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Sonata Arctica: Uma apresentação mágica em Belo Horizonte

Resenha - Sonata Arctica (Music Hall, Belo Horizonte, 16/03/2014)

Por Gisela Cardoso
Postado em 24 de março de 2014

"Finalmente estamos aqui!": essas foram as palavras do vocalista Tony Kakko assim que o Sonata Arctica colocou os pés no palco do Music Hall, em Belo Horizonte. Após anos de espera e ansiedade, os fãs mineiros tiveram a oportunidade de prestigiar uma das bandas mais aclamadas do cenário Power Metal mundial. Em seus quase vinte anos de história, o grupo finlandês, agora formado por Tony Kakko (vocal), Elias Viljanen (guitarra), Henrik Klingenberg (teclado), Pasi Kauppinen (baixo) e Tommy Portimo (bateria), ofereceu aos mineiros uma apresentação mágica e mais do que merecida, contando com os maiores clássicos de sua carreira.

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Texto: Gisela Cardoso
Fotos: Iana Domingos

A casa já estava enchendo quando a Thunderwrath – eleita pelo público em votação para ser a atração de abertura - subiu ao palco para aquecer a galera. Composta por Hector Clark (vocal), Karson Gutemberg (bateria), Silas Rodrigues (guitarra) e Renato Arantes (baixo), a banda animou o público com o seu virtuoso e autoral Power Metal e versões para os clássicos do Metal. Tratando-se de composições bem construídas, o grupo desempenhou o peso do Power Metal com suas melodias marcantes, em especial o guitarrista Karson Gutemberg com seus solos de tirar o fôlego, e os vocais poderosos de Hector Clark, que foi muito admirado pela plateia.

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A banda também empolgou a galera com sua versão para um dos maiores clássicos do gênero: a "Eagle Fly Free", do Helloween. Ainda com os covers, a Thunderwrath também levou todos ao delírio já nos riffs iniciais para a "Paranoid", do Black Sabbath, que em seguida foi acompanha pela também lendária "Heaven And Hell". Por fim, mesmo com seu curto repertório, a apresentação da Thunderwrath foi digna de admiração, honrando a sua função como atração de abertura.

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Com a ansiedade já em alta, assim que os roadies subiram ao palco para fazer os últimos ajustes, parecia que levaria a eternidade para que o tão esperado momento chegasse. Mas, de repente, as luzes se apagaram e uma voz anunciava o início do espetáculo. Em seguida, com um som de introdução ao fundo, o baterista Tommy Portimo foi o primeiro a assumir a sua posição, já causando gritos desesperados da plateia. E, assim, não demorou para que um por um dos integrantes surgissem das sombras, estando preparados para realizar um dos mais esperados shows em Minas Gerais.

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Após a breve introdução, "The Wolves Die Young", do novo álbum "Pariah’s Child", abriu o show de maneira contagiante, com sua energia alegre e vibrante, lembrando a sonoridade do grupo em seus primeiros anos de formação. Apesar da maioria das pessoas ainda não estar familiarizada à nova composição, o público reagiu muito bem, conseguindo até acompanhar a letra. O Sonata Arctica seguiu com a "Losing My Insanity", de seu álbum anterior, que já possui uma pegada mais progressiva.

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Conforme o prometido, o Sonata Arctica, então, deu início ao setlist composto por clássicos de seus primeiros álbuns, passando pelo "Ecliptica" (1999), "Silence" (2001), "Winterheart’s Guild" (2003), "Reckoning Night" (2004), "Unia" (2007) e "The Days of Grays" (2009). O público cantava e batia palmas ao mesmo tempo em que os finlandeses lhe arrancavam suspiros com a magia nostálgica de seu Power Metal, principalmente em "My Land" e "Black Sheep". E já nos primeiros segundos da empolgante "Flag in the Ground", foi impossível ficar parado com sua animação, causando até mesmo moshs pelo local – o que nem é tão convencional ao estilo.

