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Rush: uma discografia comentada do power-trio canadense

Por Tiago Meneses
Postado em 01 de outubro de 2017

Comentar a discografia de uma banda como o RUSH é extremamente delicado, diria que é como caminhar sobre ovos devido ao fanatismo dos seus admiradores, onde qualquer palavra colocada fora de um senso comum pode se transformar em motivo de uma execração generalizada. Mas por outro lado, poucas bandas conseguiram manter uma longa discografia com tanta excelência quanto o trio canadense. Em qualquer uma de suas fases a banda sempre soube tirar o melhor de si e raramente dando algum tipo de bola fora. Como de costume neste tipo de matéria, serão incluso somente os discos de estúdio.

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RUSH – 1974

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Muito se escuta das pessoas que o primeiro álbum da banda é uma espécie de clone do início do LEZ ZEPPELIN. Confesso que não gosto de usar muito esse termo "clone", até mesmo porque a banda mesmo neste início já apresenta sim o seu próprio som e estilo. Dentro de sua proposta este disco é brilhante, poderoso e de um ritmo rígido e muito bem orientado. Como todos sabem, NEIL PEART estrearia na banda apenas no álbum seguinte, mas o trabalho da bateria de JOHN RUTSEY é perfeito, seu estilo menos técnico, porém, bastante pesado casa muito bem com a banda. O baixo de GEDDY LEE é muito alto e sofisticado, onde se pode notar que ele realmente trabalha duro para produzir um som impecável. Os seus vocais são bastante histéricos, ele grita mais do que nunca, e confesso que acho isso muito divertido e agradável de ouvir. O som da guitarra elétrica de ALEX LIFESON é absolutamente maravilhosa, pesada, alta e muito bem sustentada. Não é exagero nenhum dizer que "Here Again" tem um dos solos mais avassaladores da história do hard rock. "Working Man" é o maior destaque e clássico do álbum com seu trabalho de guitarra magnífico e uma cozinha enérgica que já mostra o que a banda viria a fazer em álbuns posteriores.

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FLY BY NIGHT – 1975

Com a saída do baterista JOHN RUTSEY e a entrada de NEIL PEART o trio consolida uma formação que se manteria em todos os demais álbuns lançados pela banda. O baterista/letrista era a fenda que faltava na armadura do power trio. Em Fly By Night a música é menos linear, podendo ser notado além do hard rock, também linhas progressivas e até algo perto do folk na faixa "Rivendell", inspirada, naturalmente, pelo amor de NEIL PEART pela literatura de Tolkien. Um álbum curioso, uma espécie de meio termo entre a estreia da banda com um hard rock simplista e as tendências progressivas que transbordariam em seus sucessivos trabalhos. Ele também divide a base de fãs do Rush sendo amado por uns e odiado por outros. Entre os destaques estão a faixa de abertura, "Anthem", um heavy metal bombástico cheio de profundidade e vocais inspirados onde NEIL PEART mostra a que veio. "Beneath, Between & Behind" possui padrões de acordes interessantes de guitarra e um apoio da cozinha às cordas abertas, dissonâncias e transições excitantes, fazendo deste, outro momento que move a banda pra longe do hard rock e aproxima do metal. "By-Tor & The Snow Dog" é um épico precoce do prog metaL e influenciada segundo a própria banda por Gates of Delirium do Yes, lançada um ano antes. Em Fly By Night a banda sobe mais um degrau na escala evolutiva do seu som.

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CARESS OF STEEL – 1975

Esse álbum é extremamente subestimado mesmo dentro da base de fãs do RUSH, onde raramente parece ser lembrado, fato muito estranho, afinal, motivos para isso é algo que nunca faltou aqui. "Necromancer" é uma suíte que mostra pela primeira vez uma ideia lírica mais complexa de NEIL PEART, ela narra um conto de três viajantes que são recebidos pelo infortúnio quando um necromante leva-os à sombra. Possui uma atmosfera maravilhosamente assustadora, apresenta riffs pesados à lá BLACK SABBATH, melodias cativantes e uma musicalidade fenomenal. "The Fountain Of Lamneth" é uma faixa bastante abstrata e musicalmente falando a mais ambiciosa que a banda havia feito até então. O riff feito por LIFESON é semelhando ao que seria um dos seus grampos mais tarde na carreira da banda. Possui um solo curto de bateria, exímios trabalhos de guitarras e belas linhas de baixo sob os vocais sempre distintivos de LEE. Essas duas faixas estão muito acima das demais, fazendo com que o disco fique desnivelado como um todo, mas ao mesmo tempo, nada tem que ser descartado, as demais também possuem qualidade que agregam muito bem o disco.

