"Quem manda sou eu!": Yngwie Malmsteen explica dinâmica de sua carreira
Por João Renato Alves
Postado em 09 de março de 2025
Yngwie Malmsteen entende ser uma figura incompreendida. Especialmente por conta de sua metodologia de trabalho, onde monopoliza todas as decisões. No entanto, o sueco garante ser o melhor. Em entrevista ao La Hora Del Vértigo By Stairway To Rock, transcrita pelo Blabbermouth, o guitarrista explicou o que o leva a seguir esse caminho. Ele disse:
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"Alguns de vocês entenderam mal o que eu sou, o que estou fazendo, o que realmente sou. A Suécia era um ambiente muito hostil para aspirantes a músicos. Não era considerado ter um emprego de verdade se você fosse músico, compositor ou o que quer que seja. Então, não me sentia em casa lá. De qualquer forma, muito cedo, comecei a tocar. Cresci em uma família com formação clássica, estava cercado por música clássica e jazz e tudo mais, mas queria tocar rock and roll. Ganhei meu primeiro violão quando tinha cinco anos, comecei a tocar quando tinha sete e nunca mais parei. Comecei bandas quando tinha oito, nove, dez anos. Não eram realmente bandas.
Vou dar um bom exemplo. Eu estava na terceira série e disse a uma criança na classe: 'Ei, na sexta-feira, temos um show.' 'Ah, é? O que você quer dizer?' ‘Você tem que tocar bateria.’ ‘Eu não toco bateria.’ ‘Vou te ensinar a tocar bateria.’ ‘Eu não tenho bateria.’ ‘Está tudo bem. Eu tenho bateria.’ Naquela sexta-feira, fizemos um show. Eu tinha oito anos. Toquei com um amplificador e feedback, esse garoto ficava apenas segurando a batida. Daquele dia em diante eu fui o escritor, o guitarrista principal, o vocalista principal — tudo. Tive 10 milhões de baixistas e bateristas diferentes."
Ainda assim, as possibilidades eram diminutas onde o virtuoso morava. "Não conseguia ir a lugar nenhum na Suécia. Me ofereceram a possibilidade de mudança para os Estados Unidos. Eu entrei para uma ‘banda’ chamada Steeler. Depois formei outra ‘banda’ chamada Alcatrazz. Então, em janeiro de 1984 — eu gosto de apontar isso; em janeiro de 1984 — eu assinei um contrato de artista solo como Yngwie J Malmsteen. É isso.
Agora, todas essas pessoas que entraram e saíram dos meus projetos parecem pensar que têm algo a ver com isso. Não têm. Não têm. Não importa quem está cantando minhas músicas. Não importa quem está tocando o baixo, o teclado ou a bateria. Não importa. É como dizer que o terceiro violinista da Orquestra Filarmônica Tcheca é importante para os concertos para violino de Vivaldi. Então, gostaria de ressaltar que, desde o primeiro dia, fui um artista solo. Entrei para uma ‘banda’ por duas semanas em 1983. Formei uma banda por cerca de um ano e depois fui artista solo novamente."
De qualquer modo, Yngwie reconhece ser uma pessoa difícil de lidar – não que ainda precisasse. "Se você quiser, pode me chamar de maníaco por controle. Vá em frente. Me chame assim o dia todo. Assumo a culpa. Eu decido quando a máquina de fumaça dispara. Eu decido quais cores de luz estarão na estrutura frontal da iluminação. Eu decido exatamente o que será a introdução e o que não será a introdução. Eu construo o show inteiro, a coisa toda, todas as noites."
Para explicar sua visão, o instrumentista traçou paralelos com outros meios artísticos. "A música é uma forma de arte. Assim como a pintura. Assim como escrever livros. A maneira como Leonardo da Vinci e outros do gênero abordavam sua arte é mais parecida com o que eu faço. Não pinto metade e chamo alguém, 'Ei, você pode vir e me ajudar com o resto da pintura?' É assim que sou como artista, penso mais perto de um compositor clássico ou um pintor. Não tem nada a ver com o fato de não gostar de outras pessoas ou não querer estar com outras pessoas. É só que eu tenho uma ideia perfeita do que quero. Pessoal, lembrem-se: eu faço isso há quase 50 anos. Tenho uma visão do que desejo.
Não estou dizendo que há algo errado com o que outras pessoas fazem. Só estou dizendo que, para mim, já tenho uma visão tão clara do que quero ter na minha cabeça... Todo mundo tem que encontrar seu próprio caminho. Como John Lennon e Paul McCartney. Vamos lá. Você sabe o que quero dizer? É lindo quando as pessoas conseguem essa conexão. Mas esse não é o meu jeito. Não estou dizendo que é ruim ou bom. É que as pessoas são diferentes e é assim que eu trabalho."
Yngwie Malmsteen lança o álbum ao vivo "Live in Tokyo" no próximo dia 25 de abril. O trabalho foi registrado durante um show na capital japonesa realizado ano passado, durante a turnê que celebrava quatro décadas de carreira solo do músico.
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