiliza duas músicas ligadas a Roberto Carlos em momentos-chave, resgatando uma fase menos lembrada de sua carreira e levantando novas discussões sobre seu papel na música brasileira. O jornalista Júlio Ettore analisou essa escolha em um vídeo onde ele explica que essas canções trazem uma carga simbólica muito maior do que o público pode imaginar à primeira vista.

A primeira delas é "É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo", que ganhou grande destaque no filme e está presente no álbum "Carlos, Erasmo" (1971), trazendo uma letra que reflete a atmosfera da época e se alinha ao contexto retratado nas telas, reforçando o impacto emocional da narrativa. "As músicas que você ouviu definiram você, ao contrário do que acontece hoje, quando os algoritmos definem o que você vai ouvir", disse o diretor Walter Salles para a Noize. "Nesse sentido, a incorporação de Erasmo Carlos 'É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo', que aparece no meio e nos créditos finais, foi essencial", explica.

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Mas, no vídeo, Júlio revela um detalhe que muitos desconhecem: a letra foi composta inteiramente por Roberto Carlos, sem participação de Erasmo, algo que geralmente não acontecia nas parcerias da dupla. Segundo Ettore, a canção nasceu de uma conversa entre Roberto e Erasmo, onde discutiam os acontecimentos da época. "Numa noite em que Erasmo e eu estávamos compondo, começamos a falar de questões em geral do Brasil, e eu disse: 'é preciso dar um jeito'. Ele repetiu a frase e então eu disse: 'isso pode ser tema de uma música nossa'", contou Roberto. Assim surgiu a letra, que refletia uma inquietação social, mas com um tom subjetivo o suficiente para escapar da censura da época.

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Júlio também destaca a mudança na postura de Erasmo Carlos a partir do álbum que traz essa música. O cantor, antes identificado com a Jovem Guarda, buscava um direcionamento artístico mais maduro. Em entrevistas da época, ele chegou a admitir: "Na Jovem Guarda, a gente era muito alienado. A gente estava deslumbrado com o dinheiro que ganhava, comprando as coisas que queria comprar. Agora é época de consciência." Essa transformação foi refletida tanto nas músicas quanto na sonoridade do disco, que contava com participações de Liminha e Dinho, da formação clássica dos Mutantes, além do guitarrista Lanny Gordin.

No vídeo, Júlio Ettore contextualiza que tanto Roberto quanto Erasmo nunca foram intelectuais engajados politicamente. Criados em um meio suburbano e mais ligados à cultura pop do que aos debates acadêmicos, ambos tinham mais familiaridade com revistas em quadrinhos do que com livros ou jornais. No entanto, Roberto foi profundamente impactado pelo exílio de Caetano e Gil, chegando a compor "Debaixo dos Caracóis dos Teus Cabelos" como homenagem a Caetano.

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E a outra música exibida na película é "Como Dois e Dois", composta por Caetano Veloso e gravada por Roberto Carlos também em 1971. No filme, ela aparece em um momento carregado de tensão, quando Eunice, esposa de Rubens Paiva interpretada por Fernanda Montenegro, aumenta o volume da rádio para mudar de assunto quando uma das filhas estava cobrando explicações sobre o pai. Essa cena foi interpretada por muitos como uma alusão à imagem de Roberto Carlos como um artista alienado, alguém que, mesmo ciente da realidade, preferia evitá-la.

Mas a letra da canção é de Caetano, que fez uma declaração interessante sobre ela, reconhecendo que Roberto, longe de ser alienado, tinha uma forma própria de expressar sua posição dentro das possibilidades que lhe cabiam: "Fiz essa canção para Roberto Carlos e pensando em Roberto Carlos. Eu queria ouvi-lo dizendo aquelas coisas, embora com uma letra enigmática, como dois e dois é o Roberto mesmo no momento da ditadura, e ele podendo ser uma afirmação do Brasil. Era o modo de ele explicitar o compromisso real dele. E era enigmático porque estava para além dos compromissos que queriam que Pelé e ele assumissem de tomar atitudes da esquerda convencional, o que eu sempre achei uma estupidez."

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Erasmo Carlos, que faleceu em 2022, não chegou a ver o sucesso do filme e o impacto que ele trouxe para essas músicas. Mas "Ainda Estou Aqui" reforçou a presença de Roberto Carlos em um contexto inesperado. No final das contas, talvez a verdadeira questão seja: Roberto realmente esteve tão distante da realidade quanto muitos acreditam? Ou teria ele encontrado na sutileza de suas canções um meio de dizer mais do que aparentava?

O vídeo do jornalista Júlio Ettore com muito mais informações e detalhes pode ser visto no player abaixo.

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Sobre Bruce William

Quando Socram chegou no Whiplash.net era tudo mato, JPA lhe entregou uma foice e disse "go ahead!". Usou vários nomes, chegou a hora do "verdadeiro". Nunca teve pretensão de se dizer jornalista, no máximo historiador do rock, já que é formado na área. Continua apaixonado por uma Fuchsbau, que fica mais linda a cada dia que passa ♥. Na foto com a Melody, que já virou estrelinha...
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