Por que o Kid Abelha não deve voltar como os Titãs, segundo Paula Toller
Por Gustavo Maiato
Postado em 12 de novembro de 2025
O Kid Abelha marcou uma geração inteira com letras sobre amores jovens, inquietações urbanas e o frescor pop dos anos 1980. Mas, ao contrário de outros grupos de sua época que ensaiaram retornos triunfais - como os Titãs -, Paula Toller descarta a possibilidade de uma reunião.
Em entrevista ao Estadão (via Billboard), a cantora explicou que o encerramento das atividades da banda foi "natural": "O fim do Kid Abelha aconteceu naturalmente. Quando se é muito novo, você faz tudo em grupo, vai ao cinema junto, viaja junto, mas, depois, tem outros interesses, quer trabalhar com outras pessoas, outros estilos. Adorei a volta dos Titãs, mas não estou pensando em algo desse tipo agora."

Retorno do Kid Abelha?
A fala sintetiza uma diferença de espírito. Enquanto os Titãs celebraram 40 anos com uma turnê monumental - carregada de nostalgia, hits e emoção coletiva -, o Kid Abelha parece preferir permanecer como memória intacta de uma era.
Paula também aproveitou para responder a uma questão que, segundo ela, nunca seria feita a um colega homem: "Você perguntaria sobre isso a um artista homem? As pessoas me elogiam e gosto. Tenho uma cobrança pessoal que não é necessariamente de beleza. Cuido do corpo e da cabeça. Não é para agradar ninguém em especial, é para eu me sentir bem e um respeito com o público. Eu envelheci bem."
Enquanto Paula fala em seguir em frente, Humberto Barros, ex-tecladista e produtor do grupo, compartilhou uma visão parecida - embora com certa melancolia. Em entrevista ao canal Corredor 5, ele lembrou a dimensão que o grupo atingiu e por que um retorno, hoje, seria complexo:
"O Kid Abelha nasceu para aquele formato. Aquelas músicas, muitas delas, ficaram até melhores do que as originais. A gente viveu dois anos de turnê inacreditáveis. O público adorava. Mas essas coisas mudam. Eles já tentaram parar e voltar, e tudo se transforma com o tempo."
Humberto reconhece, no entanto, que uma volta causaria comoção: "Se o Kid voltasse, faria cinco dias de estádio lotado, fácil. Isso é uma coisa que nenhum deles, solo, consegue. Mas tem muita questão pessoal, familiar, e o tempo muda tudo."
Para Barros, o Kid Abelha envelheceu de forma rara entre as bandas dos anos 1980: "Existe um novo feminismo no mundo, e o Kid ficou ainda mais relevante sob essa ótica. Era uma mulher no meio de homens, falando de amor de um jeito puro e feminino. As meninas da idade da minha filha ainda tocam Kid Abelha no violão. Todas as gerações e identidades abraçam o Kid."
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