Stryper: 50 minutos bem empregados
Resenha - Fallen - Stryper
Por Guilherme dos Santos
Postado em 15 de novembro de 2015
Nota: 7
A meu ver, "Fallen" mostra-se um tanto menos impactante que o disco anterior. As faixas são boas mas falta aquela pitada básica para efetivá-lo no mesmo patamar dos clássicos da banda e do recente e já citado disco precedente.
Num contato visual, o disco traz uma capa bastante colorida (colorida até demais diga-se) exibindo a queda do anjo rebelde. O autor utilizou-se da temática da faixa homônima do álbum para retratar a cena. Aliás Sanis Decker é o mesmo que ilustrou a capa de "No More Hell To Pay", vide as semelhanças de estilo.
Quanto ao lado musical, o ouvinte irá se surpreender já nos primeiros segundos de "Yaweh". O coro que abre esta épica faixa é magistral e a sequência de riffs em tan-tan-tan-tan deixará os headbangers de plantão enlouquecidos. Com certeza é um belo cartão de visitas, contrastando o peso e as harmonias vocais de maneira devastadora. Devastadores também são os vocais de Michael Sweet que sabe cantar como poucos, mesmo depois de mais de 30 anos de carreira. Aí eu fico pensando, como esses cantores de música gospel cantam hein? Devem ter feito um pacto... com Deus.
"Fallen" e "Pride" trazem mais uma bela sucessão de riffs, ainda que faltem solos devidamente dignos de Stryper. E como o Michael canta muito, não sei porque motivo ele se esgoela nos refrões das ditas músicas. Desnecessauro, penso. "Big Screen Lies" tem outro riff fenomenal e uma energia contagiante, afora sua letra bem bolada e crítica, enquanto "Heaven" lembra as composições do fresco projeto Sweet & Lynch do qual o líder do Stryper encabeça ao lado do ex-eterno guitarrista do Dokken. "Love You Like I Do" é daquelas canções que devem ter sido transportadas dos anos 80 para hoje: guitarras pegajosas, pontes maneiras e refrões assimiláveis. Numa outra resenha que li, disseram que a canção tem algo de Scorpions, e olha, não é que tem mesmo!
Em se tratando de baladas, o Stryper nunca me agradou muito, "All Over Again" é mais uma dessas composições sem sal da banda. "Till I Get What I Need" vai direto ao ponto sem frescura, talvez por isso seja a canção mais curta do play, já "Let There Be Light" parece mais do mesmo enquanto "The Calling" e "King Of Kings" são realmente muito boas. Nelas estão todos os elementos que fazem do Stryper uma das maiores bandas de Hard’n’heavy do mundo. Corais e guitarras certeiros, especialmente na faixa de encerramento que traz um belo solo da dupla Sweet/Fox.
Como de costume, o Stryper sempre traz um cover em seus álbuns desde 1990. Dessa vez, aproveitando o clima um tanto sombrio do disco a dita-cuja escolhida foi a sabbathiana "After Forever" que ganhou uma versão formidável.
Aos fãs da banda, certamente o álbum irá agradar. Na verdade, a qualquer ouvinte de rock serão 50 minutos bem empregados.
Michael Sweet (vocais, guitarra)
Oz Fox (guitarra)
Tim Gaines (baixo)
Robert Sweet (bateria)
01. Yahweh
02. Fallen
03. Pride
04. Big Screen Lies
05. Heaven
06. Love You Like I Do
07. All Over Again
08. After Forever
09. Till I Get What I Need
10. Let There Be Light
11. The Calling
12. King Of Kings
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