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Luca Turilli's Rhapsody: Um álbum épico, simplesmente belíssimo

Resenha - Prometheus: Symphonia Ignis Divinus - Luca Turilli's Rhapsody

Por Ricardo Pagliaro Thomaz
Postado em 11 de fevereiro de 2016

Nota: 10 starstarstarstarstarstarstarstarstarstar

O projeto de supergrupo do italiano Luca Turilli não é algo exatamente novo. Ele começou lá atrás em 1997 com a banda se chamando Rhapsody, só que ela mudou de nome em 2006, passando a se chamar Rhapsody of Fire, banda que ainda está por aí e prestes a lançar disco agora em 2016. Porém, após uma separação em 2012 que, segundo os próprios membros da banda, foi de forma amigável, o Rhapsody se dividiu em dois projetos separados, com o integrante Fabio Lione (hoje também com o Angra) e o tecladista Alex Staropoli capitaneando o Rhapsody of Fire a partir de 2012 e Turilli com um projeto novo e zerado, rebatizado de Luca Turilli's Rhapsody, que nada mais é do que o que o Rhapsody sempre fez, porém mantendo a qualidade dos álbuns mais clássicos, como o Symphony of Enchanted Lands de 1998. Curioso como eles dizem que foi uma separação amigável, uma vez que Turilli teve que especificar que o 'novo' Rhapsody é dele, dele, dele, após a separação, mas enfim, é tudo meio complicado, e eu não estou aqui para julgar isso.

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O que eu vou julgar aqui é o capricho instrumental que o cara teve com o som deste novo álbum, as belíssimas e eruditas melodias do symphonic metal que sempre foi característica marcante do grupo, o tema fantástico, o encarte sempre fabuloso que todos estes projetos de óperas rock tem. Eu ainda vou dedicar um tempo para falar do ótimo disco de 'estreia', Ascending to Infinity (2012), que também tenho na minha coleção e acho sensacional. O Power Metal sinfônico que o Rhapsody pratica é fabuloso e sempre traz boas surpresas, misturando a sonoridade do Metal com a música clássica de maneira extremamente habilidosa.

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Quando eu vi ano passado esse disco do Rhapsody na prateleira, ele me remeteu imediatamente a uma pesquisa que eu estava fazendo da obra de Mary Shelley, Frankenstein. Por achar o Rhapsody fantástico e ter sido muito atraído pelo tema, comprei o disco. E não me arrependi!

O álbum já abre épico, com o tema "Nova Genesis (Ad Splendorem Angeli Triumphantis)", e em sua melodia traz a beleza da música de câmara, com camadas modernas e orquestrais e um trabalho de coral fabuloso; a seguir o dedilhado do piano nos leva à power metal "Il Cigno Nero", mantendo o trabalho de corais e inserindo peso e melodia, com uma letra que mistura latim e italiano. E com meus parcos conhecimentos de italiano e a ajuda do Google Translator, eu pude ir traçando o conceito da letra, que narra o despertar do conhecimento do personagem título, referenciado pelo título da música como o cisne negro, que roubou o segredo do fogo para si e espera com isso assumir seu lugar entre os deuses e alçar seu próprio voo.

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Em um próximo momento, em "Rosenkreuz (The Rose and the Cross)", a viagem musical nos leva à menção de Christian Rosenkreuz, um filósofo que é considerado fundador da Ordem da Rosa e da Cruz e que nasceu no século XIV. Esta menção nos traz a referência dos 12 apóstolos de Cristo que juntos ao Mestre buscavam os limiares do conhecimento entre o céu e a Terra.

Em "Il Tempo Degli Dei", mais uma power metal, e outro bom destaque, não só pela música, mas também pela mensagem, a narrativa coloca em destaque a supremacia dos deuses que desafiam os elementos naturais, sendo então uma faixa de transição da procura pelo conhecimento divino para o poder e o domínio através deste conhecimento, justificando o título, que traduzido, se refere ao tempo dos deuses, das deidades.

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Há uma pausa narrativa para cortar para a Terra Média. Isso mesmo, na faixa "One Ring to Rule Them All", temos uma breve narrativa baseada nos livros de Tolkien, Lords of the Ring; quem já assistiu os filmes de Peter Jackson, vai identificar de cara os elementos presentes na letra, como o mago Gandalf se encontrando com Bilbo e o Um Anel, o poder supremo, a referência ao condado dos hobbits, o trecho "Ash nazg durbatulûk, ash nazg gimbatul", que quem já leu os livros ou viu a trilogia sabe que significa "um anel para a todos governar". Talvez Turilli quisesse relacionar o conhecimento proibido no mito de Prometeu com o poder proibido do Um Anel na obra de Tolkien, mas isso fica aberto para interpretação.

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Também se tem a referência ao olho negro de Sauron, o encontro com os elfos e a formação da Sociedade do Anel, que irá levar a todos até as montanhas de fogo onde o Um Anel será jogado na lava. Como é apenas uma faixa, a narrativa teve que se abster ao básico, não mostrando muito além disso, portanto esqueça a presença do maior caso de transtorno bipolar da ficção aqui, que está sempre atrás do "preciousss"; mas enfim, uma quebra narrativa muito bem vinda, e que certamente despertou o interesse por mais criações do Rhapsody a respeito do universo de Tolkien, assunto esse que o Blind Guardian constantemente trata em suas músicas.

