Nightwish encerra "Trilogia Discovery Channel" gastando réu primário - mas com acertos
Resenha - Yesterwynde - Nightwish
Por Gustavo Maiato
Postado em 16 de outubro de 2024
O ponto final da "Trilogia Discovery Channel" do Nightwish – que começou com "Endless Forms Most Beautiful" e seguiu com "Human Nature" – veio agora com "Yesterwynde", palavra inventada que significa algo como uma nostalgia.
Desde que deu na telha de querer escrever sobre temas relacionados com Ciências Naturais, Tuomas Holopainen caiu na armadilha de ser muito técnico e deixou de lado o caráter mais emotivo de sua obra. Em "Yesterwynde", faltou aquela dimensão mais profunda e que sempre criou identificação nas letras. (Afinal, ninguém se importa com as mitocôndrias, certo?)
Essa pedra, porém, já havia sido cantada desde o começo da trilogia. O grande erro na nova empreitada foi não ter dado tanta atenção para as melodias e principalmente para os refrães. Esse crime inédito pode ser constatado em várias canções, mas não em todas. Algumas captaram um vislumbre de genialidade digno da época de "Once" e até "Imaginaerum".
A melhor música disparada é "An Ocean of Strange Islands", com um arranjo veloz, épico e melódico. "Sway", balada com Floor Jansen e Troy Donockley, é outro ponto fora da curva. O dueto aqui fez a saudade de Marko Hietala cessar por um instante. Outros momentos dignos de nota são o começo de "Hiraeth" e a intro que leva o nome do disco. E o restante?
O problema foi os arranjos elaborados demais que priorizaram um ar progressivo e difícil de acompanhar em detrimento ao formato "single", ancorado em boas melodias e estrutura mais tradicional – por assim dizer. Vamos ver se agora Tuomas muda de canal e decide voltar a explorar temas mais sentimentais e dignos de arrepiar.
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