Broken Melody: com o objetivo de fazer algo novo e fresco
Por Marcos Garcia
Postado em 17 de novembro de 2010
O Metal italiano é uma realidade para o mundo, e quantas não foram as bandas de lá que surpreenderam o público mundial, com proposta novas ou releituras bem feitas do que já existia? A lista é enorme, e o mais recente pretendente a um lugar entre os grandes é o BROKEN MELODY, que acaba de lançar seu ótimo CD, ‘Mirroring Identities’, que tem bom gosto e soa extremamente bem aos ouvidos, como um copo generoso de um conhaque em meio ao frio extremo.
Aproveitando a oportunidade, fomos bater um papo com o guitarrista Roberto Ortu, um cara humilde, e extremamente amável e atencioso, e saber um pouco do passado, presente e futuro da banda, que deve estar aportando no Brasil ano que vem.
E com vocês, Ricardo Ortu.
Whiplash! – Primeiramente, fale-nos um pouco sobre a história da banda, de seu início até o momento. E por favor, diga-nos de onde vem o nome da banda.
ROBERTO ORTU: A banda nasceu em abril de 2006, com o objetivo de fazer algo novo e fresco. Somos jovens, sempre com espírito jovem e que sempre quisemos ter um novo tipo de "história para contar", e é por isso que o BROKEN MELODY nasceu. O nome da banda nasceu de uma canção da banda PRIDE OF LIONS (uma incrível banda de AOR) chamada "Interrupted Melody". Eu amava tanto a música até que eu pensei em usar o título da música como nome de uma banda. Através dos anos, a banda trabalhou com centenas de espetáculos e shows acústicos, fazendo promo CDs, 2 álbuns e agora estamos trabalhando no nosso novo trabalho. Eu estou apenas ouvindo o promo CD de novo neste momento, e eu posso admitir que é ótimo!
Whiplash! – O álbum ‘Mirroring Identities’ acaba de ser lançado, e é realmente poderoso e novo em seu som: intenso, melódico e agressivo na melhor forma. Vocês estão satisfeitos com o CD, ou têm algum tipo de arrependimento? E quais são as expectativas da banda com ele?
ROBERTO ORTU: Gravamos o CD em bem pouco tempo, apenas 20 dias, rápido, rápido e maaaais rápido, eheheheh. Gosto do álbum de qualquer forma, mas algumas vezes eu penso o usual, coisas como "oh, poderíamos ter feito isso" ou "este refrão poderia ter sido feito de outra forma", mas acho que é normal, pois pois conheço cada segundo e cada batida de cada música. Nossa expectativa é ir passo a passo, e usar este álbum como uma grande promoção para nosso som no futuro. Estamos sempre evoluindo, amamos a agressividade e a melodia e queremos achar a mistura perfeita.
Whiplash! – Como você compara ‘Mirroring Identities’ com os trabalhos anteriores de vocês?
ROBERTO ORTU: ‘Mirroring Identities’ é um imenso passo adiante em tudo, penso eu. Quando nosso primeiro álbum (‘Face the World’) foi lançado, ele era muito orientado para o Power Metal e éramos ainda inexperientes. O fato engraçado é que o ‘Face the World’ vendeu muito na Nova Zelândia e na Austrália por meio do I-Tunes.
Whiplash! – O BROKEN MELODY, como algumas poucas bandas de hoje em dia, usa muitos elementos musicais de outros estilos de Metal. Esta é uma tendência que está surgindo hoje em dia. O método de composição da banda é intencional nesse sentido, ou é uma coisa natural?
ROBERTO ORTU: A banda surgiu com 5 membros com brackgrounds musicais completamente diferentes, então para nós é algo completamente normal. Não pensamos em ‘como uma música deve soar’, apenas tocamos juntos, colocamos as idéia e criamos aquilo que amamos.
Whiplash! – Existe algum tipo de trabalho conceitual por trás do título e da arte do ‘Mirroring Identities’? Se sim, poderia nos falar um pouco sobre ele?
ROBERTO ORTU: Sim, existe. O título é um convite para saber o que temos por dentro. Passamos muito tempo construindo nossa imagem e para parecer legais para as outras pessoas, mas muitas vezes somos vazios ou temos medo de algo e de mil outras coisas. O título é um jeito de dizer ‘ei, espera, olhe para dentro de você’.
Whiplash! – A cena metálica italiana é bem conhecida no Brasil, graças a nomes como BULLDOZER, ATHENA, RHAPSODY OF FIRE, ELVENKING, e outras, e em minha opinião particular, o BROKEN MELODY está no caminho para e tornar mais um grande nome do Metal Italiano. Você concorda? A banda está crescendo em seu país? Como é a resposta dos fãs italianos de Metal ao som de vocês?
