Bad Company
Postado em 06 de abril de 2006
Por Marcos A. M. Cruz
No final do ano de 1973 com a dissolução definitiva do Free, Paul Rodgers, embora tivesse recebido um convite tentador para substituir Ian Gillan no Deep Purple, resolve montar uma nova banda, juntamente com outro membro do Free, o baterista Simon Kirke. Convidam o guitarrista do Mott The Hoople, Mick Ralphs, que aceita de imediato, pois estava insatisfeito com a liderança de Ian Hunter imposta por David Bowie (maiores detalhes veja matéria sobre o Mott). No baixo chamam Raymond "Boz" Burrel, ex-Centipede e ex-King Crimson.
Empresariados por ninguém menos que Peter Grant (famoso empresário do Led Zeppelin) assinam um contrato com a gravadora Island, e logo no início de 1974 lançam seu primeiro disco, intitulado somente "Bad Company", que ocupa o primeiro lugar na parada Norte-Americana, lançando juntamente um single, "Can’t Get Enough", que atinge o quinto lugar, ao mesmo tempo em que fazem um turnê de sucesso pela terra de Tio Sam. Logo que retornam gravam mais um disco, lançado no mesmo ano, o "Straight Shooter", que atinge o terceiro posto nos EUA, além de mais um single no topo das paradas, "Feel Like Makin’ Love".
Em 1976 sai "Run With The Pack", com mais um single de sucesso, "Young Blood". No início de 1977 outro play, o "Burnin’ Sky" cuja faixa-título atinge os primeiros lugares da parada. Apesar de todo o sucesso, a banda fica três anos sem gravar, retornando em 1979 com "Desolation Angels", que sai pelo selo Swan Song (do Led Zeppelin). Embora à partir desse disco fizessem uso de sintetizadores, seu hard-blues continuava característico, e emplacam mais um single de sucesso nos States, a faixa "Rock’N’Roll Fantasy".
Inexplicavelmente ficam novamente mais três anos sem gravar, retornando somente em 1982 com "Rough Diamonds", bem aquém de seus trabalhos anteriores, o que acaba culminando com o fim da banda.
Kirke vai para o Wildlife, ficando por lá cerca de um ano e lançando um disco com a banda. Rodgers vai para o The Firm de Jimmy Page, depois sai para uma carreira solo bem sucedida. Burrel monta um projeto efêmero chamado Nightflight com Mick Moody (ex-Whitesnake) e Zakk Starr (filho de Ringo Starr).
Como Ralphs ficara desempregado, e Kirke e Burrel não conseguem obter êxito em outros projetos, resolvem remontar o Bad Company em 1986 com Brian Howe no lugar de Rodgers. A gravadora chega à lançar uma coletânea ("10 from 6") anunciando o retorno da banda, que vêm na forma do álbum "Fame & Fortune" (o título já denunciava as intenções do pessoal, não?) lançado no ano seguinte. Porém a sonoridade da banda havia mudado muito, em parte devido ao vocal de Howe que era totalmente diferente do vocal de Rodgers, em parte graças ao amplo uso de sintetizadores, que de acordo com as palavras de Kirke numa entrevista da época "funciona muito bem em estúdio, mas ao vivo não dá muito espaço para o trabalho (de guitarra) de Ralphs". Devido à isto, em seu próximo álbum, "Dangerous Age", lançado em 1988 já pelo selo ATCO, há uma diminuição na ênfase dos sintetizadores. Porém, mesmo assim, os antigos fãs continuam torçendo o nariz para o estilo "americanizado" que a banda adotara. Talvez por isso Burrell deixa a banda em 1988, e a banda fica sem baixista definitivo até 1993, quando Rick Wills assume o baixo. Nesta época já haviam saído "Holy Water" e "Here Comes Trouble", que contam com mais um membro, o guitarrista Dave "Bucket" Colwell.
Porém a banda andava insatisfeita com os vocais de Howe, e a gota d’água veio com o álbum "The Best Of Bad Company Live... What You Hear Is What You Get", que retratava um show feito nos Electric Lady Studios que seria transmitido para algumas rádios Norte-Americanas, porém a gravadora propõe lançar um álbum ao vivo em comemoração dos 20 anos da banda. Acabam concordando, porém a intenção dos músicos era de lançar o álbum de forma mais natural possível, contudo Howe acaba regravando praticamente todos os vocais. Resolvem então mandá-lo embora, porém devido à problemas contratuais e interferência da gravadora a separação foi extremamente traumática.
Com a entrada do novo vocalista, Robert Hart, há uma injeção de ânimo na banda, e com ele gravam os álbum "Company Of Strangers" e "Stories Told & Untold", no qual abandonam definitivamente o estilão comercial que haviam feito nos últimos tempos. De acordo com uma entrevista de Kirke à uma revista, "o que não consegue nos destruir acaba nos fortalecendo. Houve um momento no passado em que deixamos de ser simplesmente uma banda e isto que somos passou a ser um estilo de vida. Agora sinto que o círculo está encerrado – o som que fazemos hoje poderia muito bem ter sido feito há vinte anos atrás. Valeu à pena todos os problemas e atribulações pelo qual passamos em todos este tempo, pois sinto que agora chegamos onde deveríamos"
Retomando a formação original somente para algumas apresentações, a banda lançou em 2003 o álbum ao vivo "The Merchants Of Cool".
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps