Resenha - Sea Of Light - Uriah Heep
Por Rossano Bart
Postado em 05 de abril de 2004
Final dos 80. Começava a ascensão de movimentos até então alternativos, como o ‘grunge’ e o ‘thrash metal’, representados por formações como Nirvana e Metallica, respectivamente. E, na sombra dessa nova realidade, agonizava o ‘glam rock’. Muitas bandas do gênero, à essa altura, ou tinham acabado ou tentavam adequar-se à época.
O Uriah Heep era uma delas. Em 1986, com a entrada de Bernie Shaw (V) e Phil Lanzon (K), a banda, aproveitando as influências que os novos integrantes trouxeram de seus trabalhos anteriores (Shaw atuou, entre outros, no Praying Mantis e Lanzon, no Grand Prix), apostou em uma sonoridade muito próxima do ‘glam’, buscando maior penetração na mídia e, infelizmente, tal mudança não agradou aos fãs mais conservadores e à boa parte da crítica. Discos como ‘Raging Silence’ (89) e ‘Different World’ (91) possuíam momentos interessantes, mas destoavam do material clássico do grupo.
Era a hora da mudança: o que fazer para devolver o Heep ao patamar das grandes bandas? A resposta veio em ‘Sea Of Light’. E parece que, nesse disco, tudo o que havia sido feito de interessante até então estava lá, começando pelo riff arrasador da faixa de abertura, ‘Against The Odds’, uma das melhores músicas de toda a carreira da banda. A partir daí, temos uma seqüência de temas cheios de ‘feeling’, que hora lembram os áureos anos 70, como ‘Time Of Revelation’ (qualquer semelhança com a clássica ‘Look At Yourself’ não é coincidência) e ‘Love In Silence’ (uma ótima balada, com uma levada progressiva) e hora lembram a fase mais ‘hard’ e recente do grupo, como ‘Universal Wheels’ e ‘Words In The Distance’.
Talvez o único ponto mediano do disco seja ‘Fear Of Falling’, com vocais embolados e um arranjo meio comum, mas que, num todo, não compromete; poderia ter sido substituída pelo interessante ‘out take’ ‘Sail The River’.
A boa produção, por parte da banda e de Kalle Trapp, contribuiu (e muito) para a qualidade do álbum, resgatando elementos há muito abandonados, como a sonoridade setentista dos teclados e a linha vocal mais melódica.
Em tempo: a turnê desse álbum (que passou pelo Brasil) renderia um bom disco ao vivo, ‘Spelbinder’, de 1998.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
A lenda do rock nacional que não gosta de Iron Maiden; "fazem música para criança!"
Iron Maiden bate Linkin Park entre turnês de rock mais lucrativas de 2025; veja o top 10
9 bandas de rock e heavy metal que tiraram suas músicas do Spotify em 2025
Justin Hawkins (The Darkness) considera história do Iron Maiden mais relevante que a do Oasis
Ian Gillan atualiza status do próximo álbum do Deep Purple
Cinco bandas de heavy metal que possuem líderes incontestáveis
A dificuldade de Canisso no estúdio que acabou virando música dos Raimundos
Show do Slipknot no Resurrection Fest 2025 é disponibilizado online
Show do System of a Down em São Paulo entre os maiores momentos do ano para revista inglesa
A banda de rock nacional que nunca foi gigante: "Se foi grande, cadê meu Honda Civic?"
Os clássicos de rock/metal da suposta playlist vazada de Donald Trump
A banda brasileira que levou 4 mil pessoas a show na Austrália: "Cara, olha o que fiz"
Ian Gillan nem fazia ideia da coisa do Deep Purple no Stranger Things; "Eu nem tenho TV"
Vibraram por abrir pro Ozzy, mas depois viram que o bagulho era louco; "levei muita cusparada"


O histórico compositor de rock que disse que Carlos Santana é "um dos maiores picaretas"
A banda que não ficou gigante porque era "inglesa demais", segundo Regis Tadeu