ROBERTO ORTU: Primeiro de tudo, agradecemos pelo elogio, pois é uma honra. Devido ao nosso estilo particular, pode parecer ser estranho, mas temos tocado mais em países estrangeiros. A Itália tem toneladas de problemas com música, especialmente com fãs de Metal. Aqui, as pessoas chamam a música de "a guerra dos pobres". Pois há muito ódio direcionado às inovações, pelas idéias. As pessoas gastam muito tempo com ódio e indiferença ao invés de ouvir e compreender. A Itália sempre será um lugar difícil para as bandas underground.
Whiplash! – Na letra da música ‘Breaking the Chains’, há uma mensagem positiva, sobre se libertar de ‘correntes morais’ como dogmas e sentimentos, mas todas as músicas têm uma mensagem para as pessoas ou são mais pessoais?
ROBERTO ORTU: Boa pergunta. Neste álbum, eu e Francesco Palmieri (vocalista) escrevemos as letras. Falamos sobre as pessoas, à força que possuímos dentro de nós mesmos. Achamos que temos que saber nosso potencial como humanos, como energia. Em todas as nossas letras, tentamos dar um choque positivo nas pessoas e dizer coisas como "acorde", "você não está sozinho", "resista, homem!". É sempre uma mensagem positiva, queremos permanecer positivos em relação à vida.
Whiplash! – E sobre tours? Existem algumas datas fora da Europa em vista?
ROBERTO ORTU: Esta é outra boa pergunta. Nessa época, é difícil ter algo confirmado. Atualmente, estamos trabalhando na possibilidade de 3 tours, mas é difícil dizer "SIM, NÓS FAREMOS" ou NÃO, pois precisamos avaliar cada simples aspecto e o fator financeiro.
Whiplash! – A imprensa especializada em Metal européia tem comparado a voz de Francesco com Corey Taylor, mas isso não te incomoda, pois alguns podem comparar o BROKEN MELODY com o SLIPKNOT, mesmo com as bandas sendo bem distintas uma da outra?
ROBERTO ORTU: Oh wow, é estranho… Francesco é comparado com todo mundo devido a seu estilo particular e sua voz. Para alguns é comparado a BON JOVI, para outros, ZP Threat, Sanchez do COHEED AND CAMBRIA, etc, etc… Esta sobre Corey Taylor é nova para mim, e vamos pôr em nossa coleção particular, ahahah. É algo realmente louco comparar duas bandas por sermos simplesmente "completamente diferentes". Eheheh, de qualquer forma, o que posso dizer é que agradeço mais uma vez, pois é um grande cumprimento.
Whiplash!– Por favor, deixe sua mensagem para seus fãs brasileiros.
ROBERTO ORTU: Olá, rapazes, espero que estejam apreciando seu país e nossa música. E estejam prontos, pois a onda BROKEN MELODY está chegando. Prontos para agitar? Obrigado a todos pelo suporte. Vejo vocês nos shows!!!
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
A música que surgiu da frustração e se tornou um dos maiores clássicos do power metal
9 bandas de rock e heavy metal que tiraram suas músicas do Spotify em 2025
A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
A canção emocionante do Alice in Chains que Jerry Cantrell ainda tem dificuldade de ouvir
Nick Cave descreve show do Radiohead como uma "atividade espiritual"
Adrian Smith fala sobre teste que fez para entrar no Def Leppard
A lenda do rock nacional que não gosta de Iron Maiden; "fazem música para criança!"
A banda fenômeno do rock americano que fez história e depois todos passaram a se odiar
A dificuldade de Canisso no estúdio que acabou virando música dos Raimundos
David Ellefson explica porque perdeu o interesse em Kiss e AC/DC; "Foda-se, estou fora"
Ian Gillan nem fazia ideia da coisa do Deep Purple no Stranger Things; "Eu nem tenho TV"
Phil Collen explica porque Adrian Smith fez teste mas não entrou no Def Leppard
Os 15 melhores álbuns de metal de 2025 segundo a Rolling Stone
Cinco bandas de heavy metal que possuem líderes incontestáveis
Bruno Sutter explica porque abandonou carreira de humorista
A música lado b do Metallica que Lars Ulrich não quer ouvir nunca mais
Roger Waters: Ele nunca foi amigo de Gilmour, então nada mudou

Alice in Chains: a triste entrevista final de Layne Staley, ciente de que morreria
Motorhead: Lemmy fala sobre Jimi Hendrix, drogas e mais



