Iced Earth: "Dar vida às músicas não é algo que gira em torno do vocalista!"
Por PoTtEr
Fonte: Metal-Experience.com
Postado em 13 de setembro de 2008
Recentemente o site Metal-Experience.com conduziu uma entrevista com o lider da banda ICED EARTH, Jon Schaffer. Segue um trecho do bate-papo.
Metal-Experience.com: Vocês passaram por alguma dificuldade quando Matt (Barlow, vocais) voltou à banda?
Schaffer: Não. Ao contrário do que as pessoas pensam, compor canções, escrevê-las, enfim... dar vida às músicas não é algo que gira apenas em torno de quem as canta no palco. Não da forma como eu escrevo ou da forma como qualquer outro compositor que eu conheço escreve. Qualquer vocalista que esteja no ICED EARTH tem que atender a alguns critérios ou ele não estaria lá, porque o ICED é uma banda excessivamente dinâmica, o que significa que nós temos músicas muito diferentes entre si. Então um vocalista monótono que tem apenas "uma voz" simplesmente não irá se encaixar no ICED EARTH. O vocalista tem que ter um alcance amplo para conseguir externar a música da forma como ela foi escrita. Quando se tem talento como Tim (Owens), como Matt, como Hansi Kürsch (BLIND GUARDIAN) que são quem eu já trabalhei em conjunto no passado, esses são caras que podem fazer, sem exageros, qualquer coisa humanamente possível com suas vozes. Então como um compositor que compões músicas sobre coisas muito melancólicas e limpas até coisas muito pesadas, barulhentas e ásperas, limpas e barulhentas, pesadas e médias, essa é a forma como eu escrevo e o vocalista tem que ser capaz de fazer isso ou ele não estará no álbum em primeiro lugar. Então eu componho e o cara tem que entregar aquilo, da forma como eu escrevi, não tem outro jeito de acontecer. Eu não escrevo para satisfazer as habilidades de alguém, isso seria imbecil demais, isso limitaria minha música.
Metal-Experience.com: OK, Eu nunca tinha olhado por este ponto.
Schaffer: Uma das coisas legais sobre música é que as pessoas que a escutam, escutam de formas diferentes. O que eu quero dizer é que existem pessoas lá fora que escutam a voz, outras que escutam tudo, exceto a voz, outras que realmente prestam atenção à letra e muitas pessoas que não. Algumas pessoas prestam atenção apenas nas guitarras e baterias, todos ouvem coisas diferentes e isso é interessante e bem divertido. Mas do ponto de vista de um compositor que é o que eu faço, eu nunca permitiria que as limitações de um ser humano limitassem a minha música. A música tem que viver e respeirar, está muito alem do vocalista que nada mais é do que outro instrumento dentro desta mistura toda. Nas minhas músicas eu escrevo simplesmente tudo que você ouve, vocais, melodias, baterias, baixos. Então eu tenho uma visão específica muito precisa. Se eu escrever toda a música e Matt escrevesse a letra e a melodia então isso caminharia para algo um pouco diferente do que eu faria sozinho. Porque ele irá fazer o que ele escuta. Isso é apenas um processo diferenciado e TODO o catálogo do ICED EARTH foi escrito por mim e eu não posso limitar isso ao limite de um ser humano. A música tem que ser a música. [NT: Ele quis dizer: "O vocalista que se vire para fazer como eu escrevi"! =P).
Metal-Experience.com: Não é difícil para os músicos trabalhando com você, manterem-se firmes com você e com sua música, já que você se envolve como um compositor?
Schaffer: Isso foi um problema no passado, especialmente no princípio de tudo, porque as músicas estavam crescendo mais rapidamente do que a habilidade de certos músicos e então nós tivemos que fazer algumas mudanças. Mas a coisa toda é com o ICED EARTH, mesmo tendo tido muitos músicos diferentes na banda no decorrer dos anos, é bem óbvio quando alguém impõe algo marcante, isso é o ICED EARTH. Você pode ouvir isso dentro do primeiro par de notas e eu acredito que isso é a definição de um estilo, como AC/DC tem um estilo e JUDAS tem outro e BLACK SABBATH, METALLICA e MAIDEN. Todos eles têm um estilo estabelecido, algo marcante e específico de cada um deles. Todos fomos influenciados por tudo vindo a partir de BEATLES até qualquer coisa depois disso, mas ainda é a sua personalidade e característica que realmente torna essa coisa toda única e isso leva essa especificidade para um outro nível. Foi um presente, o fato de eu ter sido capaz de criar uma banda que possui um estilo específico. Você pode ouvir as influencias que nos guiaram, mas mesmo assim, nós temos as nossas manias, o nosso som. E isso tende a causar inveja nas pessoas e fazer com que elas falem muita merda. E esse é o jeito que é porque há muitos músicos frustrados por ai. Eu entendo isso, mas por outro lado isso favorece a formação de uma base de fãs muito devota.
Metal-Experience.com: Como Matt contribuiu para o album?
Schaffer: Bem, nesse, quando ele entrou já era tarde demais. TUDO ESTAVA FEITO. É a minha história mas o que Matt realmente ajudou foi com algumas letras de algumas músicas. Porque eu estava um pouco quebrado depois de ter feito tudo isso, escrevendo consistentemente por um ano e meio, daí saímos em turnê por alguns, poucos, meses e então de volta à escrita. Algo em torno de 4 ou 5 dias, LITERALMENTE, foi o máximo que consegui de folga em DOIS ANOS, então eu estava PODRE. Eu tenho fé na habilidade de Matt para escrever letras, existem pouquíssimas pessoas que eu realmente consideraria para escrever letras em conjunto. Na verdade, não existe NINGUEM exceto por Hansi (Kürsch). Matt abraçou e ele sabia a história de tempos quando eu a criei pela primeira vez, no álbum original "Something Wicked This Way Comes". Eu só dei a ele títulos, alvos e sobre o que e que coisas os assuntos deveriam tratar porque era como devia ser. Ele apareceu com letras realmente incríveis para a gravação. Eu acho que foram quatro ou cinco letras no total.
Leia a entrevista na integra no Metal-Experience.com.
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