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Faith No More: a definição para versatilidade e loucura

Resenha - Faith No More (SWU, Paulínia, 14/11/2011)

Por Léo Martins
Postado em 20 de novembro de 2011

Por definição no dicionário, a palavra "versátil" quer dizer volátil, volúvel, inconstante ou polivalente. É alguém que tem várias qualidades, utilidades ou que pode fazer e aprender várias coisas. A partir da noite do dia 14/11, o dicionário pode colocar mais um significado a palavra "versátil": Faith No More/Mike Patton.

A chuva foi uma das principais personagens do dia. Presente em praticamente todos os shows, a chuva apertou mais no show do Alice In Chains. Ao término do show, o público presente se dirigiu rapidamente ao palco Energia para a apresentação do Faith No More, atração principal da noite.

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Sabe-se que o Faith No More tem um apreço em especial pelo Brasil. Por esse motivo e ainda sob uma chuva intensa, o público presente esperava ansiosamente para saber o que a banda traria para o show do SWU. A própria banda já tinha admitido que para os shows da América do Sul, algumas surpresas iriam acontecer. A expectativa só aumentava, pois o palco foi decorado inteiramente de branco e com muitos vasos de flores. Essa é uma das qualidades do Faith No More: ser inusitado e não ter medo de ousar.

As luzes abaixaram e uma estranha pessoa, enrolada em uma bandeira do Pernambuco, começou a falar algumas frases desconexas. O rapaz retirou a bandeira da cara e se apresentou como o "poeta, agitador cultural e traficante de livros" Cacau Gomes. Muita gente ficou sem entender o que ele estava fazendo ali. Mas o público não estava dando muita bola, pois quando Cacau falou "e agora, porra caralho (o primeiro da noite), FAITH NO MORE", a gritaria veio de maneira generalizada no SWU.

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Todos os instrumentistas do Faith No More entraram no palco vestindo roupas brancas (inclusive os membros da produção da banda). Esse fato chamou a atenção, pois o Faith No More costuma se trajar com roupas sociais e discretas. O que se via eram roupas brancas, mas roupas com um estilo mais a vontade. Quem estava na platéia tinha impressão que a banda estava tocando em algum culto religioso, julgando os colares que alguns da banda usavam, os vasos com flores por todo o palco e toda a decoração em branco. À base da música "Woodpecker From Mars" e "Delliah", de Tom Jones, Mike Patton entra trajando uma roupa branca, colares, chapéu de palha, um cigarro na boca, uma bengala e mancando, encarnando um verdadeiro "preto véio". O público olhava aquela cena estranha com um certo sorriso na cara, se perguntando "mas que coisa é essa?". A resposta veio logo em seguida com a música "From Out Of Nowhere". "Ah, é o Faith No More"!

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O show foi claramente dividido em dois capítulos bem distintos: o Faith No More como banda e Mike Patton.

Falando primeiramente do Faith No More como banda, os caras mostram o quanto eles gostam de tocar ao vivo e de estar no Brasil. Em entrevista recente ao Movieweb, quando questionado sobre um futuro álbum com seus companheiros, Mike Patton disse "acho muito importante não fazer planos e não colocar demandas externas. É algo delicado. Não tocávamos juntos há mais de dez anos. Já ficamos nervosos só de estar novamente no mesmo ambiente e de tocar essas músicas. Mas acho que tivemos uma ótima surpresa". A declaração de Patton casou com o que foi visto no show, pois a banda inteira agita, curte as músicas, interage com o público e se mostre extremamente entrosada ao vivo. A química entre eles ainda é latente e a idade para eles só teve a acrescentar na maturidade musical de cada um.

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Uma coisa extremamente positiva a se ressaltar do Faith No More é o repertório. Dos quatro shows aqui na América do sul, em nenhum deles, o repertório foi repetido (vale lembrar que no show do Chile, foi executado a álbum "King For A Day... Fool For a Lifetime" na íntegra) e isso é um ato que poucas bandas fazem nos dias atuais. Ainda dentro do assunto repertório, a banda sempre teve incorporada covers inusitados como "Poker Face", da Lady Gaga, "Back For Good", do Take That, "Started A Joke", do Bee Gees dentre outras. Dessa vez as músicas escolhidas foram "Delliah", de Tom Jones e "This Guy’s in Love With You", de Burt Bacharach. Ambas as músicas tiveram o toque de Faith No More, mesclado com os vocais de Mike Patton. Aliás, esse segundo citado mereceu ganhar um capítulo a parte nessa resenha.

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Mike Patton é visto por muitos como um cara "muito louco". Seja por seus milhares de projetos musicais, ou por sua performance indescritível como front-man ou por seu indefinível tipo de voz - que ganha ainda mais indefinição quando ele usa distorções e apetrechos como um megafone -, a verdade é que Mike Patton pode ser sim considerado um cara maluco dentro e fora dos palcos. Um cara que consegue cantar "Cuckoo For Caca" (na qual Patton parece um ditador falando em discurso pra milhares de pessoas), "Just A Man" e a cover já citada "This Guy’s in Love With You" (música essa que exige muito de Patton como cantor), esse cara pode e deve ser considerado maluco. É um extremo muito grande no que diz respeito a tipo de vozes. Ele tem pleno domínio dela, se mostrando merecedor do título de o "homem das mil vozes".