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2112 – 1976

Inegavelmente o início da melhor fase da banda. A musicalidade apresentada nesse disco não é nada menos do que incrível. Os talentos completos de NEIL PEART ainda não são apresentados de maneira plena, mas ainda assim, seu desempenho é impecável. O baixo de GEDDY LEE é magnífico e a maneira como ele é capaz de misturar linhas complexas com alguns vocais muito bons está além da minha compreensão. No entanto, este álbum realmente "pertence" a ALEX LIFESON. Em 2112 o destaque é realmente ele, mostrando porque muitas pessoas o consideram um dos maiores guitarristas de todos os tempos. A faixa título sem dúvida é o destaque, são mais de vinte minutos de uma musicalidade perfeita e história fantástica, épica e pessoal ao mesmo tempo. O vocal está em um ponto alto. A guitarra e notável com acordes e solos maravilhosos que a dominam e a bateria em precisão cirúrgica. As demais músicas podem parecer pequenas perto da grandiosidade de 2112, mas na verdade não são, apenas são obras de artes com menores tempos de expressão, mas que ainda assim, conseguem atingir belos resultados musical e lírico.

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A FAREWELL TO KINGS - 1977

Com certeza que A Farewell To Kings foi um marco na longa e prolífica carreira do power trio canadense. As cores progressivas que vinham marcando cada vez com mais intensidade a paisagem sonora da banda parecia ter atingido o seu ápice pela primeira vez. Começaram a misturar guitarras mais acústicas, sintetizadores, acrescendo maior quantidade de elementos sinfônicos, mudanças climáticas na sonoridade, muitas acelerações e dinâmica musical. Até mesmo NEIL PEART que havia mostrado ótimas letras anteriormente conseguiu se superar aqui. Considerado por mim o melhor épico da banda, "Xanadu" é inovadora e fenomenal com sintetizadores e trabalhos de guitarras imaginativos, levando o ouvinte a um passeio selvagem com letras inspiradas por Kubla Khan de Samuel Taylor Coleridge, PEART dá o toque pessoal que o poema não teve. "Close to the Heart" é um clássico radiofônico da banda, mas de muita qualidade, belíssima estrutura e uma aula de como soar excelente e com simplicidade. "Cygnus X-1" compreende várias formas de música com uma combinação equilibrada entre pontos altos e baixos. Em alguns segmentos, há nuances atmosféricas combinadas em um mix dinâmico entre baixo e bateria. Um disco onde todos os três membros estão em seus picos criativos e técnicos. Impressionante como existe uma incrível variedade de direção musical distribuídas em apenas seis canções, onde cada uma delas tem o seu mérito próprio.

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HEMISPHERES – 1978

Uma verdadeira obra prima musical estabelecida em uma cadência dinâmica e explosiva. Hemispheres é provavelmente o álbum mais progressivo no catálogo do Rush, além de também o seu esforço mais conciso e habilmente executado. A faixa de abertura é simplesmente brilhante, uma maneira bastante inteligente de desenvolver uma ideia usando o mesmo motivo musical para dar uma unidade de dezoito minutos de música como se fosse algo simples. O conceito da canção era desenvolver a mesma ideia de cinco maneiras diferentes e comunicar cada parte com o mesmo motivo musical para que dê uma impressão de uma evolução e, ao mesmo tempo, essa repetição permitiu que a banda fizesse isso, além de instrumentalmente ser muito rica. "The Trees" é um clássico, letras incríveis muito bem interpretadas, linhas de baixo férteis, excelentes trabalho de guitarra e bateria enérgica. "La Villa Strangiato" é uma das mais sensacionais músicas instrumentais compostas por uma banda de rock em todos os tempos. Seus talentos individuais são extremamente perceptíveis ao mesmo tempo em que é natural a maneira como acontece a interação dos três. Um álbum que mostra uma banda em seu zênite e que permaneceria assim por mais alguns anos.

