O pouco conhecido artista que foi o Manuel Bandeira do rock nacional, segundo radialista
Por Gustavo Maiato
Postado em 25 de maio de 2025
Em entrevista descontraída ao Corredor 5, Luiz Antônio Mello, um dos responsáveis por transformar a Fluminense FM na lendária "Rádio Maldita", fez uma comparação inesperada, mas reveladora. Para ele, o letrista Bernardo Vilhena é o "Manoel Bandeira" daquela geração do rock. A afirmação foi feita ao recordar a qualidade poética das composições que embalaram o estilo nos anos 1980.
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A analogia não é gratuita. Manuel Bandeira (1886–1968), um dos pilares da poesia modernista, ficou conhecido pelo uso do verso livre, da linguagem coloquial e pelo lirismo simples e profundo. Bernardo Vilhena, por sua vez, traduziu essa sensibilidade para o universo do pop rock, sem perder a densidade. Suas letras, ao mesmo tempo populares e sofisticadas, tocaram o público.
Vilhena é autor, por exemplo, de sucessos como "Menina Veneno" e "Vida Bandida". Parceiro de Ritchie, Lulu Santos e Lobão, acumulou mais de 430 músicas gravadas. Sua trajetória começou na poesia, nos anos 1970, integrando o coletivo Nuvem Cigana, que reunia artistas de diversas áreas no Rio de Janeiro.

Se Bandeira escreveu versos eternos como "Vou-me embora pra Pasárgada", Vilhena ofereceu ao Brasil refrões igualmente memoráveis, como "Menina veneno, o mundo é pequeno demais pra nós dois". Com a diferença de que um escrevia para livros, e o outro, para rádios, palcos e multidões. "Você pega as letras do Bernardo Vilhena... o cara é muito f***", disse Mello, sem rodeios. "Ele é o Manuel Bandeira do nosso tempo".
Confira a entrevista completa abaixo.

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