Scorpions: 35 anos de Blackout, para quem tem saudade do bom peso
Resenha - Blackout - Scorpions
Por André Floyd
Fonte: Confraria Floydstock
Postado em 07 de abril de 2017
Creio que como eu, quem gosta de um bom hard-heavy clássico deva preferir a fase scorpiana com o guitarrista Uli Jon Roth.
Pois bem, ele saiu após cinco álbuns de estúdio e um ao vivo, por discordar do caminho comercial-radiofônico que o grupo estava tomando.
Após sua saída, de fato o Scorpions ascendeu na escada do sucesso, com dois ótimos e grudentos álbuns: "Lovedrive" e "Animal "Magnetism" trouxeram uma nova sonoridade marcada pela combinação de uma guitarra rítmica de Rudolf Schenker que fazia toda a diferença e a voz singular de Klaus Meine,
Meine que teve que recuperar-se de um acometimento na sua garganta que lhe custou a voz e um tratamento na Áustria, a fim de sua restauração e prosseguimento das gravações do álbum seguinte.
Nesse contexto, em 29 de março de 1982 chegou "Blackout", talvez o último grande disco de bom peso em sua maior duração.
Claro que o som já dava sinais claros de rumos crescentes radiofônicos, mas ainda nem tanto "Transamérica".
A própria capa já não traz uma ideia muito pop com a figura de Schenker urrando com dois garfos cravados nos olhos e uma faixa de curativo na cabeça.
Num supetão inicial excelente, o disco nos apresenta duas pedradas ótimas: a faixa-título e "Can't Live Without You", de rítimo intenso e acelerado, puro rock and roll.
Seguindo, chegamos à terceira e mais famosa música do álbum: a chicletona mas muito boa "No One Like You", que se tornaria uma canção-modelo de vindoura fórmula sonora a ser adotada pelo grupo germânico dali para frente.
A próxima faixa "You Give Me All I Need", apesar de menos famosa que a anterior, repete a fórmula.
A pancada volta a bater em "Now!", sonzeira pura, rápida e direta, com Matthias Jabs arrebentando nos solos de guitarra e Meine mostrando aos bons berros que sua garganta estava recuperada.
Isso continua em "Dynamite", outra pedrada em moldes parecidos, tanto no vocal como nas guitarras base e solo.
"Arizona" cai novamente na dinâmica rock-radio 80, mas não chega a ser ruim, não compromete.
Agora, "China White" e "When the Smoke Going Down" ´que fecham o trabalho são ambas, músicas fodásticas, das melhores da carreira do grupo.
A primeira, que se inicia com uma batida marcante de Herman Rarebell com o baixo de Francis Bucholz, até entrar as guitarras numa nuance quase "Iommi-sabática", num lindo riff e fraseado.
Meine canta inspirado, eliminando quaisquer dúvidas quanto ao seu restabelecimento. Daquelas músicas para se ouvir tomando whisky, luz apagada e volume no máximo.
Pois sirva outra dose, não acenda a luz e ouça a canção que fecha o trabalho como uma grande homenagem à recuperação da voz de Klaus Meine:"When the Smoke Going Down" é uma linda balada, cheia de estilo e emoção, meio blues e recheada de belo canto e melodia.
Para concluir, digo que "Blackout" fechou uma era em que o Scorpions era irretocável, quando se podia ir na loja e comprar seus discos de olhos fechados, sob a certeza que estaria levando um ótimo disco de rock pra casa, integralmente. Após esse o grupo se manteve muito bom e sempre será, mas com alguns tropeços.
OUÇA AQUI:
https://open.spotify.com/album/6x75r5C54z1quun86Bbqbr
Tracklist:
1. Blackout - 3:49 (Schenker/Meine/Rarebell)
2. Can't Live Without You - 3:47 (Schenker/Meine)
3. No One Like You - 3:57 (Schenker/Meine)
4. You Give Me All I Need - 3:39 (Schenker/Meine)
5. Now! - 2:35 (Schenker/Meine/Rarebell)
6. Dynamite - 4:12 (Schenker/Meine/Rarebell)
7. Arizona - 3:56 (Schenker/Rarebell)
8. China White - 6:59 (Schenker/Meine)
9. When The Smoke Is Going Down - 3:51 (Schenker/Meine)
A BANDA:
Vocal: Klaus Meine
Guitarra Rítmica: Rudolf Schenker
Guitarra Solo: Matthias Jabs
Baixo: Francis Buchholz
Bateria: Herman Rarebell
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