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PERMANENT WAVES – 1980

Sem dúvida a banda estava em uma fase de lançamentos de discos de musicalidade mais criativa. O álbum já começa com "Spirit of the Radio" e "Freewill", faixas que se tornaram obrigação na agenda dos concertos da banda assim como na programação das rádios, sendo duas das músicas mais famosas do RUSH. A segunda um exemplo perfeito de música progressiva sendo condensada para um formato radiofônico, algo que inclusive geralmente não é uma boa ideia, mas a banda conseguiu fazer isso sem falhas. "Jacob's Ladder" é puramente progressiva utilizando sintetizadores de maneira muito eficaz na sua seção do meio. Mas o destaque mesmo do álbum é "Natural Science", um das músicas mais espetaculares que já ouvi na vida. Com letras surpreendentes a música quebra o fundamento filosófico referente a seleção natural, ordenança divina e pressões sociais. Igualmente surpreendente é a musicalidade apresentada por todos os três membros onde tudo flui de parte em parte em um passeio excitante e dinâmico. Não tem como imaginar algo que poderia fazer com que esse álbum fosse melhorado.

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MOVING PICTURES – 1981

Antes desse lançamento, a banda já tinha atingido a sua popularidade e mostrado a capacidade de criação em obras grandiosas que haviam lançado. Mas não há dúvida alguma que nenhum álbum deu a visibilidade ao RUSH no mundo da música como aconteceu em Moving Pictures, também pudera, uniram tudo em um álbum só, acessibilidade, complexidade, excelentes letras entre outros vários elementos. "Tom Sawyer" é uma música extremamente bem trabalhada e provavelmente a canção mais conhecida da banda. Ela consegue equilibrar uma base de rock mais acessível com compassos ímpares e estrutura artística, tudo perfeitamente. "YYZ" é um clássico instrumental do trio. Possui feeling, virtuosismo, excelentes arranjos, entrosamento. O que mais me encanta nela é a maneira cavalar que GEDDY LEE executa o seu baixo. "The Camera Eye" é a última faixa criada pela banda a passar da casa dos dez minutos. Extremamente expressiva desde a introdução até toda a passagem instrumental com abundância de elementos de rock progressivo. "Witch Hunt" é uma canção subestimada, mas extremamente bela, é "assombrosa" e de grande explosão emocional. Moving Pictures foi um marco pra música daquela década que começava e que o tempo tornou um disco de importância atemporal.

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SIGNALS – 1982

Signals marca o primeiro álbum pós fase mais progressiva do RUSH. Os teclados são usados de forma bem mais substancial, dando um toque acessível e moderno no som da banda, mas sem perder o refinamento e complexidade. ALEX LIFESON desenvolveu algumas novas texturas de guitarra, removendo de maneira parcial a dimensão do hard rock tão presente em discos anteriores. Os teclados de fundo encaixam perfeitamente em todas as faixas, as deixando mais melódicas. O baixo como de costume é excelente, complexo e inquietante. Sobre a bateria de NEIL PEART, pra fugir um pouco do senso comum, aqui destaco principalmente os trabalhos de pratos, todos impressionantes. Em "Subdivisions" a cozinha lidera a cadência da música com o "auxilio" de sintetizadores maravilhosos, as letras são muito bem pensadas, além de ter um excelente solo de guitarra na sua parte final. "Analog Kid" é a música mais pesada do álbum. Guitarra e linhas de baixo são poderosas, assim como a bateria. Mostra também um exemplo perfeito do uso de guitarra e teclado. Os refrãos soam de forma mais amena, porém belíssima. "Digital Man" apesar de não ser das mais populares da banda, é um dos destaques do álbum. A guitarra é muito proeminente, mas também tem espaço pra uso de bons teclados e um pequeno solo de baixo. Uma faixa bastante forte. No geral, este é o melhor álbum da era de sintetizadores da banda, melodias fortes, ideias fortes, ritmos fortes, letras fortes, enfim, tem de tudo no mais alto nível.

