"Savatage é tão atemporal quanto Black Sabbath, Judas Priest e Iron Maiden", diz guitarrista
Por João Renato Alves
Postado em 19 de julho de 2025
O guitarrista Chris Caffery e o baterista Jeff Plate concederam entrevista ao TV War, da Grécia. Na ocasião, falaram sobre como a retomada do Savatage tem sido uma prova da relevância da banda, que continua a ter fãs mesmo tendo parado por duas décadas. Plate mencionou o falecido produtor e liricista como um fator preponderante.
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"Bem, grande parte disso se deve às letras do Paul O'Neill, que tocaram milhares de pessoas no mundo todo. Ouvimos isso o tempo todo. Pegue 'Believe' como exemplo. Noite após noite, as pessoas vêm até nós e dizem: 'Essa música literalmente salvou minha vida', ou 'Eu chorei ouvindo essa música'. Paul tinha um jeito de compor que se conectava com tantas pessoas de uma forma individual. Aí, você combina isso com uma das bandas com sonoridade mais única de todos os tempos."
Caffery completou exaltando as qualidades coletivas e individuais, incluindo o colega de instrumento que faleceu tragicamente em 1993, num acidente de carro. "Na minha opinião e na de muita gente, Criss Oliva está no mesmo nível de Dimebag Darrell ou Eddie Van Halen. A música do Savatage é tão atemporal quanto as do Black Sabbath, Judas Priest e Iron Maiden. Então, é um pacote completo, especialmente no mundo do heavy metal. Você tem um disco como 'Hall Of The Mountain King', que está, eu acho, na lista de muita gente, se não no top 10, pelo menos no top 20 dos discos clássicos de metal de todos os tempos. E você tem um riff como o da música 'Hall Of The Mountain King'.

Como Jeff disse, há o elemento humano das letras de Paul, mais ou menos da mesma forma que Freddie Mercury conseguia cantar para 70.000 pessoas e parecia que era uma só. Esse elemento de contato direto existe naquelas letras e naquela música, conseguiu sobreviver ao teste do tempo. E isso é algo que, para nós, estamos vendo: não são apenas os fãs que gostavam da gente naquela época, são novos fãs. Estamos conquistando um público totalmente novo. Então é realmente emocionante saber que não estamos apenas trazendo a música de volta para as pessoas que queriam vê-la. Estamos levando essa música para um público totalmente novo."
Jeff retornou e arrematou. "E musicalmente, a banda não se parece com ninguém. Mesmo na época mais metal, com o quarteto original. E então, com o passar dos anos, o Chris entrou na banda durante o 'Gutter Ballet' e a banda continuou progredindo em termos de som. Nunca se pareceu com ninguém. Não acho que exista uma banda que realmente se pareça com o Savatage. Então, essa originalidade aliada às letras manteve a banda percorrendo todos os gêneros diferentes nas diferentes fases que aconteceram na música ao longo dos anos. Quando o grunge surgiu no início dos anos 90, ele praticamente exterminou muitas bandas, tirou muita gente do mercado de trabalho. O Savatage meio que manteve seu curso. E uma coisa que Paul O'Neill me ensinou só de observá-lo foi: tipo, você se apega ao que faz. Você acredita no que está criando e se apega a isso.

E aqui estamos nós, todos esses anos depois, e somos esse legado que não tocava há 23 anos. Então, há uma novidade no que estamos fazendo. Mas adicione a isso o quão única a banda é e como ela soa — as letras, as histórias em torno dela — é um pacote completo. E voltando ao que Chris disse antes sobre a maturidade, não somos mais crianças. Abordamos isso de uma forma um pouco diferente do que fazíamos há 25, 30 anos, quando era muito divertido simplesmente sair por aí, tocar e arrasar. Agora estamos no palco fazendo isso, mas estamos realmente prestando atenção a cada coisa que estamos fazendo lá em cima. E a resposta tem sido tremenda — realmente tem sido. E estamos muito felizes com a resposta, mas também por trabalharmos juntos no palco e como tudo isso soa e é bom. É incrível — realmente é."

Além de Jeff e Chris, o Savatage segue com o vocalista Zak Stevens, o guitarrista Al Pitrelli e o baixista Johnny Lee Middleton. O tecladista e vocalista Jon Oliva está afastado das atividades ao vivo devido a uma série de problemas de saúde, sendo substituído por Paulo Cuevas e Shawn McNair. A reestreia aconteceu no Brasil em abril último, com dois shows em São Paulo – o primeiro no festival Monsters of Rock.

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