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A performance de Patton também é algo que merece uma atenção. A todo o tempo ele urra no microfone, brinca com a sua voz entre o fino e o gutural, agacha como um sapo, enfia o microfone na boca e fala em português quase claro com a platéia. Patton tem um domínio quase que completo da nossa língua, o que mostra o grande respeito que ele tem pelo o Brasil. Ao final de "Evidance" - na qual ele cantou inteira em português - por exemplo, Patton perguntou se a platéia estava bem. Na mesma hora, ele respondeu que "não... com esse tempo de merda". A platéia caiu em uma grande gargalhada. Outro momento interessante em que Patton utilizou a língua portuguesa como instrumento de sua performance foi na música "King For A Day". Nos intervalos da música, Patton entoou o singelo bordão "porra, caralho, porra, caralho" pedindo que os presentes o acompanhassem. A platéia se divertiu com essa brincadeira e o bordão permeou durante todo o show, causando a diversão não só dos presentes como o da banda em si. Ao final da música já citada, Cacau Gomes dividiu com Patton a espécie de um poema, com direito a efeitos de voz oriundos do próprio Patton.

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Cada atitude de Patton colaborava para que a sua identidade de "maluco" aumentasse. O olhar dele pra platéia, por exemplo, é uma de suas características. Um olhar penetrante, desafiador, enigmático, sarcástico, debochado e por fim, um olhar de maluco. Um dos pontos altos de sua brisa, no meio da música "Midlife Crisis", ele parou de cantar e deixou o público cantar o refrão no seu lugar. Patton literalmente babou (!!) com a atitude do público. Ao olhar de volta para os seus companheiros, o Faith No More emendou uma música instrumental bem abrasileirada, com Patton sacudindo um chocalho e se divertindo com o que a banda estava tocando. Outro momento a ser ressaltado foi na música "The Gentle Art of Making Enemies". Patton literalmente destituiu o câmera-man de seu posto móvel para que ele mesmo operasse a câmera. Ele filmava a galera e cantava ao mesmo tempo. Coisa de maluco, no mínimo... Quando foi descer da câmera, Patton tomou um tombo e tanto, tombo esse que causou risadas gerais. No mesmo momento, ele ainda desceu no meio da galera, cantou com o público e pediu a cerveja de um dos presentes. A cerveja foi jogada na sua boca e na sua cabeça. Patton então sacudiu a cabeça com cerveja e continuou a cantar. O público ficou ensandecido com aquela atitude de maluco.

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Na música antes do bis, Mike Patton convocou as garotas do coral de Heliópolis (o mesmo coral já tinha feito uma participação com Patton e seu projeto Mondo Cane no Rock In Rio) para participarem da música "Just Man". A participação das garotas abrilhantou ainda mais a música, que tem uma cadência firme e marcante. As garotas entraram no refrão, similar a versão da música em estúdio. Ao término da música, Patton ainda regeu de forma frenética e elétrica as garotas numa espécie de "à capela". O público aplaudiu e Patton, mais uma vez usando de seu português afiado, acenou para a galera e disse "beijocas". O público novamente veio abaixo, mesclando risadas e gritaria.

No bis, a banda voltou para tocar a enigmática música nunca ouvida antes intitulada "Unknow Song" - o que muitos especulam que essa seja uma música nova de trabalho da banda após anos sem material inédito. Logo depois veio "Digging The Grave" e a já citada cover de Burt Bacharach "This Guy's In Love With You". A banda novamente agradeceu os presentes e se despediu do SWU ao coro de "porra, caralho, porra, caralho". Muitos esperavam que a banda voltasse após do bordão já citado, mas não aconteceu. O que sacramentou o fim do show foi o festival de fogos de artifício, que coroou uma apresentação surreal para aqueles que ficaram até o fim do show. E a chuva, que durou praticamente todo o evento juntamente com a apresentação da banda, serviu para lavar a alma do público que ficou até o final. A sensação foi a de que um pouco de loucura foi introduzida na vida de cada um.

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Já dizia o Coringa, o grande inimigo do Batman, no gibi "A Piada Mortal" que "o que separa um homem louco de um são é apenas um dia ruim". A partir dessa informação a grande pergunta é "será que Mike Patton, pra ser um tão versátil e o seu Faith No More, pra ser uma banda muito louca tiveram algum dia ruim?". O que se sabe é que o Faith No More e Mike Patton encontraram em cima do palco, o ambiente perfeito para praticarem suas insanidades e o melhor, tornaram o imprevisível e o surreal características da banda.

Para aqueles que ficaram até o final tiveram em seu interior a sensação de que ser louco ou versátil como Mike Patton e o Faith No More é algo para os raros. Diretamente, mais uma teoria do Coringa, agora o do filme "Batman, o Cavalheiro das Trevas" foi comprovada: a de que a loucura é que nem a gravidade. Para provocá-la basta apenas um "empurrãozinho". Parece que Mike Patton a frente do Faith No More deu um empurrão e tanto nos presentes rumo a essa nova concepção, a ideia de que ser versátil (ou será louco?) é uma qualidade. Mais que uma qualidade, ser louco é uma característica. Um dom... Portanto se te chamarem de Mike Patton ou disserem que você esta meio Faith No More, não se sinta mal. Sinta-se elogiado. Afinal, foi provado naquela noite que ser considerado louco ou versátil não é tão ruim assim...

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Formação:
Mike Patton – Vocal
Billy Gould - Baixo
Roddy Bottum - Teclado
Jon Hudson – Guitarra
Mike Bordin - Bateria

Set list:
01 - Woodpecker From Mars/Delilah (Tom Jones Snippet)
02 - From Out Of Nowhere
03 - Last Cup Of Sorrow
04 - Caffeine
05 – Evidence (versão cantada em português)
06 - Midlife Crisis
07 - Cuckoo For Caca
08 - Easy
09 - Surprise! You're Dead
10 - Ashes To Ashes
11 - The Gentle Art Of Making Enemies
12 - King For A Day
13 - Epic
14 - Just A Man (participação do Coral de Meninas de Heliópolis)

Bis
15 - Unknown
16 - Diggin' The Grave
17 - This Guy's In Love With You (cover de Burt Bacharach)

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