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GRACE UNDER PRESSURE – 1984

Sendo o RUSH uma das bandas mais originais e inteligentes de toda a história do rock, é claro que conseguiriam fazer uma boa transição de um hard rock progressivo para uma linha mais artística, algo que começou no disco anterior. Em Grace Under Pressure novamente a música está cheia de sintetizadores, teclados e sem longas composições, suas opressões progressivas se transformaram em estruturas de músicas mais convencionais e usaram desses elementos de música padrão pra criar algo novo, forte e inovador. A criatividade foi incrível onde com o uso de instrumentos de rock típicos conseguiram criar tendências. "Distant Early Warning" tem guitarra enérgica, mas equilibrada, um teclado que cria uma atmosfera original e fantástica. "Afterimage" e a sua temática sobre a morte de um amigo da banda interpretada sobre belas e tristes melodias além de riffs memoráveis é excelente. "Red Sector A" é sobre um campo de concentração e cantada com bastante profundidade e sentimento, os acordes de guitarra são incomuns, muitas vezes em tríade e a bateria é clínica. A real é que a primeira metade do disco é bem mais atraente que a segunda, o que não quer dizer que ele não deva ser aproveitado como um todo.

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POWER WINDOWS – 1985

Em Power Windows o som dinâmico, cristalino e poderoso dos instrumentos realmente está em outra dimensão. LEE e LIFESON criam aqui atmosferas impressionantes e poderosas com uma excelente sonoridade nunca alcançada antes. A guitarra é nítida, nervosa e alta, a bateria é bastante variada e a voz de LEE é muito mais dinâmica nas notas mais altas que em alguns registros anteriores. Mas apesar desses pontos positivos não posso dizer que é um dos melhores discos da banda apesar de possuir seus méritos. "Grand Designs" é o melhor momento do álbum, com a bateria e os sintetizadores em primeiro plano enquanto guitarra e baixo "moram" nos fundos da canção, até que na segunda metade um solo de guitarra a coloca em destaque. "The Big Money", e que abre o disco, é ótima também, uma das melhores linhas de baixo da carreira de LEE e um ótimo solo de guitarra. Confesso que algumas músicas como "Middletown Dreams", "Mystic Rhythms" e "Emotion Detector" me soam um pouco datada, talvez na época tenha soado melhor, mas hoje elas pouco me dizem. Um ótimo disco pra quem quer ouvir a banda em uma faceta mais fácil e orientada para o teclado.

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HOLD YOUR FIRE – 1987

Exatamente nesse álbum costumo dizer que a banda dividiu pela primeira vez opiniões de uma maneira mais dilatada (ainda que isso já tenha ocorrido em discos anteriores). Dentro do que já haviam feito em discos simplesmente sublimes seria exagero dizer que Hold Your Fire é um trabalho essencial, mas dentro de um olhar mais compreensível é fácil perceber bons momentos no seu decorrer nem que seja apenas no quesito letras, caso de "Time Stand Still", que apesar de não ser tão grande musicalmente, liricamente consegue transmitir uma bonita mensagem. "Mission" também tem ótimas e inspiradoras letras, mas nesse caso com uma seção instrumental excelente perto do final, além de um grande solo de guitarra. "Second Nature" é muito bonita, onde um aspecto realmente chamativo em seu começo são os acordes de piano, juntamente com todo o espaço vazio que a banda deixa, permitindo que o ouvinte absorva o fluxo. O vocal é ótimo e traz a severidade da letra. Seria um tremendo exagero dizer que se trata de um disco com o RUSH no seu melhor, mas claro que também não é um desperdício completo.