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Na belíssima faixa "Notturno", que conta com vocais soprano e tenor em uma delicada e suave melodia noturna, temos o retorno da narrativa principal, colocando uma sombra de suspense no feito de Prometeu, em sua audácia de roubar do segredo dos céus. Este feito mostra as consequências na faixa título "Prometheus", mais uma power metal em que vemos uma narrativa prevendo diversos aspectos tecnológicos, como a clonagem e a criação da vida a partir das mãos do próprio homem, fazendo aqui a conexão com o Frankenstein de Mary Shelley. Achei muito legal, pois não fica somente no aspecto do mito, Turilli traz o mito e o relaciona com a modernidade.

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Aqui termina a narrativa envolvendo o mito de Prometeu. O que temos em seguida, são mais três faixas interessantes, envolvendo desde temas bíblicos, como o ótimo épico "King Solomon And The 72 Names Of God", contendo inclusive melodias egípcias e citações de palavras em hebreu, até a excelente "Yggdrasil", envolvendo várias coisas referentes à mitologia nórdica, detalhes estes que fazem deste projeto algo tão rico, interessante e absolutamente recomendado por mim, tudo regado a temas instrumentais absolutamente brilhantes, envolvendo desde música folk, progressiva, até música de câmara e o peso do power metal.

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No fim do álbum, ainda temos "Of Michael the Archangel and Lucifer's Fall Part II: Codex Nemesis", a segunda parte do épico sobre o Arcanjo Miguel e Lúcifer, que é algo à parte, que futuramente eu até gostaria de analisar separado dos álbuns, é um épico que está sendo construído de disco a disco, mais ou menos como o Dream Theater fez com a sua saga do Alcoólicos Anônimos e os 12 passos para se livrar do alcoolismo. A faixa até recupera temas musicais da parte do disco anterior, fazendo a conexão entre as composições, como partes de um todo.

Enfim, se você curte arranjos instrumentais arrojados, mitologia, conteúdo além do que sua imaginação possa conceber, se topar com este segundo álbum do Rhapsody nas lojas, compre, valorize o trabalho do projeto de Luca Turilli! Um álbum recomendadíssimo, épico, simplesmente belíssimo. Vamos ver este ano como vai se sair o Rhapsody of Fire, se voltará com novo fôlego ou se manterá apenas a constante musical que vem mantendo desde o Dark Wings of Steel, de 2013.

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Prometheus: Symphonia Ignis Divinus (2015)
(Luca Turilli's Rhapsody)

Tracklist:
01. Nova Genesis (Ad Splendorem Angeli Triumphantis)
02. Il Cigno Nero
03. Rosenkreuz (The Rose and The Cross)
04. Anahata
05. Il Tempo Degli Dei
06. One Ring To Rule Them All
07. Notturno
08. Prometheus
09. King Solomon And The 72 Names Of God
10. Yggdrasil
11. Of Michael The Archangel And Lucifer’s Fall Part II: Codex Nemesis
I. Codex Nemesis Alpha Omega
II. Symphonia Ignis Divinus (The Quantum Gate Revealed)
III. The Astral Convergence
IV. The Divine Fire Of The Archangel
V. Of Psyche And Archetypes (System Overloaded)
Digipack bonus track
12. Thundersteel (Riot cover)

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Selos: Nuclear Blast

Banda:
Alessandro Conti: voz
Luca Turilli: guitarra, teclado, arranjos orquestrais, produção, capa
Dominique Leurquin: guitarra
Patrice Guers: baixo
Alex Landenburg: bateria

Músicos adicionais:
Ralf Scheepers - segunda voz em "Thundersteel"
David Readman - voz
Dan Lucas - voz
Bridget Fogle - voz
Emilie Ragni - voz

Discografia anterior:
- Ascending to Infinity (2012)

Site oficial:
http://ltrhapsody.com/

Para mais informações sobre música, filmes, HQs, livros, games e um monte de tralhas, acesse também meu blog:
acienciadaopiniao.blogspot.com.br

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Sobre Ricardo Pagliaro Thomaz

Roqueiro e apreciador da boa música desde os 9 anos de idade, quando mamãe me dizia para "parar de miar que nem gato" quando tentava cantarolar "Sweet Child O'Mine" ou "Paradise City". Primeiro disco de rock que ganhei: RPM - Rádio Pirata ao Vivo, e por mais que isso possa soar galhofa hoje em dia, escolhi o disco justamente por causa da caveira da capa e sim, hoje me envergonho disso! Sou também grande apreciador do hardão dos anos 70 e de rock progressivo, com algumas incursões na música pop de qualidade. Também aprecio o bom metal, embora minhas raízes roqueiras sejam mais calcadas no blues. Considero Freddie Mercury o cantor supremo que habita o cosmos do universo e não acredito que há a mínima possibilidade de alguém superá-lo um dia, pelo menos até o dia em que o Planeta Terra derreter e virar uma massa cinzenta sem vida.
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