Iron Maiden: "Empire Of The Clouds" encerra a trilogia literária da banda por Martin Popoff
Por Mário Pescada
Postado em 29 de abril de 2023
Nota: 9
Eis que chegou ao fim a trilogia literária escrita por Martin Popoff sobre a Donzela de Ferro.
Tudo começou com "Where Eagles Dare - IRON MAIDEN nos Anos 80" (2020) cobrindo dos primórdios ao sucesso mundial amparado por fãs leais, seguido por "Holy Smoke: IRON MAIDEN nos anos 90" (2021), era marcada pelas saídas de Bruce Dickinson e Adrian Smith e pela chegada de Blaze Bayley. Com "Empire Of The Clouds: IRON MAIDEN Nos Anos 2000" (2023), também lançado pela Editora Denfire, toda épica carreira da Donzela de Ferro é então revisitada.
O terceiro volume tem como ponto central os lançamentos de "Brave New World" (2000), "Dance Of Death" (2003), "A Matter Of Life And Death" (2006), "The Final Frontier" (2010) e "The Book Of Souls" (2015) - o livro termina nos primórdios da pandemia, com a banda postergando suas turnês e antes do que seria o lançamento de "Senjutsu" (2021).
O que mais marca esse período é o retorno do faz-de-tudo-um-pouco Bruce Dickinson e do discreto e talentoso Adrian Smith, em "Brave New World" (2000). O formado sexteto, mais maduro e ciente da importância de cada um ali, deixou suas diferenças de lado e vem entregando desde então discos de alto nível, arrebanhando ainda mais fãs aos já antigos. Não à toa, reinam como a maior banda de metal em atividade, e convenhamos, não há nenhum outro grupo hoje em dia capaz de ameaçar o império da Donzela de Ferro.
Além dos discos de estúdio, Martin Popoff ainda revisita em profundidade os lançamentos ao vivo "Rock In Rio" (2002), "Death On The Road" (2005), "Flight 666" (2009) e "En Vivo!" (2012), os discos solo de Bruce Dickinson, "The Best Of" (2001) e "Tyranny Of Souls" (2005) lançados em parceria com Roy Z e os projetos PRIMAL ROCK REBELLION e BRITISH LION, respectivamente, de Adrian Smith e do chefe, Steve Harris.
Quem vem seguindo as obras de Popoff já sabe da sua forma habitual de trabalho: resgatando entrevistas suas e de terceiros com os músicos e pessoas ligadas a banda (ex-membros, empresários, roadies, parceiros, etc.) ele vai juntando todas as partes até formar uma história fluída, contada em detalhes, sempre tendo como norte cada disco, música por música. Não importa quantos livros seus já li, sempre me surpreendo com sua capacidade de condensar tanta informação em um espaço relativamente pequeno e de forma orgânica.
Por si só, todos os discos acima citados já seriam material suficiente para um livro, mas Popoff não se esqueceu de duas figuras que sempre estarão associadas ao IRON MAIDEN: Blaze Bayley, que lançou de 2002 a 2020 nada menos do que dezessete (!) discos e do rebelde Paul Di’Anno, que também atingiu uma impressionante marca, onze discos (boa parte como best of, ao vivos e releituras da sua época a frente do grupo). Como o foco é o IRON MAIDEN, os discos deles não foram ignorados, apenas abordados de uma forma menos aprofundada (Popoff é um declarado fã de Blaze, não a frente do Maiden, mas na sua batalhadora carreira solo).
Para não ficar "somente" nos discos lançados, ainda houve tempo e espaço no livro para abordar detalhes das turnês, o triunfante e vitorioso retorno de Bruce Dickinson e de Adrian Smith; a doença e morte do ex-baterista Clive Blurr; bastidores de gravação dos discos e vídeo clips; alguns discos tributos; a especialidade culinária que levou Nicko McBrain a abrir seu restaurante, o Rock N´Roll Ribs; a campeã de vendas e premiada cerveja The Trooper; a ideia por trás do Boing 757-2000, batizado de Ed Force One; o rompimento com talentosíssimo desenhista de longa data Derek Riggs; a Sanctuary, empresa que gerencia tudo que envolve a banda e mais.
Os "Edbangers", como Popoff gosta de se referir aos fãs da banda, encontrarão em qualquer volume da trilogia um material de primeira, escrita por um declarado fã de longa data, mas que coloca seu conhecimento e talento jornalístico a frente na criação de cada linha dos livros.
Por fim, o chefe Steve Harris já deu algumas declarações sobre o fim do grupo (em tese, seria no seu décimo quinto disco de estúdio, não a toa batizado de "The Final Frontier"). Enquanto esse triste dia não chega, o melhor a fazer é ouvir suas obras, vibrar com seus clássicos e conhecer mais a história desse gigante da música.
Disponível para venda no site da Editora Denfire, "Empire Of The Clouds: IRON MAIDEN Nos Anos 2000" (2023) contém 196 páginas em papel couchè 115g. Acompanha um card 21 x 15 cm com a divulgação do single "The Wicker Man" e ainda um adesivo do BRITISH LION.
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