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PRESTO – 1989

Com certeza não é um disco que eu recomendaria pra alguém que acabou de entrar no universo musical da banda. Presto também é o início dos registros "pessoais" do RUSH, com letras muito mais profundas sobre homem, mulher, alma, sociedade, humanidade e meio ambiente. Pegando todo o seu catálogo provavelmente seja onde nota-se uma sensação mais pop expressa pela banda. Quando não se é um fã mais hardcore é normal esquecer deste disco quando se tem tantas outras obras maiores pra ouvir, mas quando falamos de RUSH nunca falamos de um disco 100% descartável. "Show Don't Tell" é provavelmente o hino do disco com uma estrutura rítmica interessante e um solo de baixo agradável. "The Pass" é provavelmente a música mais pungente da banda, uma balada lidando com o suicídio, onde a banda soa delicada como nunca. "Presto" é uma faixa leve e atraente com um humor um tanto mágico, do tipo que da vontade de cantar junto. Não se trata de um disco recheado de músicas que irá agarrar aqueles que procuram o que de melhor a banda tem a oferecer, mas tem seus bons momentos.

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ROLL THE BONES – 1991

Novamente um disco bastante desequilibrado. Um registro em que o RUSH pretendeu transmitir uma mensagem aos seus fãs, a de que sua música evoluiu para um som moderno, usando teclados para enriquecer as texturas e voz mais suave, deixando pra trás os dias em que GEDDY LEE cantou notas mais altas. Mas não entendam evolução com melhoria na qualidade ou algo assim. Mas o que o álbum tem de bom a oferecer? Bom, a faixa título tem uma bela linha de baixo, boa bateria e apesar de guitarra base e solo simples, encaixa muito bem na proposta. "Where's My Thing?" é a melhor faixa do álbum e única progressiva. Totalmente instrumental, apresenta algumas assinaturas entranhas, estrutura sólida e linhas de baixo incríveis. "Ghost Of A Chance" é bastante enganadora, começa clichê, mas depois ganha uma atmosfera belíssima e trabalho de guitarra excelente. Infelizmente em meio a bons momentos, o que nota-se é uma banda sem paixão e parecendo cansada, a produção também não ajuda muito.

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COUNTERPARTS – 1993

Aqui a banda busca um retorno a suas raízes mais pesadas. ALEX LIFESON "redescobre" os seus acordes de guitarra de outrora, desempenhando assim um papel de liderança. A bateria de NEIL PEARL é de primeira qualidade, realizando excelentes preenchimentos e se apresentando em uma incrível sintonia com GEDDY LEE. Mas apesar destes pontos positivos, igualmente aos seus registros anteriores, o disco também é inconsistente. A três primeiras faixas do álbum, "Animate", "Stick It Out" e "Cut to the Chase" soam decididamente mais pesadas que o habitual, sendo a primeira e a segunda dois momentos memoráveis do disco. Mas após isso, o disco que começa de forma promissora tende a despontar, até ser iluminado novamente pelo seu melhor momento. "Leave That Thing Alone" possui um exímio baixo funky, teclados atmosféricos e guitarras incríveis. Falo sem medo de exagerar que essa música poderia figurar até mesmo em álbuns clássicos da banda sem fazer com que a qualidade do mesmo fosse alterada para menos. Mais outro caso de disco que não é o melhor caminho pra começar a ouvir a banda, mas jamais deve ser negligenciado, a não ser que não se importe em deixar de ouvir alguns bons ou até mesmo ótimos momentos do trio.

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TEST FOR ECHO – 1996

RUSH sempre foi uma banda que além da música, suas letras sempre foram um grande diferencial, mas aqui isso definitivamente não funciona. Acho esse esse disco o com menos números de momentos interessantes. "Half the World" é uma boa música e diria até que a parte mais memorável do álbum, seria uma ótima música pra qualquer outra banda, mas quando falamos de RUSH, ainda assim deixa a desejar. "Driven" é uma faixa que possui um bom riff, mas funciona muito melhor ao vivo do que em estúdio. "Resist" também é uma faixa que sua versão acústica ao vivo é bem mais interessante. A faixa título tem umas boas e pesadas seções e uma das únicas duas letras que se salvam em todo o disco (ao lado de "Resist"). No geral é um álbum em que a banda não parece está inspirada e a música tende a ser tediosa e contínua. Sei que até pelo que a banda representava pra música naquele momento eles podiam se dar ao luxo de não satisfazer os caprichos de gravadoras, mas a música em Test for Echo soa como se tivesse sido feita na base de contrato.

