Bass Hero: "o quem é quem nas quatro cordas", parte final
Por Leonardo M. Brauna
Postado em 09 de dezembro de 2012
E chegamos ao final dessa difícil tarefa de escolher os melhores talentos no baixo, sendo que mais complicado ainda é "agradar a gregos e troianos", mas isso mostra que em matéria de música o brasileiro está bastante afiado e não só pela referência percussiva como é mais conhecido lá fora, mas também em outros grupos, essa matéria é prova disso. Parabéns a todos!
Nessa última parte eu quero exaltar nesse editorial nomes que apesar de não fazerem ‘Rock ‘n’ Roll’ são citados em qualquer lista de grandes expoentes do baixo elétrico, primeiramente VICTOR WOOTEN, o cara começou a tocar baixo com incríveis TRÊS ANOS de idade e em sua coleção de prêmios conquistou três ‘Grammy's’, eleito três vezes pela ‘Bass Player Magazine’ como melhor baixista do ano e dois ‘Nashville Music Awards’... é mole? JACO PASTORIUS que fez história com seu "Bass of Doom", um ‘Fender Jazz Bass’ que o roubaram em 1986 e que foi recuperado por ROBERT TRUJILLO (METALLICA) recentimente. JACO é considerado por muitos como o mais brilhante baixista da história. Morreu em 1987 de um coma causado por uma briga de bar. O ‘Funker/Soul’ LARRY GRAHAM tem seus méritos conquistados por inúmeras invenções no estilo de tocar baixo, entre elas a famosa ‘Slapping’, hoje em dia técnica obrigatória para músicos do ‘Funk’. A relação de baixistas hoje em dia que usam esse recurso é monstruosa.
Apesar de esses três nomes serem seguramente os melhores em termos de inovação, é bom salientar que eles aqui servem apenas para REPRESENTAR toda uma classe de gênios. Agora vamos passar para o nosso verdadeiro foco:
Na primeira parte eu expliquei o que vem a ser um músico de estúdio e aqui novamente vou começar falando sobre uma pessoa que também estreou a vida profissional nessa área, TONY LEVIN, mas a fera ganhou ares maiores depois que começou a trabalhar com o ex – GENESIS, PETER GABRIEL. TONY era muito talentoso e isso foi notado até pelo presidente JOHN F. KENNEDY e sua esposa JACKIE KENNEDY na própria ‘Casa Branca’ onde seu grupo, BARBERSHOP QUARTET se apresentou. Quando passou para o lado de GABRIEL este o exigiu tanto nos estúdios quanto nos shows, LEVYN criou a técnica ‘Funk Fingers’ de tocar baixo usando uma espécie de baqueta que golpeia as cordas. Posteriormente foi integrar à banda KING CRIMSON e mesmo assim a lista de nomes que o chamavam para trabalhar parecia mais um desfile de estrelas: PAUL SIMON, JAMES TAYLOR, DIRE STRAITS, PETER FRAMPTON, JOHN LENNON e muitos outros. Depois de sua saída ele retornou ao KING CRIMSON em 2004 até os dias de hoje, mas os assédios ainda não param.
Para finalizar os nomes dos anos de 1970, não poderia deixar de fora uma das poucas pessoas que acompanhou de corpo presente a trajetória de vida de JIMI HENDRIX, falo de LEMMY KILMISTER que por um período foi ‘roadie’ do mestre da guitarra. Começou a tocar baixo na banda HAWKWIND, mas foi com a sua, MOTÖRHEAD, que ainda hoje é um dos mais "adorados" músicos do Rock/Metal. Seu estilo de tocar veloz com muitas palhetadas no instrumento é uma das principais características da banda. Seu modelo inseparável é um ‘Rickenbacker 4001 (ou 403)’ plugado num ‘Marshall’ valvulado para guitarra, tai o segredo do som "médio" de seu "monstrengo".
