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Soilwork: brutalidade sendo deixada de lado

Resenha - Sworn To A Great Divide - Soilwork

Por Ben Ami Scopinho
Postado em 25 de dezembro de 2007

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

Bom, é inegável que o Soilwork se afastou cada vez mais de seu Death Metal Melódico ao voltar os olhos para o lado mainstream do cenário musical. Assim sendo, embora tenha começado a perder muito dos velhos fãs, principalmente depois de liberar "Figure Number Five" (03), os suecos vêm conquistando progressivamente as grandes massas, tendência que provavelmente se manterá com seu sétimo álbum, "Sworn To A Great Divide".

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Este novo disco é o primeiro que não conta com a presença de Peter Wichers, guitarrista e compositor que foi tão importante para a banda chegar onde está. De qualquer forma, seu substituto Daniel Antonsson (Dimension Zero, Pathos) não trouxe grandes mudanças na estrutura das novas composições. Tudo é praticamente uma continuação de "Stabbing The Drama" (05), com as linhas vocais de Bjorn novamente caprichadíssimas em sua versatilidade, tendo nos refrões uma carga ainda maior de melodias; e as guitarras também não ficam atrás, com ótimos riffs, precisos e de rápida assimilação.

A produção é extremamente límpida, o que não seria ruim se isso permitisse que as guitarras se apresentassem um pouco mais fortes. Como já foi citado acima, os riffs são cativantes e distorcidos, mas ainda assim faltou potência e sujeira neste instrumento. Como resultado, no quadro geral a real brutalidade vai cada vez mais sendo deixada de lado – atentem para a canção "Exile", por exemplo – algo que muitos podem encarar como um ponto comprometedor em se tratando de Heavy Metal. Entre tanta preocupação com as bonitas melodias, os momentos realmente pesados e velozes se reduzem apenas às excelentes faixa-título e "The Pittsburgh Syndrome".

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Na realidade, "Sworn To A Great Divide" deve ser encarado como um disco de Heavy Metal Melódico e muito moderno. Passando a aceitar este fato, o ouvinte encontrará boas canções como "Breeding Thorns", "Your Beloved Scapegoat" e "I, Vermin", todas com muito equilíbrio entre as melodias e distorção. "Light Discovering Darkness" mostra o Soilwork experimentando alguns climas interessantes, com um início totalmente diferente do que já foi feito antes e, finalizando, o bônus "20 More Miles", com teclados bem explorados – considerando que, raras as situações, agora este instrumento teve seu espaço devidamente reduzido.

Falando em bônus, ponto positivo para a Laser Company por colocar no mercado brasileiro a versão de "Sworn To A Great Divide" que traz o DVD com um vídeo-clip de "Exile" (... tsc, justo a faixa mais simples...), reportagens nos estúdios "Not Quite Studio" e "The DevLab", inclusive com a presença do lendário Devin Townsend (Strapping Young Lad), que contribuiu com a gravação das vozes. Por fim, há oito músicas gravadas ao vivo na Suíça, que, apesar de serem filmadas com apenas uma câmera e a qualidade de tudo não ser um primor, é a melhor parte do DVD.

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Mesmo sendo dono de várias boas canções, persiste o sentimento de que "Sworn To A Great Divide" se tornou o trabalho mais inofensivo na discografia do Soilwork. Então é aquela velha história: se o caro leitor acha que o grupo é mais um destes 'vendidos', nem se dê ao luxo de conferir este álbum... Agora, se você se afeiçoou à atual fase da banda, "Sworn To A Great Divide" com certeza te fisgará, pois ainda soa de forma bastante agradável. Mesmo com as guitarras deixando algo a desejar...

Formação:
Bjorn "Speed" Strid - voz
Ola Frenning - guitarra
Daniel Antonsson - guitarra
Ola Flink - baixo
Sven Karlsson - teclados
Dirk Verbeuren - bateria

Soilwork - Sworn To A Great Divide
(2007 - Nuclear Blast Records / Laser Company Records)

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01. Sworn To A Great Divide
02. Exile
03. Breeding Thorns
04. Your Beloved Scapegoat
05. The Pittsburgh Syndrome
06. I, Vermin
07. Light Discovering Darkness
08. As The Sleeper Awakes
09. Silent Bullet
10. Sick Heart River
11. 20 More Miles

Homepage: www.soilwork.org


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Sobre Ben Ami Scopinho

Ben Ami é paulistano, porém reside em Florianópolis (SC) desde o início dos anos 1990, onde passou a trabalhar como técnico gráfico e ilustrador. Desde a década anterior, adolescente ainda, já vinha acompanhando o desenvolvimento do Heavy Metal e Hard Rock, e sua paixão pelos discos permitiu que passasse a colaborar com o Whiplash! a partir de 2004 com resenhas, entrevistas e na coluna "Hard Rock - Aqueles que ficaram para trás".
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