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VAPOR TRAILS – 2002

Aqui a avaliação deve ser não somente musical, mas o que foi feito depois de tanta turbulência que aconteceu em pouco tempo na vida de NEIL PEART. Existem feridas que não cicatrizam nunca. Não é necessariamente um clássico, mas ainda assim, muito superior em muitos aspectos a fase dos anos 90. Em muito tempo não se via uma escrita tão madura de PEART. "Ghost Rider" é uma música excelente e provavelmente a mais dinâmica do álbum. "One Little Victory" é conduzida por um riff frenético de LIFESON, além de possuir uma bateria intensa e implacável. Interessante também perceber o quanto GEDDY LEE soube moldar sua voz pra interpretação de novas canções, não soando mais estridente, mas bastante vigoroso e expressivo. Falando em LEE a faixa título também é excelente onde a principal cartada está nos seus inimitáveis vocais. Uma de suas falhas está na produção, notoriamente mais suja e que acaba deixando um som muito atípico em se tratando de RUSH. De qualquer maneira, uma forma digna de botar o pé na estrada novamente após as tragédias na vida de PEART.

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SNAKES & ARROWS – 2007

Cinco anos após o seu último disco a banda retorna com um álbum ambicioso, eclético e conceitual onde o tema gira em torno das reflexões de Peart sobre a natureza da "fé", um assunto que ele tocou em seu livro "Landcape With Drums", que entre outras coisas, escreveu sobre a deriva da América para o fundamentalismo cristão evangélico diante do crescente fundamentalismo muçulmano no meio Leste. Apesar de todos desempenharam seus papeis de maneira cirúrgica como sempre, ALEX LIFESON é quem mais brilha, maravilhosas guitarras acústicas, uma abordagem mais rock e ainda assim de bastante textura como sempre. "Far Cry" tem ótima introdução sincopada, se transforma em um riff direto com algumas cordas estranhas, verso agradável, coro muito atraente, musical e melodicamente. "The Main Monkey Business" é uma ótima faixa instrumental onde vemos professores se influenciando por alunos através de perceptíveis pinceladas de PORCUPINE TREE e TOOL. "The Way the Wind Blows" é uma grata surpresa. Uma entrada de bateria bastante agradável, guitarra bluesy. O verso soa como em "Driven" do disco Test For Echo e possui uns belos coros acústicos. No geral um bom álbum.

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CLOCKWORK ANGELS – 2012

Quando foi lançado certamente não era a intenção que fosse o último, mas depois dos problemas com o baterista NEIL PEART, provavelmente Clockwork Angels marque o fechar de cortina da discografia da banda. De qualquer forma, um final extremamente digno e o melhor disco provavelmente desde Signals. Musicalmente é o RUSH que fez história e todos aprendemos a amar. Também conceitual, conta a história de um jovem viajando por um mundo de sonhos, alquimia e ficção. A história fala de cidades perdidas, piratas, anarquistas, um carnaval exótico e um observador que impõe precisão em cada aspecto da vida. "Caravan" foi o primeiro single liberado na época e mostrou muito peso, excelente seção instrumental e grande ferocidade nas habilidades instrumentistas. A faixa título se move em quatro riffs diferentes, misturando o Rush clássico, o dos anos oitenta com Rush dos anos noventa e os riffs mais pesados da fase mais recente. Uma faixa de muitas explorações sonoras. "The Garden" fecha o álbum (e a discografia da banda) de maneira belíssima, LEE oferece o melhor de suas habilidades e o solo de LIFESON é lindo. Um disco incrível.

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Sobre Tiago Meneses

Um amante do rock em todas as suas vertentes, mas que desde que conheceu o disco Selling England by the Pound do Genesis, teve no gênero progressivo uma paixão diferente.
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