Já de início, é possível destacar a atuação do tecladista Henrik Klingenberg. Como marca registrada no Sonata Arctica, além de seu desempenho no teclado tradicional, ele também usa outro, como se estivesse imitando uma guitarra, travando duelos de solos com o guitarrista Elias Viljanen, agitando os fãs em todo momento. Elias também se destaca com sua incrível precisão nos riffs e solos, além do baterista Tommy Portimo com suas fortes batidas e tambores duplos, oferecendo um peso e empolgação bem equilibrados à galera. Em meio à uma pausa, Tony Kakko apresentou ao público o novo baixista Pasi Kauppinen, o qual substitui Marko Paasikoski, que deixou o grupo no ano passado. Em sua primeira turnê brasileira com o Sonata, o "gigante" no baixo demonstrou uma incrível presença de palco, sempre interagindo com a plateia.

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O vocalista Tony Kakko sempre é alvo de atenções especiais em suas apresentações. No entanto, desta vez, o finlandês assustou o público durante os momentos pré-show, com a notícia de que ele não estava passando bem. Porém, para a alegria de todos,o frontman se recuperou de sua indisposição, realizando, em seguida, o seu admirável trabalho. Sempre esbanjando simpatia, é realmente incrível observar o seu carisma enquanto desempenha a sua atuação com uma potência vocal fora do comum. Suas brincadeiras e a forte comunicação com os fãs também são seus pontos altos, repassando a sua energia para todos.

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É um pouco difícil descrever um espetáculo à risca quando tudo consegue ser tão perfeito. O setlist, principalmente, não é uma exceção disso. A suave "Tallulah" emocionou o público desde as suas primeiras notas no teclado, que foi seguida por outro grande ícone do grupo, "Fullmoon" – esta que sempre dispensa comentários. Tratando-se de um dos hinos da banda, o público definitivamente enlouqueceu, pulando e cantando o mais alto possível. Dando uma sequência mais suave, a "White Pearl, Black Ocean..." também prendeu a atenção com a sua atmosfera que emociona a qualquer um, sendo uma faixa longa, mas com boas alternâncias em seu ritmo. Em seguida, os moshs voltaram a tomar conta do espaço quando tocaram a "Kingdom for a Heart" - já que é impossível ficar parado ao presenciar uma obra ser tão bem executada. Além disso, "Replica", "Paid in Full" e "Victoria’s Secret" foram outros auges da apresentação, com o público sempre respondendo de imediato.

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De repente, as luzes se apagam e os músicos se retiram do palco, mas o show ainda não acabou. Não demorou muito para que os finlandeses ressurgissem da escuridão, executando, em seguida, a "Cinderblox" e "The Cage". Para fechar com a mesma empolgação que abrira o espetáculo, o Sonata tocou a "Don’t Say A Word" – que por sinal teve um caloroso retorno do público – e encerrando com uma dançante e animada música folk. Por último, mas não o menos importante, o Sonata Arctica se despediu, deixando o recado que marcará presença novamente em Belo Horizonte no próximo ano.

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Mesclando todos os álbuns do Sonata, o longo repertório trouxe músicas que certamente agradaram a todos: tanto os mais velhos quanto os novos fãs, que atuaram como coro do início ao fim da apresentação. No entanto, houve quem sentisse falta de outras lendárias canções, como "Letter To Dana" e "San Sebastian". Mas, com o saldo que tiveram desta grande produção, tais faltas são facilmente perdoadas. Definitivamente, valeu à pena esperar.

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Setlist:

Intro
The Wolves Die Young
Losing My Insanity
My Land
Black Sheep
Sing in Silence
Flag in the Ground
Tallulah
FullMoon
White Pearl, Black Oceans...
Kingdom for a Heart
Wolf & Raven
In the Dark
Replica
Paid in Full
Victoria's Secret
Last Drop Falls
I Have a Right

Encore:

Cinderblox
The Cage
Don't Say a Word
Outro

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Sobre Gisela Cardoso

Headbanger, Jornalista, Crítica de Metal, vocalista, instrumentista, anarco-comunista, vegetariana, apaixonada por Mitologia Nórdica e adoradora do Deus Metal. A música me move e as palavras constroem! @GisaGrind.
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