Para acompanhar uma banda com tantos "loucos" que foi o caso do VAN HALEN, o seu baixista teria um bocado de trabalho, mas MICHAEL ANTHONY tirava de letra e ainda participava de tais "loucuras". Assim o baixista ficou famoso, seu estilo complementava a postura de palco da banda, sem nunca comprometer a sonoridade de suas partes. Possui a sua própria marca de baixo, ‘Yamaha Bass Signature’ e sua coleção chega a 150 itens. ANTHONY colocava muitos efeitos em seus solos e o seu instrumento mais famoso é o que imita uma garrafa de ‘Jack Daniels’. Atualmente ele integra uma super banda junto com (se liga no naipe) SAMMY HAGAR – Vocal, JOE SATRIANI – guitarra e CHAD SMITH – bateria. O nome desse projeto é CHICKENFOOT e já lançaram dois álbuns desde 2009.
A paixão pelo futebol quase o leva a ser jogador, já foi desenhista arquiteto e na música começou a tocar em pequenos ‘pubs’, mas foi a partir do movimento NWOBHM que o "Don Corleone" do IRON MAIDEN, STEVE HARRIS vem fazendo fama pelo mundo inteiro. Nunca estudou baixo e o seu primeiro foi um ‘Fender Precision’ conseguido aos 17 anos. Hoje ele usa o mesmo modelo (personalizado ‘signature’). Seu estilo de tocar é conhecido como "galopagem" (uma nota seguida de outras duas mais rápidas), não usa palhetas e espalha giz nos dedos, nos estúdios também toca teclados e no palco nem precisa falar o que ele faz. HARRIS quase sempre tira o primeiro lugar em eleições para baixistas todos os anos em revistas especializadas em ‘Heavy Metal’. Em setembro desse ano lançou o seu primeiro trabalho solo, "British Lion" dividindo e muito as opiniões dos fãs de seu trabalho e do IRON MAIDEN.
O METALLICA no começo dos anos de 1980 era o principal representante do ‘Thrash Metal Bay Area’. "Aos 45 minutos do segundo tempo" CLFF BURTON chega para adicionar a sua técnica à banda. O músico era tão bom aos olhos do grupo que ele fez os outros caras se mudar da Califórnia para San Francisco como condição para entrar nele. BURTON hoje é um dos principais artistas influentes citados pela maioria dos baixistas de ‘Metal’. Ele empregou novas tendências para a música pesada adicionando recursos de guitarra no seu baixo como o uso do pedal Wah-Wah e distorções nas bases e solos, isso mesmo, ele solava com o baixo (alguém aí se lembrou de "(Anesthesia) Pulling Teeh" e "From Whom the Bell Tolls"?). Ele usou dois instrumentos, um ‘Aria Pro II SB-1000’ preto e um ‘Rickenbacker 4001’ (já notaram que essa é a marca preferida na maioria dos grandes?). CLIFF morreu no auge de sua glória no dia 27 de setembro de 1986 em um acidente com o ‘Tour bus’ da banda, seu último trabalho foi um dos maiores sucessos do METALLICA, o álbum "Master of Puppets".
O trabalho de BILLY SHEENAN já foi premiado cinco vezes pela revista ‘Guitar Player’ como o melhor baixista. Segundo a revista, seus solos no baixo são semelhantes aos solos de EDDIE VAN HALEN na guitarra (!). Exageros ou coerências à parte o fato é que BILLY possui uma grande técnica que vai desde o uso de ‘acordes’ extraindo mais de uma nota simultaneamente, ‘tapping’ onde toca com as duas mãos no braço e uma bela sofisticação harmônica. Seu modelo preferido é ‘Yamaha’. Já participou do projeto G3 de SATRIANI, acompanhou DAVID LEE ROTH (VAN HALEN) e desde 1989 faz parte do Mr. BIG, uma das maiores bandas de ‘Hard Rock’.
Uma das principais figuras carismáticas da cena ‘Metal’ é o baixista JOEY DeMAIO e essa sua simpatia ele usa para conquistar o público do MANOWAR. Começou fazendo pirotecnia para o BLACK SABBATH na turnê de "Heaven and Hell", hoje possui a própria empresa ‘Magic Circle Music’ e ainda é ‘manager’ dos italianos do RAPSODY, assim como produtor do HOLY HELL. Seus baixos são feitos por um ‘luthier’ chamado JOHN DAWK e possui uma característica "exclusiva", no geral as cordas são muito próximas e seus modelos vão de quatro a oito fiações, mas lá no comecinho da carreira ele usava um ‘Rickenbacker’ (olha ele de novo). Muitas pessoas não o julgam como um baixista, pois a adaptação de seu instrumento lhe deixa como uma guitarra e ainda é JOEY que faz a maioria dos SOLOS nas músicas da banda. Porém eu recomendo a vocês que escutem o novo álbum do MANOWAR, "The Lords of Steel" que traz uma sonoridade de baixo totalmente nova para os padrões do grupo.
FELIPE ANDREOLI é um músico brasileiro que escolheu o baixo para acompanhá-lo em sua vida. Já fez inúmeros trabalhos com os mais diversos artistas e ocupa o posto de melhor baixista do Brasil segundo algumas publicações. É o difusor da técnica ‘pizzicato’ onde as cordas são pinceladas com os dedos, geralmente usada em grupos de ‘Jazz’. Foi colunista da revista ‘Cover Baixo’ onde informava técnicas para o instrumento. Usou modelos da marca brasileira ‘D’Alegria’ como, ‘Dart FA’ e ‘A – Dart FA’ de seis cordas, também usou um ‘Defender JB Delux’ de cinco cordas (réplica do ‘Fender Jazz Bass’), e ainda um clássico elétrico, ‘Discovery’ de quatro cordas, auxiliado por um arco. Hoje ele toca em duas das maiores bandas de Power Metal do Brasil, ANGRA e ALMAH.
Musicalmente falando a carreira de MICHAEL PETER "FLEA" BALZARY começou no trompete, apesar de ter sido uma pessoa que dominava muito bem esse instrumento, foi no baixo que teve mais destaque. Hoje ele faz parte de qualquer lista contemporânea de melhores baixistas e assimilou bem a técnica de LARRY GRAHAM em suas performances, é membro fundador da banda RED HOT CHILI PEPPERS e ainda divide suas atividades com o cinema. Numa lista feita pela revista ‘Rolling Stone’ em abril de 2011, FLEA é apontado como o segundo melhor baixista de todos os tempos. Ele toca num ‘Modulus FB4’ com um só captador na frente, personalizado exclusivamente.
[an error occurred while processing this directive]A banda PRIMUS faz um ‘Funk Metal’ ou ‘Rock Alternativo’ que tem como vocalista/baixista um dos melhores talentos nesse campo, LES CLAYPOOL. A técnica ‘Slapping’ é bem presente também em seu estilo onde aprendeu ouvindo "monstros" como GEDDY LEE, STANLEY CLARKE e claro, LARRY GRAHAM. O seu primeiro baixo foi um ‘Cal Thompson’ de quatro cordas, hoje ele tem mais seis modelos, entre os quais o ‘Rainbow Bass’ que é um ‘Fretless’ de seis cordas, também possui ‘Fender Jazz Bass’, ‘Rickenbacker 4003’ e outros tantos. A sua discografia é extensa se levado em conta todos os seus trabalhos na música e para o cinema. O cara é algo de "outro mundo".
Bom, a "maratona" acaba aqui, mais uma vez lembrando que essa matéria é uma representação da homenagem que esses grandes músicos, que são os baixistas, merecem de nós sedentos apreciadores do bom ‘Rock ‘n ‘Roll’. Ofereço-a a todos os músicos que compõem esse universo e fique à vontade para complementar, fazer comentários, mas sem esquecer-se do respeito pelo próximo, Valeu!
[an error occurred while processing this directive]Bass Hero - Quem é quem nas quatro cordas
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